Ministro aguarda PF enviar laudos
periciais sobre conversa de Temer e Joesley
POR CAROLINA BRÍGIDO E ANDRÉ DE SOUZA
O Globo
BRASÍLIA – O relator da Lava-Jato,
ministro Edson Fachin, enviou para a Procuradoria-Geral da República (PGR)
cópia do inquérito contra o presidente Michel Temer. Assim que receber o
material, a PGR terá prazo de cinco dias, como definido em lei, para apresentar
denúncia contra o presidente, ou pedir o arquivamento do caso por falta de
provas.
A Polícia Federal havia pedido prazo
extra para concluir as perícias nos áudios de conversas de Temer com o dono da
JBS, Joesley Batista. Fachin não negou, nem concedeu. Disse apenas para a PF
enviar ao STF os laudos periciais pendentes assim que ficarem prontos. Quando
isso acontecer, os laudos serão anexados às investigações e enviados para a PGR.
Se quiser, a PGR poderá apresentar
apenas uma denúncia contra Temer, sem esperar a chegada do laudo pericial. No
entanto, a tendência é de que os investigadores fatiem a delação, apresentando
primeiro uma peça relativa às provas já concluídas e, depois, sobre o crime de
obstrução à justiça, referente ao áudio da conversa que ainda não foi
periciada.
Relatório parcial enviado pela Polícia
Federal ao Supremo afirma que é possível concluir que Michel Temer aceitou
vantagem indevida por intermédio do ex-deputado Rodrigo Rocha Loures. Segundo o
documento, Temer incorreu em crime de corrupção passiva. O mesmo relatório
afirma haver indícios de que Rocha Loures cometeu o mesmo crime. Segundo a PF,
as evidências indicam "com vigor" a prática de corrupção passiva do
"Mandatário Maior da Nação."
"Diante do silencio do Mandatário
Maior da Nação e de seu ex-assessor especial, resultam incólumes as evidências
que emanam do conjunto informativo formado nestes autos, a indicar, com vigor,
a prática de corrupção passiva", diz um dos trechos.
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