Depois de assinar proposta que tem o
objetivo de criar uma pressão a favor da anulação da delação firmada por Joesley
Batista, da JBS, o deputado federal Weverton Rocha, líder do PDT na Câmara, divulgou uma nota
intitulada de “Chega de impunidade!”, onde descarta qualquer tentativa de
cancelar o acordo feito pelo empresário com a Procuradoria-Geral da República.
Para Weverton Rocha, todos os que cometem
crimes devem pagar, isso inclui a JBS. “O empresário Joesley Batista, sócio da
JBS, confessou ter ‘comprado’ dois juízes e um procurador, revelou ter pago
pelo silêncio de um ex-presidente da Câmara e afirmou que impulsionou o
crescimento do seu grupo empresarial com negociatas. Além de não responder por
nenhum desses crimes, ainda obteve grandes lucros com a compra de dólares
durante a crise”, diz o deputado.
Para ele, a impunidade do empresário
sinaliza que o crime compensa. “Por esta razão, assinei uma proposta de
fiscalização e controle para investigar irregularidades praticadas pelo Grupo
J&F e suas empresas, incluindo a JBS, no mercado financeiro e de capitais”,
acrescenta.
Weverton diz, ainda, que não se trata de
cancelar o acordo de delação de Joesley Batista, mas de fazer com que os crimes
cometidos e confessados por ele tenham consequência. “Os objetos das delações
devem continuar a serem investigados, e onde houver comprovadamente
ilegalidade, os culpados devem ser punidos, todos eles”, finaliza o pedetista.
A proposta de fiscalização e controle é
assinada pelos líderes do governo na Câmara, Aguinaldo Ribeiro (PPPB), e no
Congresso, André Moura (PSCSE), além de líderes de 17 partidos, do governo e da
oposição, que reúnem 448 dos 513 deputados (87% do total). Na oposição,
assinaram a proposta os líderes do PT, Carlos Zarattini (SP), do PDT, Weverton
Rocha (MA), e do PSB, Tereza Cristina (MS).
A proposta pede que a Câmara realize o
ato de fiscalização com o Tribunal de Contas da União e, se necessário, com
outros órgãos, como Banco Central, Comissão de Valores Mobiliários, Ministério
da Transparência e AGU (Advocacia-Geral da União).
Em sua delação, os executivos da JBS
afirmam ter pago propina a 1.829 políticos, do governo e da oposição, em um
total de quase R$ 600 milhões. As suspeitas atingiram em cheio o presidente
Michel Temer, que desde então viu seu cargo ficar sob ameaça.
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