São
cumpridos mandados de busca e apreensão na 2ª fase da Operação Decantação, que
mira desvios na Companhia de Saneamento de Goiás. Justiça também determinou o
sequestro de 65 imóveis avaliados em R$ 35 milhões.
A Polícia Federal cumpre nesta
quinta-feira (28) mandados de busca e de prisão na Operação Decantação 2, que
investiga fraude em licitações e desvio de dinheiro na Companhia de Saneamento
de Goiás (Saneago). O ex-governador José Eliton (PSDB) é alvo de mandados de
busca e apreensão.
De acordo com a Polícia Federal,
empresários, dirigentes da empresa e agentes públicos são investigados pelos
desvios, cometidos entre os anos de 2012 e 2016. Ao todo, a operação cumpre
cinco mandados de prisão temporária e oito de busca em endereços de
investigados e pessoas ligadas ao ex-governador, em Goiânia e Aparecida de
Goiânia, na Região Metropolitana da capital.
Durante as buscas, os policiais acharam
uma mala de dinheiro na casa de uma das mulheres detidas. Segundo a PF, há R$
800 mil.
Os mandados judiciais também envolvem
sequestro de 65 imóveis, avaliados em R$ 35 milhões.
Desvio
de dinheiro
A polícia informou que os desvios
investigados na operação realizada nesta manhã ocorreram na gestão de José
Eliton, que ficou no lugar de Marconi Perillo (PSDB) quando ele renunciou para
concorrer à eleição de 2017. Desta vez, Perillo não é alvo de mandados.
De acordo com a PF, foi constatado que
três empresas, de um único dono, foram beneficiadas em contratos com a Saneago,
mesmo com impedimentos fiscais e não sendo especialistas na prestação dos
serviços demandados, o que indica direcionamento de licitação.
Segundo as investigações, parte dos
recursos recebidos pela prestação de serviços à Saneago era repassada para o
chefe de gabinete do então governador do estado. Foi apurado ainda que José
Eliton teria utilizado, por diversas vezes, uma aeronave de propriedade de uma
das empresas beneficiadas pelos contratos.
Há indícios de que as empresas também
eram utilizadas para lavagem de dinheiro, uma vez que ficou comprovada
transferência de valores na ordem de R$ 28 milhões entre o chefe de gabinete do
ex-governador e a conta de uma das empresas.
Os envolvidos responderão, na medida de
suas participações, pelos crimes de associação criminosa, peculato, corrupção
passiva, corrupção ativa, fraudes em processos licitatórios e lavagem de
dinheiro, sem prejuízo de demais implicações penais ao final da investigação.
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