O
governador do Maranhão, Flávio Dino, enfatizou a necessidade de um "debate
realmente urgente para Educação do Brasil", mas alertou para o risco de
paralisia que uma nova operação Lava Jato pode proporcionar, conforme anunciada
pelo presidente Jair Bolsonaro nessa segunda-feira (4)
O governador do Maranhão, Flávio Dino,
enfatizou a necessidade de um "debate realmente urgente para Educação do
Brasil", mas alertou para o risco de paralisia que uma nova operação Lava
Jato pode proporcionar.
"Claro que eventuais ilegalidades e
desperdícios devem ser combatidos, mas sem paralisar o setor educacional. Seria
insensatez e irresponsabilidade. Portanto, muita atenção com esse discurso de
uma 'nova lava-jato'", escreveu.
O tweet de Flávio Dino rebate o
presidente Jair Bolsonaro, que nesta segunda-feira (4), também através do Twitter,
informou o pais que pretende dar início a uma feroz campanha de perseguição na
Educação brasileira. Ele ameaça estudantes, professores e funcionários de
escolas e Universidades com uma Lava Jato ideológica. Em suas mensagens, prevê
que haverá resistência: "Sabemos que isto pode acarretar greves e
movimentos coordenados". E insinua que haverá repressão. Chefe do
Executivo, dá ordens ao Judiciário. Enquanto o país celebra o Carnaval da
repulsa ao bolsonarismo, ele urde sua vingança.
Claro que eventuais ilegalidades e desperdícios devem ser combatidos, mas sem paralisar o setor educacional. Seria insensatez e irresponsabilidade. Portanto, muita atenção com esse discurso de uma “nova lava-jato”.— Flávio Dino (@FlavioDino) 5 de março de 2019
Na sequência de tweets, Bolsonaro
manipula as informações para criar a ideia de que se gasta "demais"
com educação no país. Ele constata o salto dos investimentos brasileiros em
educação durante os governos do PT: "Em 2003 o MEC gastava cerca de R$30bi
em Educação e em 2016, gastando 4 vezes mais, chegando a cerca de R$130
bi". Para em seguida tentar transformar essa evolução aplaudida
mundialmente em um fato "negativo": o Brasil "ocupa as últimas
posições no Programa Internacional de Avaliação de Alunos (PISA)" -na
avaliação do Programa Internacional de Avaliação de Estudantes (Pisa, na sigla
em inglês)de 2016, o país ficou na 63ª posição em ciências, na 59ª em leitura e
na 66ª colocação em matemática.
Além da repressão, os tweets servem como
anúncio de mais cortes na educação. Bolsonaro claramente enuncia a tese de
"gastar menos e melhor", que não encontra qualquer conexão com a
realidade histórica. "Brasil gasta mais em educação em relação ao PIB que
a média de países desenvolvidos" -escreve ele ou algum assessor em um dos
tweets, escondendo que o país, no mesmo ano da última aplicação do PISA (2016),
tinha gasto acumulado por aluno de US$ 38.190 por ano, ou seja, o equivalente a
42% da média de US$ 90.294 de investimento feito por estudante em países da OCDE
(Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Econômico).
De maneira proposital, Bolsonaro
apresenta o número do orçamento para Educação do último ano dos governos do PT
-o orçamento de 2016, aprovado em 2015, ainda sob o governo Dilma Roussef. É a
indicação de que os ataques serão contra o melhor período da Educação no país.
Em suas mensagens, ele escamoteia que desde então, por conta do texto de gastos
e da vontade política que controla o Executivo desde o golpe de 2016, a
Educação no Brasil só tem tido cortes e deixou de ser prioridade. No orçamento
de 2018, a Educação já sofreu uma redução orçamentária para R$ 144 bilhões.
Informações do Brasil 247
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