O governador Flávio Dino anunciou que
seguirá lutando em defesa da democracia, ao contrário do governo de Jair
Bolsonaro, que pretende comemorar o 31 de março em todos os quarteis do País.
O governador anunciou em seu Twitter que
irá homenagear dois maranhenses que foram perseguidos durante o período sombrio
que o País enfrentou de 1964 a 1985. A homenagem à médica Maria Aragão e ao
poeta Bandeira Tribuzi será realizado no sábado (30), às 16h.
“Democracia Sempre, Ditadura Nunca Mais.
Sábado 16h irei homenagear a memória de dois perseguidos pela ditadura militar
no Maranhão: o poeta Bandeira Tribuzi e a médica Maria Aragão. Todos estão
convidados”, disse Flávio Dino.
Os homenageados
A médica Maria José Camargo Aragão nasceu em São Luís, no dia 10 de
fevereiro de 1910. Vinda de uma família de sete filhos, a comunista do
Maranhão, como ficou conhecida, enfrentou todos os preconceitos por ser negra e
mulher. Mudou-se para o Rio de Janeiro, onde dava aulas para conseguir a
formação em Medicina pela Universidade do Brasil.
Maria Aragão foi médica, professora,
diretora do jornal Tribuna do Povo e fez história como líder do Partido
Comunista do Brasil. Ela iniciou sua carreira como pediatra, mas mudou sua
especialização para ginecologista com o intuito de defender a valorização da
saúde da mulher.
A médica, dotada de um grande senso de
liderança, enfrentou as oligarquias políticas (poder político concentrado nas
mãos de poucos) e por isso sofreu perseguições, agressões físicas e morais,
além de ser presa diversas vezes durante a Ditadura Militar. Maria Aragão se
desiludiu com a linha ideológica do PCB e em 1981, filiou-se ao PDT. Aos 81
anos, ela estava totalmente dedicada à saúde da população humilde e dos negros.
A médica morreu em 23 de junho de 1991,
em São Luís. Ela foi homenageada no documentário “Maria Aragão e Organização
Popular”, realizado pela Escola Nacional Florestan Fernandes. Em 2003, foi
inaugurado o Memorial Praça Maria Aragão, no Centro Histórico de São Luís, que
foi projetado por Oscar Niemeyer.
Bandeira
Tribuzi, pseudônimo de José Tribuzi Pinheiro Gomes, nasceu
em São Luís, em 2 de fevereiro de 1927, e morreu em 8 de setembro de 1977. Filho
de pai português, até 1946 viveu em Portugal, estudando na Universidade de
Coimbra.
Formou-se em Filosofia e Ciências
Econômicas e Sociais, e concluiu o seminário superior maior, a pedido do pai,
mas não deu continuidade à vida religiosa. Em 1946, Bandeira Tribuzzi retornou
a São Luís, dedicando-se intensamente à literatura e ao jornalismo. Além disso,
destacou-se como poeta, músico, economista, professor, compositor e ensaísta,
trabalhando como funcionário do Governo do Estado e escrevendo em jornais
locais.
São de sua autoria os versos que compõem
o Hino de São Luís. Em sua homenagem, o Governo do Estado construiu na década
de 80 um memorial que leva o seu nome, assim como a ponte que liga o bairro da
Camboa ao Jaracati, no final dos anos 70 e início dos 80.
Iniciou o Modernismo no Maranhão em
1948, com a publicação do livro de poesia "Alguma Existência". Fez
parte de um movimento literário difundido através da revista que lançou o
modernismo no Maranhão, A Ilha, da qual foi um dos fundadores. Foi também um
dos fundadores do jornal O Estado do Maranhão.
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