O ex-juiz Márlon Reis,
idealizador da Lei da ‘Ficha Limpa’, lançou, na noite de sexta-feira (2), em
Imperatriz, o livro “A República da Propina”.
Ele aproveitou para falar sobre a
importância da ‘Lei da Ficha Limpa’, que tem punido muitos políticos corruptos.
“Antes da Ficha Limpa, políticos
corruptos renunciavam ao mandato, mas podiam ser candidatos na eleição
seguinte. Agora ninguém renuncia por causa da lei e fica no mandato tentando
evitar a cassação. Quem renuncia, fica inelegível por oito anos e corre o risco
de ir pra cadeia”, disse.
O ex-juiz disse que os políticos estão
em pânico por causa do que vem por aí, com a delação da Odebrecht, com a
possibilidade de atingir aproximadamente 200 beneficiados com o esquema de
pagamento de propina para financiamento de campanhas.
“Por isso, querem mordaça para calar juízes
e promotores, que não podem ser perseguidos por tomarem decisões corajosas”, acrescentou.
Márlon lembrou que, após o lançamento do
livro “O Nobre Deputado”, Eduardo Cunha exigiu que ele fosse punido.
“O então presidente Henrique Eduardo Alves
representou contra mim no CNJ. Uma conjunção de bandidos arquitetando contra
alguém que teve a coragem de denunciar a corrupção na política. Sou o único
magistrado a ser representado pela Câmara junto ao CNJ”, lembrou o ex-juiz.
Sobre o livro “A República da Propina”,
Márlon Reis mostra de que forma o cidadão também é responsável pela corrupção
na política, a partir do momento em que vende ou troca seu voto.
“Somos a base da corrupção que nos
inquieta. Não pode haver política honesta com uma sociedade desonesta”, diz ele.
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