A Delegacia de Homicídios do Rio de
Janeiro começou a ouvir na sexta-feira (8) os policiais militares envolvidos na
morte de 14 pessoas durante operação realizada nos Morros do Fallet-Fogueteiro
e dos Prazeres, localizados na região central da cidade. De acordo com a
Polícia Civil, as armas dos PMs foram recolhidas e vão passar por perícia. Os
peritos também estiveram em um imóvel na comunidade do Fallet, em Santa Teresa,
onde pelo menos dez dos 14 suspeitos teriam sido mortos. Os investigadores
apuram se o grupo foi executado.
Inicialmente, a PM havia informado que
as vítimas tinham sido localizadas nas ruas da favela do Fallet-Fogueteiro,
após fim do confronto entre traficantes e policiais que estavam em operação na
comunidade. De acordo com a corporação, os suspeitos foram socorridos para o
hospital Souza Aguiar, no Centro. No entanto, a secretaria municipal de Saúde
informou que 13 homens deram entrada sem vida na unidade.
Posteriormente, o 14º ferido, que chegou a ser internado no Centro de Tratamento Intensivo (CTI), não resistiu e morreu. Segundo a Comissão de Direitos Humanos da OAB (Ordem dos Advogados do Brasil), parentes das vítimas acusam a polícia de terem atirado no grupo que já estava rendido.
Posteriormente, o 14º ferido, que chegou a ser internado no Centro de Tratamento Intensivo (CTI), não resistiu e morreu. Segundo a Comissão de Direitos Humanos da OAB (Ordem dos Advogados do Brasil), parentes das vítimas acusam a polícia de terem atirado no grupo que já estava rendido.
Em nota, a Defensoria Pública do Estado
do Rio de Janeiro disse que está acompanhando o caso. "A instituição está
com contato com moradores para articular visita à comunidade do Fallet nos
próximos dias, com o objetivo de ouvir relatos". De acordo com a PM,
durante as operações foram apreendidos quatro fuzis, 14 pistolas e três
granadas, e 11 pessoas estão presas sob a suspeita de envolvimento com o
tráfico. Do número total de vítimas, 10 foram mortas no Fallet-Fogueteiro e
outras três no Morro dos Prazeres, no Catumbi. Ainda não há informações sobre
onde a 14ª vítima foi baleada.
Disputa
de território
De acordo com a PM, a região vive uma
disputa de traficantes por territórios. No início da semana, integrantes do
Comando Vermelho, que domina as comunidades do Fallet-Fogueteiro e Prazeres,
invadiram o Morro da Coroa. A região, até então, era dominada pelo Terceiro
Comando Puro. Nos últimos dias, houve vários confrontos nessas comunidades e
vias no entorno chegaram a ser interditadas ao trânsito.
Operação
violenta
A operação desta sexta-feira foi a ação
policial mais violenta no estado em mais de dois anos. Levantamento feito pelo
laboratório de dados Fogo Cruzado a pedido da reportagem do UOL mostra que,
desde o segundo semestre de 2016, quando a organização começou a funcionar, não
houve registro de uma operação de forças de segurança com tantos mortos no
estado.
Segundo a Polícia Militar, os mortos
seriam suspeitos de envolvimento com o tráfico de drogas. As identidades deles
ainda não foram reveladas pela corporação, que diz ter encontrado os corpos
após o confronto. Em nota enviada ao UOL a PM afirmou que "equipes
policiais reagiram à injusta agressão proveniente dos criminosos".
“Abate”
com fuzil
O governador do Rio Wilson Witzel
defendeu durante a campanha e o início de seu governo "abate" de
criminosos armados com fuzil. Na cerimônia de posse, o chefe do Executivo
afirmou que quem porta fuzil deve ser tratado como terrorista. A afirmação foi
repetida em outras ocasiões como na posse do secretário de Estado da Polícia
Militar, Rogério Figueiredo. "Quem usa um fuzil porque quer dominar um
território é um terrorista e assim será tratado". Vamos retomar a
tranquilidade de qualquer comunidade", defendeu Witzel na ocasião. A
assessoria do governador foi procurada para comentar a operação desta
sexta-feira, mas até agora não houve retorno.
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