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Aécio Neves e o operador Dimas Toledo |
Policiais civis cumprem nesta
quinta-feira (8) 33 mandados de busca e apreensão para investigar um esquema de
corrupção e lavagem de dinheiro na empresa de energia Furnas, subsidiária da
estatal Eletrobras.
A operação, chamada de Barão Gatuno, tem
como base a delação premiada do ex-senador Delcídio do Amaral, durante as
investigações da Operação Lava Jato.
Há ainda dois mandados de condução
coercitiva. Um deles é contra o ex-diretor Dimas Fernando Toledo.
Os mandados de busca e apreensão foram
expedidos pela Justiça estadual e estão sendo cumpridos pela Delegacia
Fazendária, responsável pela investigação do esquema, com o apoio de 15
delegacias, da Coordenadoria de Combate à Corrupção do Laboratório de
Tecnologia e Lavagem de Dinheiro da Polícia Civil do Rio e da Polícia Civil do
Estado de São Paulo.
Em delação premiada, Delcídio do Amaral
afirmou que o hoje senador afastado Aécio Neves (PSDB-MG) foi beneficiário de
um “grande esquema de corrupção” na estatal Furnas.
Esse esquema, segundo Delcício, era
operacionalizado por Dimas Toledo, ex-diretor de engenharia de Furnas, e que
teria “vínculo muito forte” com Aécio. O responsável por intermediar e
viabilizar a operação teria sido o ex-deputado federal Eduardo Cunha (PMDB-RJ).
O caso envolve a compra, por Furnas, de
ações na hidrelétrica de Serra do Facão, em Goiás. Em 2007, Furnas já tinha
49,9% de participação na hidrelétrica, e a lei proibia que subsidiárias da
Eletrobras fossem acionistas majoritárias de empresas de energia. Por este
motivo, Furnas abriu mão de comprar as ações (29%, segundo a Polícia Civil) da
empresa Oliver Trust, que ofereceu sua participação por R$ 7 milhões.
O esquema se deu nos meses seguintes,
segundo as investigações. Em Brasília, uma Medida Provisória (MP) relatada por
Eduardo Cunha, revogou o impedimento legal para Furnas ser majoritária em
empresas de energia. As ações da Oliver Trust foram vendidas à Serra da Carioca
II, empresa criadas dias antes da operação, por R$ 7 milhões. Seis meses
depois, em 2008, já sem o impedimento legal, Furnas comprou da Serra da Carioca
as ações por R$ 80 milhões. A diferença de R$ 73 milhões é o que teria sido
desviado dos cofres de Furnas, uma empresa de economia mista (pública e
privada). A polícia investiga as ligações da Serra da Carioca com Eduardo
Cunha.
“Questionado ao depoente quem teria
recebido valores de Furnas, o depoente diz se que não sabe precisar, mas sabe
que Dimas operacionalizava pagamentos e um dos beneficiários dos valores
ilícitos sem dúvida foi Aécio Neves, assim como também o PP, através de José
Janene; que também o próprio PT recebeu valores”, diz o texto da delação
premiada.
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