Rádio Voz do Maranhão

terça-feira, 20 de junho de 2017

‘Basta de hipocrisia', diz Rodrigo Janot a críticos da Operação Lava Jato

'Ou caminhamos juntos contra essa vilania que abastarda a política ou estaremos condenados a uma eterna cidadania de segunda classe', afirmou procurador-geral na abertura de seminário em Brasília.
O procurador-geral da República, Rodrigo Janot, reagiu nesta segunda-feira (19) a críticas de que a Operação Lava Jato e o Ministério Público tentam instalar um “Estado policial” no país.

Na abertura de um seminário no Conselho Nacional do Ministério Público (CNMP), em Brasília, Janot fez um discurso no qual atacou a "hipocrisia" dos críticos.

“Basta de hipocrisia. Não há mais espaço para a apatia. Ou caminhamos juntos contra essa vilania que abastarda a política ou estaremos condenados a uma eterna cidadania de segunda classe, servil e impotente contra aqueles que deveriam nos representar com lealdade”, disse.

No discurso, sem citar nomes, o chefe do MP disse que há dois tipos de pessoa que criticam o Ministério Público pelo trabalho que tem feito contra a corrupção.

“Os primeiros nunca viveram em uma ditadura. Eu vivi. Não conhecem por experiência própria o que representa uma vida sem liberdade. Militam, portanto, na ignorância. Para esses o esclarecimento dos fatos é mais que suficiente”, disse.

“Mas há também aqueles que operam no engodo, os que não têm compromisso verdadeiros com o país. A real preocupação dessas pessoas é com a casta privilegiada da qual fazem parte. Empunham estrepitosamente a bandeira do Estado de direito – que vergonha – mas desejam mesmo é defender os amigos poderosos com os quais se refestelam as regalias do poder", declarou.

Segundo o procurador-geral, "para essas figuras não há esclarecimento suficiente, porque a luz os ofusca. Fogem da verdade com o pavor dos que vivem no embuste. Escondem-se nas cavernas sombrias dos seus mesquinhos interesses”.

Janot disse que a sociedade está “exausta” e que os brasileiros “serão fortes para repudiá-los mesmo por detrás das fantasias cuidadosamente urdidas para enganá-los”.

Gilmar Mendes
O ministro Gilmar Mendes, do Supremo Tribunal Federal (STF), tem feito críticas reiteradas aos métodos dos procuradores da Operação Lava Jato.

Nesta segunda-feira, ao participar de um evento com empresários em Recife, apontou supostas tentativas de se instalar um “Estado policial” no país.

“Investigação sim, abuso não. Não se combate crime, cometendo outro crime. E é preciso que a sociedade diga isso de maneira clara. Estado de direito não comporta soberanos. Todos estão submetidos à lei", declarou, em palestra promovida pelo Grupo de Líderes Empresariais de Pernambuco (Lide-PE), no Recife.

Mendes criticou sobretudo investigações dos ministros do Superior Tribunal de Justiça (STJ) Marcelo Ribeiro Navarro Dantas e Francisco Falcão. Segundo a PGR, o primeiro foi nomeado pela ex-presidente Dilma Rousseff para soltar executivos da Odebrecht.

“Isso vai dar em alguma coisa? Claro que não. Isso era para constranger a pessoa, o tribunal e a magistratura”, disse, acrescentando que objetivo era colocar medo nas pessoas.

“Não se pode aceitar investigações na calada da noite. Arranjos e ações controladas, que têm como alvo o próprio presidente da República”, declarou. "Nós não podemos despencar para um modelo de estado policial."

Na palestra, Mendes criticou a ideia de que juízes e promotores poderiam ocupar o lugar de políticos.

“É preciso que se respeite o Congresso Nacional. É preciso que se respeite a política. Vamos abominar, sim, as más práticas, mas não se faz democracia sem política e sem políticos. E isto precisa ser reconhecido e reconhecido pelas instituições”, afirmou.


“Os autoritarismos que nós vemos aí já revelam que nós teríamos, não um governo, mas uma ditadura de promotores ou de juízes”, disse.

Com informações do G1

Um comentário:

  1. Gilmar Mendes... Não se pode investgar na calada da noite, mas se pode roubar no meio da madrugada e nos porões dos poderes? Vossa excelência envergonha a Justiça. Deixa transparecer que os poderes no Brasil estão em avançado estado de putrefação.

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