O governador Flávio Dino criticou o
decreto do presidente Jair Bolsonaro que flexibiliza a posse de armas no
Brasil, e ensinou como diminuiu a criminalidade no Maranhão fazendo exatamente
o contrário, tirando de circulação milhares de armas, em entrevista ao programa
‘Diálogos’, da GloboNews, que foi ao ar na noite desta quinta-feira (17).
“Conseguimos tirar São Luís da lista das
50 cidades mais violentas do país, com redução de mais de 60% no número de
homicídios. Criamos bonificação para policiais que vão de R$ 300 a R$ 1500. Se
for campeão de apreensão ganha até R$ 20 mil”, ressaltou Dino, ao explicar que
conseguiu o feito com o aumento de operações, investigações e campanas nas
Forças de Segurança do Estado.
Sobre o decreto de Bolsonaro, o
governador do Maranhão classificou como “um retrocesso, um passo atrás”, e
explicou que o Estatuto do Desarmamento conseguiu reduzir o ritmo crescente de
homicídios em todo o país. “Ele conseguiu conter a escalada da violência”,
afirmou.
Em relação ao raciocínio jurídico do
decreto assinado pelo presidente, Dino disse que ele acaba contrariando a lei,
pois “o decreto é um instrumento operacional da lei”. Ele criticou o fato de
que a iniciativa do governo Bolsonaro presume que todos os brasileiros têm
necessidade de possuir uma arma.
O governador ressaltou um aspecto
importante do decreto. “Além de ser ineficaz do ponto de vista da política
pública, é uma medida só para os ricos”, enfatizou, ao comentar que uma arma
custa em torno de R$4 mil a R$ 5 mil reais.
“Acaba sendo uma coisa mais demagógica,
simbólica. Para a imensa maioria do povo que vivencia o cenário de violência
acaba sendo uma medida ineficaz, e por isso que o governo fica devendo”,
pontuou.
Ideias
mais úteis
Durante a entrevista, Flávio Dino
discorreu sobre as ideias que ele tem apresentado para a problemática da
segurança pública no Brasil, como a qualificação das Forças Federais. Ele
lembrou que o ex-ministro da Segurança Pública, Raul Jungmann, conseguiu avançar
em temas importantes como o Sistema Único da Segurança Pública e o Fundo de
Segurança Pública. “Nós precisamos ampliar isto”, frisou.
Dino defendeu uma Força Federal
permanente, e disse que a Força Nacional é uma improvisação, incapaz de
controlar fronteiras, tráfico de drogas e armas. Ele assinalou ainda que a
Polícia Federal e as Forças Armadas estão com dificuldades de intervir na
segurança pública. “Precisamos de algo novo”, concluiu ao defender suas ideias.
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