Em cumprimento a mandado de prisão
preventiva, foi capturado, na manhã de quarta-feira (19), o foragido da Justiça
Evene da Silva Cordeiro, conhecido como “Nego Evane”, de 36 anos, na cidade de
Paço do Lumiar, na região metropolitana de São Luís.
Segundo informação da polícia, “Nego
Evane” é integrante de uma quadrilha denominada “Indústria da Morte”, que atua
na cidade de São Pedro da Água Branca, a 699 km de São Luís, e que comete
assassinatos com conatação política.
Conforme revelado pela Delegacia
Especial de Paço do Lumiar, responsável pela localização do foragido, essa
quadrilha já vitimou várias pessoas, incluindo um suplente de vereador que se
chamava Orlando Pedrosa Rocha, assassinado a tiros em junho de 2009 na cidade
onde o grupo possui “base”.
Essa organização criminosa, segundo a
fonte, existe desde 2004, com a prática de homicídios e tentativas de homicídios.
Em
2010, a delegada Nilmar da Gama investigou a “Indústria da Morte”
Segundo Nilmar da Gama, em entrevista em
2010, a descoberta da “indústria da morte” se deu com a elucidação do
assassinato do suplente de vereador Orlando Pedrosa Rocha, no dia 23 de junho
de 2009. Ele foi executado com quatro tiros, dentro do Restaurante Quero Mais,
de sua propriedade, no centro da cidade. O autor do assassinato foi Edmilson
Almeida, que foi recolhido à Central de Custódia de Presos de Justiça (CCPJ) de
Imperatriz.
O mandante, de acordo com a delegada,
foi Edilson Ângelo Pereira do Nascimento, o Edilson do Isqueiro, natural de São
Pedro da Água Branca e que já foi vereador do município. À época, ele estava
com com mandado de prisão preventiva em aberto, e se encontrava nos Estados Unidos.
Ele patrocinava o crime mandando dólares para os comparsas na cidade.
“Desde 2004, vinham acontecendo, no
município, crimes com conotação política. Com a morte do suplente Orlando
Rocha, a população exigiu investigações para frear a onda de violência, pois a
cidade estava virando uma terra sem lei”, disse Nilmar da Gama.
Após diligências feitas nos estados do
Pará e Tocantins, além do Maranhão, a Delegacia Geral chegou à conclusão que
era Edilson do Isqueiro que vinha “encomendando” as mortes. “De acordo com uma
testemunha, o agenciador era Pedro Viera Bonfim – também preso na CCPJ –
ex-secretário municipal de Administração”, mencionou a delegada.
Mortes
Foi feita, inclusive, uma lista com 10
nomes, que deveriam ser assassinados, e algumas realmente o foram. Entre os
mortos, figuram, além do suplente de vereador, o ex-secretário municipal do
Meio Ambiente, de nome Osmar, assassinado em Imperatriz; Edimar Medrade,
vereador que foi morto em 2008; outras duas pessoas, um comerciante e um
ex-vereador, sofreram atentados.
As investigações apontaram, além de
Edilson do Isqueiro e Pedro Vieira Bonfim, mais sete pessoas que fazem parte
das matanças. Foram indiciados Marcos Silva Costa (mandado de prisão em
aberto), Francisco Florentino da Silva, o Fava, preso na CCPJ), Natal Pereira
de Brito, Antônio Luís de Sousa (preso na CCPJ), Ramon Ferreira Bonfim (em
liberdade, com mandado de prisão preventiva), e Evene da Silva Cordeiro (em
liberdade, com mandado de prisão preventiva).
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