Rádio Voz do Maranhão

quarta-feira, 27 de março de 2019

Flávio Dino irá homenagear a memória dos maranhenses perseguidos pela ditadura


O governador Flávio Dino anunciou que seguirá lutando em defesa da democracia, ao contrário do governo de Jair Bolsonaro, que pretende comemorar o 31 de março em todos os quarteis do País.

O governador anunciou em seu Twitter que irá homenagear dois maranhenses que foram perseguidos durante o período sombrio que o País enfrentou de 1964 a 1985. A homenagem à médica Maria Aragão e ao poeta Bandeira Tribuzi será realizado no sábado (30), às 16h.

“Democracia Sempre, Ditadura Nunca Mais. Sábado 16h irei homenagear a memória de dois perseguidos pela ditadura militar no Maranhão: o poeta Bandeira Tribuzi e a médica Maria Aragão. Todos estão convidados”, disse Flávio Dino.

Os homenageados
A médica Maria José Camargo Aragão nasceu em São Luís, no dia 10 de fevereiro de 1910. Vinda de uma família de sete filhos, a comunista do Maranhão, como ficou conhecida, enfrentou todos os preconceitos por ser negra e mulher. Mudou-se para o Rio de Janeiro, onde dava aulas para conseguir a formação em Medicina pela Universidade do Brasil.

Maria Aragão foi médica, professora, diretora do jornal Tribuna do Povo e fez história como líder do Partido Comunista do Brasil. Ela iniciou sua carreira como pediatra, mas mudou sua especialização para ginecologista com o intuito de defender a valorização da saúde da mulher.

A médica, dotada de um grande senso de liderança, enfrentou as oligarquias políticas (poder político concentrado nas mãos de poucos) e por isso sofreu perseguições, agressões físicas e morais, além de ser presa diversas vezes durante a Ditadura Militar. Maria Aragão se desiludiu com a linha ideológica do PCB e em 1981, filiou-se ao PDT. Aos 81 anos, ela estava totalmente dedicada à saúde da população humilde e dos negros.

A médica morreu em 23 de junho de 1991, em São Luís. Ela foi homenageada no documentário “Maria Aragão e Organização Popular”, realizado pela Escola Nacional Florestan Fernandes. Em 2003, foi inaugurado o Memorial Praça Maria Aragão, no Centro Histórico de São Luís, que foi projetado por Oscar Niemeyer.

Bandeira Tribuzi, pseudônimo de José Tribuzi Pinheiro Gomes, nasceu em São Luís, em 2 de fevereiro de 1927, e morreu em 8 de setembro de 1977. Filho de pai português, até 1946 viveu em Portugal, estudando na Universidade de Coimbra.

Formou-se em Filosofia e Ciências Econômicas e Sociais, e concluiu o seminário superior maior, a pedido do pai, mas não deu continuidade à vida religiosa. Em 1946, Bandeira Tribuzzi retornou a São Luís, dedicando-se intensamente à literatura e ao jornalismo. Além disso, destacou-se como poeta, músico, economista, professor, compositor e ensaísta, trabalhando como funcionário do Governo do Estado e escrevendo em jornais locais.

São de sua autoria os versos que compõem o Hino de São Luís. Em sua homenagem, o Governo do Estado construiu na década de 80 um memorial que leva o seu nome, assim como a ponte que liga o bairro da Camboa ao Jaracati, no final dos anos 70 e início dos 80.

Iniciou o Modernismo no Maranhão em 1948, com a publicação do livro de poesia "Alguma Existência". Fez parte de um movimento literário difundido através da revista que lançou o modernismo no Maranhão, A Ilha, da qual foi um dos fundadores. Foi também um dos fundadores do jornal O Estado do Maranhão.

Preso na ditadura, Tribuzi escreveu, no quartel do 24º BC, Poemas do Cárcere. 
















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