Rádio Voz do Maranhão

terça-feira, 30 de julho de 2019

Vítima da irracionalidade de Bolsonaro, Felipe Santa Cruz será homenageado pelo governo do Maranhão


O governo do Maranhão anunciou nesta terça-feira (30) que vai homenagear Felipe Santa Cruz, presidente do Conselho Federal da Ordem dos Advogados do Brasil (OAB). A homenagem tem como propósito reconhecer o seu papel na defesa do Estado Democrático de Direito e do País.

Felipe Santa Cruz receberá a medalha e o diploma da Ordem dos Timbiras, no Grau de Grã-Cruz.

“Vamos homenagear em setembro o presidente do Conselho Federal da OAB, Felipe Santa Cruz, que visitará o Maranhão. A OAB e o seu atual presidente nacional tem importante papel em defesa do Estado Democrático de Direito e da Federação”, destacou Flávio Dino.

Os ataques de Bolsonaro contra o presidente da OAB

Durante entrevista na segunda-feira (29), Bolsonaro ofendeu o presidente da Ordem dos Advogados do Brasil (OAB), Felipe Santa Cruz, filho de Fernando Santa Cruz, ao minimizar o desaparecimento de seu pai. “Um dia se o presidente da OAB quiser saber como é que o pai dele desapareceu no período militar eu conto para ele. Ele não vai querer ouvir a verdade. Eu conto para ele”, disse Bolsonaro.

A declaração de Bolsonaro foi dada em resposta ao desfecho do processo judicial que considerou Adélio Bispo, autor da facada contra ele durante a campanha eleitoral, inimputável (isento de pena devido a doença mental). Por este motivo, ele ficará em um manicômio e não em um presídio.

Após ter usado o desaparecimento do pai para atacar o presidente da Ordem dos Advogados do Brasil (OAB), Felipe Santa Cruz, Jair Bolsonaro (PSL) negou que os militares estejam relacionados à morte dele.  Fernando Santa Cruz foi militante da Ação Popular que sumiu em 1974, durante a ditadura. O corpo dele nunca foi encontrado.

Em uma transmissão ao vivo feita enquanto cortava o cabelo, Bolsonaro acusou o próprio grupo de matá-lo. “Com quem eu tive informações? Com quem eu conversava na época, ora bolas”, disse. “E o pessoal da AP do Rio de Janeiro, primeiro ficaram estupefatos: ‘Como pode esse cara de Recife se encontrar conosco aqui?’. O contato não seria com ele, seria com a cúpula da AP de Recife. Eles resolveram sumir com o pai do Santa Cruz. Essa é a informação que tive na época. Qual é a tendência? ‘Se ele sabe, nós não podemos ser descobertos’. Existia essa guerra”, afirmou.

Quando desapareceu, Fernando Santa Cruz estava na casa do irmão Marcelo e chegou a adverti-lo, segundo a Comissão da Verdade, de que se não aparecesse teria sido preso. Em 2012, o delegado aposentado do DOPS Cláudio Guerra revelou em 2012 que ele e outros presos tiveram seus corpos incinerados no forno de uma usina em Campos, no Rio.

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