O oligarca José Sarney bem sabe o
tamanho da impopularidade do presidente Michel Temer. Na verdade, todos sabem.
Até sua filha Roseana, candidata ao governo do Maranhão pelo PMDB. Ela não sabe
mais onde pôr a sombra funesta do temerário Temer em sua campanha. Roseana foge
de Temer "como o diabo foge da cruz".
Para a imprensa nacional, Sarney é o
principal conselheiro de Temer e aliado de primeira hora do presidente. Apesar
da proximidade, na semana passada, em artigo publicado na revista Época sobre o
papel dos vice-presidentes, Sarney estrategicamente oculta Temer da história
política brasileira.
No texto, Sarney defende o papel
essencial da Vice-Presidência para o funcionamento do presidencialismo, mas não
cita que o amigo Temer assumiu o posto como beneficiário de um golpe político
que derrubou Dilma Rousseff. A manobra custou caro ao país e ao regime
presidencialista: levou o Brasil a maior crise institucional da sua história, e
transformou Temer no presidente mais impopular desde a redemocratização - mais
rejeitado até que... SARNEY!
Mas Sarney tratou de ocultar até sua
própria biografia como vice. Substituto de Tancredo Neves, Sarney caiu por
acaso na Presidência. Braço civil dos militares, o então vice-presidente Sarney
assumiu o lugar do falecido Tancredo para entrar para a história como ‘traidor’
da “nova república” e capitão da hiperinflação.
Os vices Temer e Sarney não deveriam jamais
ter assumido a Presidência. Temer vai ser lembrado pelas retrógradas reformas.
Tal como Sarney, ícone de um governo medíocre em uma era que ficou conhecida
como “a década perdida”.
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