Equipe Técnica da Caema mostrou todas as
etapas de tratamento de esgotos aos deputados estaduais.
Para aprimorar ainda mais o trabalho, nos próximos meses deve entrar em funcionamento um equipamento para desinfecção do material final. É o chamado ozonizador.
Engenheiros da Companhia de Saneamento
Ambiental do Maranhão (Caema) guiaram visita de deputados estaduais à Estação
de Tratamento (ETE) Vinhais na manhã desta segunda-feira (25), em São Luís.
Durante a visita, os técnicos explicaram aos parlamentares como o esgoto é
tratado e em quais condições é despejado na natureza.
“Cem por cento do esgoto que entra na
ETE Vinhais é tratado adequadamente”, diz o coordenador de tratamento
metropolitano da Caema, Afonso Alencar. Isso também vale para a ETE Bacanga e a
ETE Jaracati.
“O tratamento biológico feito na estação
faz que os efluentes [material gerado após o processo de limpeza] sejam
despejados nos padrões da resolução Conama 430, com uma carga orgânica menor ou
igual a que já está no meio ambiente”, explica o químico sanitário.
Ele acrescenta que o processo não reduz
totalmente a cor e a turbidez do material tratado, mas que isso não interfere
no resultado final. De acordo com Alencar, por meio do tratamento biológico é
possível eliminar entre 70 a 80% do volume de bactérias do esgoto tratado – o
que atende aos padrões exigidos. Isso significa que, no final do processo, ele
não é mais esgoto.
Para aprimorar ainda mais o trabalho,
nos próximos meses deve entrar em funcionamento um equipamento para desinfecção
do material final. É o chamado ozonizador. É uma complementação ao trabalho que
já é feito atualmente. Com isso, a eliminação de bactérias dos efluentes
despejados vai subir para um nível entre 90 e 100%.
Etapas
de tratamento
Ao entrar na ETE, o esgoto in natura
passa pelo primeiro tratamento, chamado de gradeamento. É nessa fase que são
retirados os elementos sólidos.
Depois, é a vez da desarenação, que é a
retirada da areia. Em seguida, o material vai para os reatores, onde camadas de
bactérias são lançadas para degradar a matéria orgânica do produto.
Na etapa química, também chamada de
desinfecção, será usada a base de ozônio, um composto que não agride o meio
ambiente e é mais eficaz que o cloro, utilizado comumente em outras estações de
tratamento do Brasil.
A ETE Vinhais já dispõe do ozonizador,
aparelho por meio do qual o ozônio será posto em contato com o esgoto para a etapa
final de tratamento. A Caema aguarda a entrega de duas peças, em fase de
produção em fábrica especializada, para montagem e funcionamento da máquina.
A resolução Conama 430 refere-se ao
conjunto de normas do Conselho Nacional do Meio Ambiente, que colabora com o
governo na formação das políticas de proteção ao meio ambiente em todo o país.
Soluções
para o odor
A Caema estuda formas de minimizar ainda
mais o odor proveniente dos gases desprendidos do esgoto em tratamento na ETE
Vinhais. Tratado, o esgoto resulta em gases e lodo. Os gases, confinados em
tubos e canais, são direcionados para câmaras onde passam por processo de
queima para a redução do mau cheiro.
Antes da queima dos gases, são aplicadas
cargas de um polímero chamado peróxido de hidrogênio, reduzindo fortemente o
odor do esgoto em tratamento. As cargas são despejadas no esgoto in natura,
quando entra na estação, e nos tanques de contato, antes da saída dos
efluentes.
“A arborização de eucaliptos ao longo da
estação também vai proteger a comunidade em volta do mau cheiro. Essas são
algumas ações, e continuamos a buscar outras por meio de consultores”, afirma o
diretor de meio ambiente e obras da Caema, João José.
Reforma
e ampliação
Além de construir a ETE Vinhais, o
Governo do Maranhão realiza melhorias nas ETEs Jaracati e Bacanga, que havia
anos não passavam por reformas e foram entregues ociosas para a atual gestão.
Elevatórias e redes coletoras também são instaladas para ampliar a captação de
esgoto na capital.
“A estação do Jaracati hoje opera com
três reatores. Está em andamento o projeto de duplicação da estação, para
colocar em funcionamento mais três reatores e implantar redes coletoras em todo
o bairro do São Francisco”, diz o engenheiro da Caema, Milton dos Santos Lima.
As obras de reforma, ampliação e
construção de estações de tratamento, além da instalação de elevatórias e redes
coletoras fazem parte do Programa Mais Saneamento.
Só em redes coletoras, o Mais Saneamento
já instalou cerca de 100 quilômetros desde 2015. Por meio do programa, o
Governo executa projetos para reforma da ETE Bacanga e construção da ETE Anil,
previstas para 2018.
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