Durante a agenda em Brasília, nesta
terça-feira (8), o governador Flávio Dino participou do lançamento da Reforma
Tributária Sustentável, Justa e Solidária, na Câmara Federal. No evento, o
governador defendeu uma reforma que simplifique o sistema, mas que ao mesmo
tempo não penalize os mais pobres.
“É muito importante que nós tenhamos uma
reforma que atenda a dois objetivos. De um lado, modernização e simplificação
do sistema tributário. De outro, reforço do caráter progressivo do sistema
tributário”, pontuou o governador.
Para Flávio Dino, o Brasil precisa de uma
reforma tributária que diminua as desigualdades sociais, cobrando mais impostos
de quem tem mais capacidade contributiva. Com isso, seria possível promover
justiça fiscal.
“É preciso que os bilionários e
milionários tenham uma tributação mais condizente com a média internacional dos
países da OCDE, ou dos países da Europa ou dos Estados Unidos, para que haja
justiça fiscal, protegendo os mais pobres e a classe média. O Congresso
Nacional precisa garantir o cumprimento do princípio da capacidade
contributiva: quem ganha mais, tem que pagar mais. Quem ganha menos, tem que
pagar menos”, disse.
De acordo com Eduardo Fagnani, professor
da Unicamp e um dos autores da proposta, o principal gargalo do sistema
tributário brasileiro é taxar mais consumo do que renda. No Brasil, o consumo é
responsável por 49,7% da carga tributária, enquanto 21% é sobre a renda. Nos
Estados Unidos, por exemplo, a carga tributária sobre renda representa 49,1% da
arrecadação, restando ao consumo 17% da carga. Nenhum dos projetos que já
tramitam no Congresso Nacional revê a distorção brasileira.
“Tecnicamente, é possível ampliar cerca de
R$ 350 bilhões de receitas sobre renda e patrimônio, e reduzir na mesma
proporção R$ 350 bilhões sobre consumo”, garante Fagnani.
A proposta apresentada reduz a tributação
sobre bens e serviços e sobre os contribuintes que ganham até 15 salários
mínimos, isentando ou desonerando 87,25% dos brasileiros. Em contrapartida,
aumenta a taxação sobre patrimônio, transações financeiras e sobre as folhas
superiores a 15 salários mínimos, que, neste caso último, correspondem a apenas
750 mil contribuintes.
O presidente da Câmara dos Deputados,
Rodrigo Maia, e o relator da Reforma Tributária, deputado Aguinaldo Ribeiro,
também acompanharam o lançamento. A proposta está sendo apresentada como Emenda
Substitutiva Global nº 178/2019, pelas bancadas do PT, PSB, PDT, PSOL, PCdoB e
Rede, que compõe a liderança da minoria no Congresso.
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