Ex-deputado estava em Brasília, segundo
informou a PF
Rocha Loures, o homem de confiança de Michel Temer |
Julia Affonso, Fausto Macedo, Fábio
Serapião, Beatriz Bulla, Isadora Peron e Breno Pires
O Estado de São Paulo
A Policia Federal informou que o
ex-deputado Rodrigo Rocha Loures (PMDB-PR) foi preso neste sábado, 3, por
determinação do ministro Edson Fachin, do Supremo Tribunal Federal (STF), na
Operação Lava Jato. Rocha Loures é ex-assessor especial do presidente Michel
Temer (PMDB).
A prisão ocorreu na manhã deste sábado
em Brasília. O ex-deputado se encontra na Superintendência Regional da PF na
capital. Segundo a Federal, não há previsão, neste momento, de transferência.
Rocha Loures e o senador Aécio Neves
(PSDB-MG) foram gravados pelo empresário Joesley Batista, dono da JBS, em
negociação de pagamento de propina. Depois, ambos foram alvo de ações controladas
pela Procuradoria-Geral da República. Em um dos vídeos gravados pela Policia
Federal, Rocha Loures aparece ‘correndo’ com uma mala com R$ 500 mil.
A prisão de Rocha Loures havia sido
pedida pelo procurador-geral da República, Rodrigo Janot, na Operação Patmos,
desdobramento da Lava Jato. A captura de Rocha Loures foi negada por Fachin há
cerca de duas semanas.
O ministro do STF havia alegado a
imunidade parlamentar de Rocha Loures para não autorizar a prisão. O
ex-assessor de Temer havia assumido o mandato de deputado federal no lugar de
Osmar Serraglio (PMDB-PR) que foi ao Ministério da Justiça. Após ser deposto da
Justiça, Serraglio decidiu recusar a oferta de Temer para virar ministro da
Transparência e reassumi o seu mandato na Câmara.
Após Rocha Loures perder a prerrogativa
do foro privilegiado, já que Osmar Serraglio havia voltado à Câmara, Janot,
então, pediu a reconsideração da prisão do aliado de Temer na semana passada. O
procurador pediu novamente a prisão tanto relativa a Rocha Loures quanto ao
senador afastado Aécio Neves.
Para o procurador-geral da República, a
prisão dos dois é “imprescindível” para garantia da ordem pública e instrução
criminal, diante de fatos gravíssimos que teriam sido cometidos pelos
parlamentares.
Rocha Loures é investigado por
supostamente agir em nome de Temer e na condição de “homem de confiança” do
presidente para interceder junto à diretoria do Conselho Administrativo de
Defesa Econômica (Cade) – órgão antitruste do governo federal – em benefício da
JBS. Delatores da JBS dizem que foi prometida uma “aposentadoria” de R$ 500 mil
semanais durante 20 anos ao peemedebista e ao presidente Temer.
Em áudio gravado pelo delator Joesley
Batista, acionista do grupo que controla a JBS, durante visita ao Palácio do
Jaburu, na noite de 7 de março, Temer indica Rocha Loures para ser seu
interlocutor junto à JBS, segundo a PGR. Na conversa, o presidente sugeriu que
o empresário poderia tratar de qualquer assunto com seu então assessor, o então
deputado Rocha Loures.
A defesa de Temer havia pedido a
separação da investigação do presidente em relação a Rocha Loures, mas Fachin
negou. “Há informações quanto à ligação entre Michel Miguel Elias Temer Lulia e
Rodrigo Rocha Loures, porque, em tese, este teria agido em nome daquele, o que
impede, pela conexão dos fatos, qualquer deliberação acerca de desmembramento
no particular, ao menos na presente etapa do procedimento”, disse o ministro,
em decisão tomada na terça-feira, 30.
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