Rádio Voz do Maranhão

segunda-feira, 27 de maio de 2019

PM do Maranhão que matou cabo em Teresina agia como “justiceiro” e teria assassinado mais três


O policial militar do Estado do Maranhão Francisco Ribeiro dos Santos Filho, acusado de matar o cabo da PM do Piauí Samuel Borges, é apontado como autor de mais três assassinatos. Os demais crimes foram praticados na região do bairro Pedra Mole (zona Leste de Teresina), onde, segundo a Polícia Civil, o acusado agia como uma espécie de justiceiro.

“Uma coisa que chegou pra nós e estamos investigando é que ele estava agindo como uma espécie de justiceiro naquela região, recebendo dinheiro de comerciante para matar pessoas envolvidas em crimes de roubo e furto”, destacou o coordenador do Departamento de Homicídios e Proteção à Pessoa (DHPP), delegado Francisco Costa, o Barêtta.

O policial também é apontado como o responsável pela morte de Felipe da Silva Araújo, Pedro Henrique de Sousa Florêncio e Diego Armando Alves do Nascimento. As execuções aconteceram em 2018.

“O delegado Robert Lavor [responsável pela investigação] recebeu a informação de que um indivíduo, numa moto, é quem tinha realizado esses assassinatos. Quando o cabo foi morto, recebemos a informação de que seria o mesmo elemento. Com essas informações do inquérito policial, o delegado resolveu requisitar a perícia na arma apreendida durante a morte do cabo Samuel, uma pistola .40 da Polícia Militar do Maranhão. Foram feitos os exames balísticos nos projéteis encontrados no corpo da vítima e foi comprovado que a arma que matou o cabo Samuel foi a mesma que matou Felipe, o Pedro Henrique e o Diego”, detalhou Barêtta.
Ainda de acordo com informações do delegado, o soldado só assumiu ter matado Pedro Henrique e Diego.

“Diante dos indícios materiais e testemunhais, o delegado Robert intimou o soldado para ser ouvido, inclusive ele foi ouvido no presídio. Lá ele afirmou que assumiu a morte do Pedro Henrique e do Diego, dizendo que matou porque eles o abordaram para tomar a moto dele de assalto. Só que verificamos que não houve nenhum registro de roubo naquele dia e nem contra alguma outra pessoa naquela região. Segundo familiares os jovens saíram para botar créditos no celular. Quanto ao Felipe, ele [Francisco Ribeiro] negou a autoria porque no dia 16 de agosto a arma dele teria sido subtraída da casa dele. Mas ele mesmo foi quem matou Felipe da Silva Araújo, as provas são claras”, acrescentou o coordenador do DHPP.

O soldado foi indiciado pelos dois crimes que assumiu ter praticado. O delegado Robert Lavor já representou pela prisão preventiva do acusado.

Audiência de Instrução

Nesta segunda-feira (27), Francisco Ribeiro passou audiência de instrução e julgamento relacionada ao homicídio do cabo Borges. A sessão foi iniciada, no Fórum Cível e Criminal de Teresina, por volta das 9h desta segunda-feira e interrompida agora à tarde. Uma testemunha do crime ainda será ouvida. A audiência continua na quarta-feira (29).

Entenda o caso
O cabo Samuel foi assassinado a tiros, na tarde do dia 1º de fevereiro deste ano, ao se envolver em uma discussão com outro policial no bairro Jockey, zona Leste de Teresina.

De acordo com informações passadas pela polícia, a vítima estava indo pegar o filho na escola quando se iniciou a briga com o outro policial. Ele foi alvejado com três tiros na frente do filho, de apenas 8 anos, na rua Cândido Ferraz, por volta das 13h, próximo ao colégio onde a criança estuda.

O filho do policial entrou em estado de choque e precisou da ajuda das testemunhas para se acalmar. Logo depois, familiares da vítima chegaram ao local e se depararam com o crime.

Francisco Ribeiro atua no 11º Batalhão da Polícia Militar de Timon. Ele foi abordado por populares e acabou sendo agredido depois de ter praticado o crime.

Com informações do Portal AZ/Teresina

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