Moradores dos povoados Mato Grosso e
Coquilho, na zona rural de São Luís, fizeram, neste domingo (13), homenagens
aos três jovens assassinados a tiros nas proximidades do Residencial Minha
Casa, Minha Vida.
Na parte da manhã e início da tarde, foi
realizado um torneio de futebol beneficente, com o objetivo de arrecadar
alimentos para as famílias dos jovens. Por volta de 16h, centenas de pessoas
participaram de uma caminhada por Justiça, cobrando que todos os envolvidos na
chacina sejam identificados e presos.
Cerca de 300 camisas brancas, com as
fotos dos três jovens, foram distribuídas aos participantes da caminhada, que
percorreu as ruas principais das duas comunidades.
A reportagem do blog esteve na área do
Minha Casa, Minha Vida, onde os jovens foram assassinados. A segurança do local agora é feita por vigilantes contratados pela empresa na própria comunidade. As duas
carcaças de ônibus, incendiados em protestos no dia em que os corpos foram encontrados,
continuam na entrada da obra, que foi embargada pela justiça.
Estivemos também na casa de um dos
jovens, Joanderson Diniz. A mãe, ainda abalada, disse que o filho ajudava no sustento da casa e
que era muito carinhoso. Ela lembra que ficou sem o marido muito cedo e luta
para criar os filhos sozinha.
“Sempre lutei para criar bem meus
filhos, mesmo sem o marido e com muitas dificuldades. Meu filho nunca andou armado e nem se envolveu em crime. Só
passava nessa área para tomar banho no açude ou pegar caranguejo. Ali sempre
foi passagem da comunidade. O problema é que um segurança disse que não ia com
a cara dele, mesmo sem meu filho ter feito nada pra ele. O que fizeram foi
covardia e quero justiça”, disse a mãe de Joanderson.
A família mora em uma casa de taipa, em
condições precárias e sem móveis. Ao lado, tem uma construção de alvenaria
abandonada há alguns anos. Ela disse que o objetivo é concluir a casa, mas está
sem condições e espera contar com ajuda para concretizar o sonho de ter uma
moradia em melhores condições.
Segundo informações do avô de um dos
jovens, na última sexta-feira (11) foi feita a reconstituição da chacina, que
contou com um forte aparato de segurança.
A
chacina
Os jovens Gildean Castro Silva, de 14
anos, Gustavo Feitosa Monroe,18, e Joanderson da Silva Diniz, 17, foram
assassinados em uma região de mato no bairro Coquilho, zona rural de São Luís. Os corpos foram encontrados na manhã de sexta-feira (04). A princípio, segundo a polícia, todos foram mortos por arma de fogo com tiros
na nuca. O crime teria sido cometido por seguranças de uma empresa contratada
pela K2 Engenhaira, responsável pela obra.
Um
PM preso e dois ouvidos
O policial militar Hamilton Caires
Linhares foi preso na manhã de segunda-feira (7) por suspeita de participação
no triplo homicídio dos três jovens.
Segundo a Polícia Civil, o PM confessou
que perseguiu os meninos e deu um tiro para cima para assustá-los, mas negou a
autoria do crime. Ele disse ainda que perdeu a própria arma e que usou uma arma
emprestada pelo PM João Inaldo.
Na quarta-feira (9), foi ouvido o
policial militar João Inaldo Corrêa Júnior por ser o suposto dono de uma arma
usada para dar um tiro para cima no dia do crime. Após o depoimento, o PM foi
liberado.
Na terça (8), a polícia já tinha ouvido
o depoimento de outro PM identificado apenas como Leonardo, além de um agente
penitenciário. Eles faziam a vigilância armada de um condomínio em construção
na região, onde os meninos chegaram a ser vistos com vida um dia antes do
crime.
As primeiras investigações apontam que
os três jovens teriam sido perseguidos no interior do condomínio ‘Minha Casa,
Minha Vida’, pela equipe de vigilância do local. As vítimas teriam sido torturadas
e levadas para um matagal, a 2 km da obra, onde foram executadas.
Os depoimentos das testemunhas afirmaram
que os jovens estavam indo para uma área de banho próximo ao condomínio. Não
existe comprovação eles teriam envolvimento com algum delito. Os mesmo estavam
desarmados e foram executados com as mãos na cabeça, além de serem observados
hematomas, que podem indicar tortura antes das execuções.
A equipe de vigilância do local já vinha
tendo uma série de conflitos com os moradores da região, que usavam as
dependências do condomínio para ter acesso ao mangue, de onde também tiravam
caranguejos.
Veja vídeos da reportagem do blog
TODOS OS LOUROS A VOCÊ, MEU CARÍSSIMO GILBERTO LIMA POR ESSE SEU TRABALHO DE COBERTURA INESPERADA SOBRE O INJUSTO INFORTÚNIO OCORRIDO COM OS NOSSOS TRÊS JOVENS COQUILHIANOS NO DIA 4/01/19. INFORTÚNIO QUE FICARÁ ETERNAMENTE, REVOLTADAMENTE, INCONSOLAVELMENTE,... REGISTRADO NA MEMÓRIA FATÍDICA DA NOSSA COMUNIDADE E NA HISTÓRIA DO JORNALISMO MARANHENSE. ISSO NÃO FICARÁ IMPUNE! A JUSTIÇA DO NOSSO ID CLAMA OLHO POR OLHO DENTE POR DENTE, MAS A DO SUPEREGO ESPERA AQUILO QUE AS NOSSAS TÃO CRITICADAS LEIS PENAIS CONCEDEM A NÓS. APESAR DO NOSSO IDIOSSINCRÁSICO RANCOR VAMOS ADOTAR ESSA JUSTIÇA, EM VEZ DAQUELA. SABEMOS QUE DEUS ESTÁ CONOSCO.
ResponderExcluirRESSALVAS: APESAR DE POUQUÍSSIMOS ERRINHOS DE ORTOGRAFIA E CONCORDÂNCIA VERBAL, O TEXTO DIGITADO SOBRE TRAGÉDIA COQUILHIANA, NÃO ARRANHOU O EXCELENTE TRABALHO. PARABÉNS!
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