O duplo assassinato do holandês Joel
Bastiaens, de 24 anos, e da namorada, Sandra Maria Dourado de Souza, em
circunstâncias típicas de crime de encomenda, ocorrido em fevereiro de 2010, em
São Luís, permanece até hoje sem solução. A investigação criminal, iniciada em
2010, até a presente data não esclareceu o crime, nem apontou os autores e tampouco
puniu os responsáveis, constituindo-se em um caso grave de violação de direitos humanos.
Inconformados com a impunidade e a demora
das autoridades brasileiras para elucidar o duplo homicídio, a família do
holandês apresentou denúncia contra o Estado brasileiro perante a Comissão
Interamericana de Direitos Humanos (CIDH), sediada em Washington/EUA. A
denúncia foi apresentada em novembro do ano passado, por meio do escritório de
advocacia Nicodemos & Nederstigt Advogados Associados, durante visita de
membros da CIDH ao Brasil.
No próximo dia 31, o advogado da família
do holandês, Carlos Nicodemos, virá a São Luís para uma reunião com
representantes das secretarias de estado de Direitos Humanos e de Segurança
Pública, para cobrar explicação sobre a elucidação do crime.
“Este é um caso grave de violação de
direitos humanos das vítimas, visto que a demora para a elucidação por parte
das autoridades brasileiras é injustificável. Há nove anos que os familiares
estão sem uma explicação sobre o crime. A família holandesa quer a
identificação do autor ou autores e a punição dos responsáveis”, afirma o
advogado Carlos Nicodemos.
Na petição de 40 páginas apresentada à
CIDH, com relatos dos fatos constantes no inquérito policial, a família
solicita o cronograma com informações detalhadas sobre as ações e estratégias
para cumprir com a obrigação de investigar e elucidar o caso. É requerida ainda
a reparação integral aos familiares pelas violações de direitos humanos
perpetradas contra as vítimas.
Conforme consta no inquérito policial,
relatado na petição, as suspeitas recaem sobre o ex-marido de Sandra Dourado, o
empresário Sérgio Damiani. Sandra Dourado chegou a registrar boletim de
ocorrência por agressão e ameaça de morte contra o marido quando ainda estava
casada, entre os fatos que teria motivado o divórcio.
O inquérito cita ainda uma ação judicial
movida por Sandra Dourado contra o ex-marido, Sérgio Damiani, que tramitava na
1ª Vara da Família da Capital referente à venda de um terreno avaliado em R$
2,7 milhões, que teria ficado de fora da partilha de bens na época do divórcio.
A justiça deu ganho de causa a Sandra Dourado e o ex-marido foi condenado a
pagar parceladamente o valor de R$ 1.000.000,00 (um milhão de reais), sendo que
a primeira parcela seria efetivada no dia 09/03/2010 (nove dias depois do
crime).
O caso ganhou repercussão nacional e
internacional em diversos veículos de comunicação. Outra questão levantada
também segundo as reportagens na época, diz respeito à guarda dos filhos. Após
ter se divorciado, o que já não era bem aceito pelo ex-marido, a corretora
Sandra Dourado tentava retomar a guarda dos filhos.
Entenda
o caso
O holandês Joel Bastiaens e a namorada,
Sandra Maria Dourado de Souza, foram vítimas de homicídio em circunstâncias
típicas de crime de encomenda, sendo assassinados a tiros no dia 28 de
fevereiro de 2010, na Rua 20, casa 13, Alto do Jaguarema, no bairro Aracagy, em
São Luís. Eles eram corretores e no dia do crime, foram à casa esperar por um
cliente interessado em comprar o imóvel. A suspeita é que o casal teria sito
atraído até o local.
Na época, o inquérito foi aberto (Volume
I, “Inquérito Policial n.018/2010) na 7ª Delegacia de Polícia para apuração dos
fatos. Seis delegados estiveram à frente do inquérito, mas o caso nunca foi
elucidado.
Em 2014, os pais do holandês Joel
Bastiaens vieram ao Maranhão em busca de respostas das autoridades locais e
cobraram a elucidação do crime. Ao longo desses anos, a família denunciou a
falta de elucidação e a impunidade do crime em diversos veículos de comunicação
no Brasil e no exterior.
Joel Bastiaens chegou ao Brasil em 2015
para um estágio como corretor. Ele e Sandra Dourado estiveram juntos por quatro
anos e passaram a conviver maritalmente seis meses antes do assassinato.
Nos autos do inquérito policial, que o
ex-marido tinha “segurança pessoal, formada por pessoas armadas, inclusive,
policiais militares (...) e que possui uma arma de fogo.
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