Procuradores
escolhem Nicolao Dino, Raquel Dodge e Mario Bonsaglia para suceder Janot
Os subprocuradores-gerais da República
Nicolao Dino de Castro e Costa Neto (621 votos), Raquel Elias Ferreira Dodge
(587 votos) e Mario Luiz Bonsaglia (564 votos) foram escolhidos para compor a
Lista Tríplice ao cargo de Procurador-Geral da República nesta terça-feira, 27
de junho. A votação promovida pela Associação Nacional dos Procuradores da
República (ANPR) teve início às 9h e foi encerrada às 18h. Com um quórum
histórico de 85%, a votação contou com 1.108 eleitores.
Por meio de sistema eletrônico, membros
ativos e inativos, associados à ANPR, participaram da votação nas mais de 200
unidades do Ministério Público Federal espalhadas por todo o país.
Os três nomes mais votados serão
enviados ao presidente da República Michel Temer. Em seguida, o nome do
indicado será encaminhado para o Senado Federal, onde passará por sabatina na
Comissão de Constituição e Justiça e depois por votação no Plenário da Casa.
De acordo com o presidente da
Associação, José Robalinho Cavalcanti, o sufrágio compreende a escolha dos
melhores projetos para a Procuradoria-Geral da República, o reforço da
identidade com os valores constitucionais da Instituição e legitima os
postulantes a liderar o Ministério Público Federal, nacionalmente, por um
biênio.
“O processo de formação da lista confere
uma característica essencial ao ocupante o cargo de Procurador-Geral da
República: liderança. Acredito que o presidente Michel Temer manterá o
compromisso de eleger um nome da lista, como vem ocorrendo desde 2003”,
ressaltou.
A adoção da Lista Tríplice como primeiro
passo para escolha do PGR é um avanço institucional para o país, reconhecido e
apoiado por todas as forças políticas, e permite um Ministério Público Federal
mais independente, coeso e eficiente, além de uma instituição de magistrados
funcionalmente independentes, sem hierarquia, que apenas se alça quando os
nomes são efetivas lideranças internas. Nos últimos 14 anos, o respeito à lista
proporcionou a escolha política e a avaliação pelo Senado de nomes de alta e
reconhecida qualidade, os quais honraram os compromissos constitucionais,
liderando exemplarmente o Ministério Público Federal na defesa da ordem
jurídica, do regime democrático e dos direitos da cidadania.
O ex-procurador-geral da República
Roberto Gurgel presidiu a Comissão Eleitoral, que acompanhou a formação da
lista. Segundo ele, esse é um momento em que a classe atua como intérprete da
sociedade brasileira. “A Lista não representa qualquer interesse corporativo,
mas os anseios da sociedade”, explicou. Gurgel ressaltou ainda que o respeito
aos nomes da Lista garante uma atuação independente e firme do MPF.
Os demais candidatos também receberam
votos: Ela Wiecko Volkmer de Castilho (424 votos), Carlos Frederico Santos (221
votos), Eitel Santiago de Brito Pereira (120 votos), Sandra Veronica Cureau (88
votos) e Franklin Rodrigues da Costa (85 votos).
Confira
o currículo dos escolhidos:
NICOLAO
DINO NETO, natural de São Luís (MA), é Subprocurador-Geral da
República e Vice-Procurador-Geral Eleitoral. Atuou no Conselho Nacional do
Ministério Público como Conselheiro e Presidente da Comissão de Planejamento
Estratégico e Acompanhamento Legislativo. Foi membro suplente da 2ª e 4ª
Câmaras de Coordenação e Revisão, coordenou a Câmara de Combate à Corrupção do
MPF, foi Diretor-Geral da ESMPU, Secretário de Relações Institucionais do MPF,
Procurador Regional Eleitoral, Procurador Regional dos Direitos do Cidadão e
Procurador-Chefe da Procuradoria da República no Maranhão. É mestre em Direito
pela Universidade Federal de Pernambuco e professor da Faculdade de Direito da
Universidade de Brasília. Foi presidente da ANPR entre 2003 e 2007. Ingressou
no MPF em 1991.
RAQUEL
ELIAS FERREIRA DODGE é Subprocuradora-Geral da República e
oficia no Superior Tribunal de Justiça em matéria criminal. Integra a 3ª Câmara
de Coordenação e Revisão, que trata de assuntos relacionados ao Consumidor e à
Ordem Econômica. É membro do Conselho Superior do Ministério Público pelo
terceiro biênio consecutivo. Foi Coordenadora da Câmara Criminal do MPF, membro
da 6ª Câmara, Procuradora Federal dos Direitos do Cidadão Adjunta. Atuou na
equipe que redigiu o I Plano Nacional para Erradicação do Trabalho Escravo no
Brasil, e na I e II Comissão para adaptar o Código Penal Brasileiro ao Estatuto
de Roma. Atuou na Operação Caixa de Pandora e, em primeira instância, na equipe
que processou criminalmente Hildebrando Paschoal e o Esquadrão da Morte. É
Mestre em Direito pela Universidade de Harvard. Ingressou no MPF em 1987.
MARIO
LUIZ BONSAGLIA, ingressou no MPF em 1991, ocupa o
cargo de Subprocurador-Geral da República, com designação para atuar em feitos
criminais da 5ª e 6ª Turmas do STJ e em sessões da 2ª Turma, de direito
público. Atual Conselheiro e Vice-Presidente do Conselho Superior do Ministério
Público Federal (biênios 2014-2016 e 2016-), bem como Coordenador da 7ª Câmara
de Coordenação e Revisão (biênios 2014- 2016 e 2016-), que trata do Sistema
Prisional e Controle Externo da Atividade Policial. Já atuou como Conselheiro
do Conselho Nacional do Ministério Público (biênios 2009-2011 e 2011-2013) e
membro suplente da 2ª Câmara de Coordenação e Revisão (2008-2009), com atuação
em matéria criminal. Também foi Procurador Regional Eleitoral em São Paulo
(biênios 2004-2006 e 2006-2008); diretor da ANPR (1999-2001); e Procurador do
Estado de São Paulo (1985-1991). É Doutor em Direito do Estado pela
Universidade de São Paulo.
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