Jorge Arturo,
alvo da Operação Simulacro, foi denunciado pelo Ministério Público com mais
nove investigados, inclusive a ex-governadora peemedebista, por suposta ligação
com organização criminosa para compensações tributárias ilegais
Jorge Arturo, Cláudio Trinchão e Roseana Sarney acusados de participar de esquema de desvios milionários da Secretaria de Estado da Fazenda |
Julia Affonso
e Fausto Macedo
O Estado de São Paulo
A Polícia do
Maranhão apreendeu nesta terça-feira, 17, computadores, joias, obras de arte,
documentos e cheques no escritório e em dois imóveis residenciais do advogado
Jorge Arturo Mendoza Reque Júnior, apontado como elo de organização criminosa
envolvendo a ex-governadora Roseana Sarney (PMDB) em compensações ilegais de
débitos tributários com créditos a empresas – esquema que teria provocado rombo
de R$ 410 milhões nos cofres públicos daquele Estado.
A missão é
desdobramento da Operação Simulacro. A pedido do Ministério Público do
Maranhão, a Justiça determinou a busca e apreensão nos endereços de Jorge
Arturo – o escritório localizado no Renascença e as residências no Olho D’Água
e na Ponta D’Areia.
Segundo o
Ministério Público, o advogado foi um dos dez denunciados, em outubro de 2016,
por supostamente integrar a organização criminosa.
O pedido
cautelar complementar de busca e apreensão de documentos, bens e equipamentos
eletrônicos de Jorge Arturo foi registrado no dia 13 de janeiro pelos
promotores de Jstiça Paulo Roberto Barbosa Ramos (2.ª Promotoria de Justiça de
Defesa da Ordem Tributária e Econômica de São Luís), Marcia Moura Maia (12.ª
Promotoria de Justiça Criminal) e Pedro Lino Silva Curvelo (32.ª Promotoria de
Justiça Criminal).
A juíza Oriana
Gomes, titular da 8.ª Vara Criminal, autorizou a ação.
O Ministério
Público do Maranhão já havia realizado pedido de busca e apreensão contra Jorge
Arturo, em novembro, mas as investigações apontaram que, às vésperas do
cumprimento da medida judicial, o advogado ‘retirou todos os documentos dos
imóveis dele’.
No pedido
cautelar, os promotores de Justiça destacam que um dia antes da primeira
decisão de busca e apreensão acolhida judicialmente, Jorge Arturo teria levado
vários documentos do seu imóvel com ‘claro objetivo de embaraçar as
investigações e destruir as provas dos crimes cometidos, o que representa não
somente um atentado à garantia da ordem pública como também à própria
conveniência da instrução criminal’.
Segundo o
Ministério Público, Arturo era ‘um dos principais operadores da organização
criminosa, pois fazia o trabalho de agenciamento das empresas interessadas para
que comprassem cotas de precatórios inexistentes para compensação’.
A Operação
Simulacro é resultado de uma investigação da 2.ª Promotoria de Justiça de
Defesa da Ordem Tributária e Econômica que, em 31 de outubro, entrou com uma
Ação Civil Pública por atos de improbidade administrativa contra 10 envolvidos
com o esquema de concessão ilegal de isenções fiscais na Secretaria de Estado
da Fazenda (Sefaz).
São alvos da
ação o ex-secretário de Estado da Fazenda, Cláudio José Trinchão Santos; o
ex-secretário de Estado da Fazenda e ex-secretário-adjunto da Administração
Tributária, Akio Valente Wakiyama; o ex-diretor da Célula de Gestão da Ação
Fiscal da Secretaria de Estado da Fazenda, Raimundo José Rodrigues do
Nascimento; o analista de sistemas Edimilson Santos Ahid Neto; o advogado Jorge
Arturo Mendoza Reque Júnior; Euda Maria Lacerda; a ex-governadora Roseana
Sarney; os ex-procuradores gerais do Estado, Marcos Alessandro Coutinho Passos
Lobo e Helena Maria Cavalcanti Haickel; e o ex-procurador adjunto do Estado do
Maranhão, Ricardo Gama Pestana.
As
investigações do Ministério Público do Maranhão, a partir de auditorias
realizadas pelas Secretarias de Estado de Transparência e Controle e da
Fazenda, ‘apontaram irregularidades como compensações tributárias ilegais,
implantação de filtro no sistema da secretaria, garantindo a realização dessas
operações tributárias ilegais e reativação de parcelamento de débitos de
empresas que nunca pagavam as parcelas devidas’.
“Também foram
identificadas a exclusão indevida dos autos de infração de empresas do banco de
dados, além da contratação irregular de empresa especializada na prestação de
serviços de tecnologia da informação, com a finalidade de garantir a
continuidade das práticas delituosas”, assinala a Promotoria.
Compensação
O esquema
irregular de compensações tributárias, segundo o Ministério Público, baseou-se
em um acordo, em 2003, entre o Estado do Maranhão e a empreiteira Camargo
Corrêa. Dos mais de R$ 147 milhões devidos à empresa, cerca de R$ 108 milhões
deveriam ser utilizados na quitação de tributos estaduais, ficando permitida a
cessão de créditos a terceiros. A Lei Estadual n° 7.801/2002, que permitia a
operação, no entanto, foi revogada em 2004, pela Lei Estadual n° 8.152.
“Entretanto,
mesmo sem lei autorizadora, que é imprescindível nesses casos, a compensação de
débitos tributários com créditos da Construções e Comércio Camargo Corrêa
tornou-se prática constante na Secretaria da Fazenda a partir de abril de 2009.
Somente de 17 de abril de 2009 a 31 de dezembro de 2014, foram efetuadas 1.913
compensações”, afirma a Promotoria.
A
ex-governadora Roseana Sarney nega envolvimento em irregularidades. Quando foi
denunciada criminalmente, a peemedebista se manifestou, por meio de sua
Assessoria de Imprensa. “Não tem conhecimento do que trata a ação e reafirma
que em todas as decisões tomadas em benefício do Estado agiu com respeito às
leis, sempre orientada pela Procuradoria Geral do Estado do Maranhão.”
A reportagem
não localizou o advogado Jorge Arturo.
Neste pais e costume estas atitudes acho se for comprovado o melhor e devolver o dinheiro e cassar os direitos políticos do realmente ladrao
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