A perícia revelou lesões no corpo da vítima, resultantes de intensa luta corporal com o assassino. Inchaço na cabeça, manchas nas pernas, marcas de esganadura no pescoço e outras lesões de defesa foram os indícios encontrados.
O empresário Lucas Porto foi indiciado
por homicídio triplamente qualificado e estupro da cunhada Mariana Costa, morta em seu apartamento no condomínio Garvey Park, na Avenida São Luís Rei de França, em São Luís, no domingo (16). O indiciamento foi com base no resultado do laudo pericial, divulgado na manhã desta
quarta-feira (23), em entrevista coletiva na sede da Secretaria de Estado da Segurança
Pública (SSP).
A perícia revelou lesões no corpo da
vítima, resultantes de intensa luta corporal com o assassino. Inchaço na
cabeça, manchas nas pernas, marcas de esganadura no pescoço e outras lesões de
defesa foram os indícios encontrados.
De acordo Jefferson Portela, essas
provas referendam a linha investigativa da polícia, levando a conclusão do
inquérito policial.
“Não houve dúvida sobre a autoria. Os laudos
revelam que a senhora Mariana travou rigorosa luta contra Lucas, que foi
indiciado por homicídio triplamente qualificado e estupro”, afirmou o
secretário.
As investigações apontam que Mariana
Costa foi surpreendida enquanto dormia e que após matar a cunhada, Lucas tentou
eliminar vestígios na cena do crime.
“Após o crime, ele gastou tempo
arrumando a cama e os lençóis para dar ideia de normalidade à cena, para dar
ideia de suicídio ou outro motivo”, relatou Portela.
Detalhes do laudo pericial foram revelados durante entrevista coletiva na SSP |
Eficiência nas investigações
O delegado geral Lawrence Melo
parabenizou a equipe de policiais civis da Delegacia de Homicídios e da
Superintendência da Capital pelo esclarecimento do caso. “Trabalho rápido,
eficiente e que respondeu aos questionamentos da sociedade. O autor do crime é
o senhor Lucas Porto. Trabalho magnífico porque demonstrou todos os detalhes. É
feminicídio e sem defesa, configurando crime qualificado”, falou.
Segundo Lawrence, ainda há laudos a
serem concluídos no Instituto de Genética Forense (IGF-MA), em relação aos
materiais orgânicos coletados na cena do crime. “Mas o crime está esclarecido a
partir das provas físicas e de todo o inquérito policial”, afirmou o delegado
geral.
Detalhes do inquérito policial
“Desde o início sabíamos da autoria. No
trabalho realizado, chegamos à conclusão do que aconteceu ao identificar como o
assassino se aproximou da vítima, sabendo as condições do apartamento e como
ela estaria só no intuito de praticar o delito do estupro”, contou o delegado
da Superintendência de Homicídios, Leonardo Diniz.
De acordo com o delegado Lúcio Reis,
Lucas Porto foi indiciado por homicídio triplamente qualificado por matar a
vítima sem condições de defesa, pela motivação torpe e por esconder o crime.
“Ficou caracterizado que o Lucas tem
pleno conhecimento de tudo que estava praticando. Consciente de todos os atos
no momento do delito e após o delito, mesmo ele dizendo que não”.
Resultados periciais
O chefe da Superintendência de Polícia
Técnico Científica (SPTC), Miguel Alves falou que logo no início das
investigações foram feitas coletas de todos os vestígios no corpo da vítima e
no local do crime. Entre os vestígios periciados estão materiais genéticos e
celulares. O trabalho pericial resultou em 10 laudos, sendo que grande parte já
foi concluído.
O exame no corpo de Mariana mostrou que
primeiro ela sofreu tentativa de esganadura, depois sufocação. “O que nos fez
pensar que é um homicídio duplamente cruel”, afirmou Miguel Alves. O perito
informou que foi providenciada a quebra do sigilo telefônico de Lucas Porto
para saber com quem ele falou após assassinar Mariana. Foi apontado, ainda, que
Lucas não sofre de problemas psicológicos. O inquérito policial será
encaminhado à Justiça.
Entenda o caso
O empresário Lucas Porto é acusado de
assassinar a cunhada Mariana Costa, sobrinha-neta de José Sarney, na tarde do
dia 13 de novembro. Após rápida ação da polícia, Lucas foi preso no mesmo dia e
negou a autoria do crime, até confessar no último dia 15.
No dia do crime, Lucas Porto entrou no
apartamento de Mariana, sobrinha-neta de José Sarney, por volta das 15h e
permaneceu por cerca de 40 minutos no local. Depois ele desceu pelas escadas de
forma rápida. Fora do prédio, ele realizou uma ligação de cerca de oito minutos
e foi embora. Lucas ainda retornou ao prédio depois, usando outra roupa, quando
foi abordado pelos delegados, que já estavam de posse das imagens das câmeras
de segurança.
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