terça-feira, 29 de outubro de 2019

Julião Amin relembra os 13 anos da derrota do sarneysismo e diz que Jackson Lago foi um exemplo de vida política


Por Julião Amin (com acréscimos)

Jackson Lago foi um grande opositor ao neoliberalismo, ao combater a #desigualdadesocial e promover o bem-estar do povo com justiça e progresso.

Neste 29 de outubro, há 13 anos, o povo maranhense foi para as ruas comemorar a vitória de Jackson Lago para o #GovernodoMaranhão.

Hoje, o que se vê é um grande movimento popular na América Latina, a exemplo do Chile, em que a Nação desperta para seus direitos, tornando-se protagonista de sua história.

Esses foram os ideais que Jackson Lago sempre cultivou em sua trajetória política, lutando contra uma perversa oligarquia arraigada no Maranhão, por décadas, realizando importantes conquistas com sua agenda social, como a construção de escolas e fortalecimento da saúde.

Jackson Lago lutou pelo povo e o priorizou nas #políticaspúblicas, que deixou como legado.

Coloco Jackson Lago ao lado de grandes lideranças progressistas, dentre as quais Salvador Allende, em quem buscou inspiração.

Me sinto muito honrado de ter estado ao lado desse grande maranhense, percorrendo o #Maranhão inteiro, passando pelas periferias das cidades, portas de fábricas, para construir os caminhos que levariam o povo ao poder.

Foi com sacrifícios, dedicação, amor que trilhamos a mesma estrada, com muita fé no coração de que servir ao povo é a razão de existir do homem público. #JacksonLago #HomemdoPovo

Relembrando a vitória de Jackson

Jackson Lago foi eleito com 51,82% dos votos (1.393.754), contra 48,18% (1.295.880) da senadora Roseana Sarney (PFL), que era favorita no início da campanha e concorria ao cargo pela terceira vez.

Prefeito de São Luís por três mandatos, Lago concorria ao governo do Estado pela segunda vez. Em 2002, as pesquisas indicavam empate técnico com o primeiro colocado, mas José Reinaldo Tavares (PSB) acabou vencendo no primeiro turno, com 51,05% dos votos válidos.

Com meta de tomar o controle dos aliados da família Sarney no estado, Lago optou pela neutralidade e não apoiou nenhum dos candidatos à Presidência. Roseana, por sua vez, contrariou seu partido, que apoiava o tucano Geraldo Alckmin, e fez campanha para o presidente Luís Inácio Lula da Silva (PT). Lula venceu com 85% dos votos válidos no estado, mas não conseguiu transferir sua preferência no eleitorado a Roseana.

Formado na escola de política do falecido esquerdista Leonel Brizola e tido como um conciliador, Lago venceu a disputa pelo Palácio dos Leões apoiado no desgaste da dinastia Sarney, que estava há 40 anos no poder no estado.

Também contribuiu para a vitória do "doutor Jackson", como é conhecido, o rompimento do então governador José Reinaldo Tavares (PSB) com o grupo do ex-presidente e senador José Sarney (PMDB-AP). O slogan de Lago, cuja campanha bateu forte em casos de corrupção envolvendo o grupo de Sarney, é "trabalho com honestidade" para dar fim a uma "noite de 40 anos" na política maranhense.

Cassado em 2009

O plenário do Tribunal Superior Eleitoral (TSE) decidiu em julgamento, por maioria (5 votos a 2), no início da madrugada de 04 de março de 2009, cassar os diplomas do governador do Maranhão, Jackson Lago (PDT) e de seu vice, Luiz Carlos Porto. Também foi decidido dar posse à segunda colocada na eleição de 2006, senadora Roseana Sarney (PMDB), e ao ex-senador João Alberto (PMDB), vice dela na chapa. 

A ação foi proposta pela coligação "Maranhão - A Força do Povo", que tinha como candidata a senadora Roseana Sarney (então no DEM), derrotada na disputa eleitoral, que acusou o governador de uma série de irregularidades, como a realização de comícios para doação de cestas básicas, assinatura de convênios para transferência de recursos, distribuição de combustível, reforma e construção de residências na periferia em troca de votos, convênios com entidade fantasma, abuso de poder econômico e uso da Secretaria de Comunicação Social para a captação ilegal de votos. As transferências irregulares somariam, segundo a coligação, R$ 280 milhões a 156 municípios.

Votaram contra a cassação os ministros Marcelo Ribeiro e Arnaldo Versiani. A favor da cassação votaram os ministros Eros Grau, Fernando Gonçalves, Felix Fischer, Ricardo Lewandowski e o presidente da Corte, ministro Carlos Ayres Britto.

Em artigo, governador denunciou o golpe contra ele e a democracia no Maranhão em dezembro de 2008

Trama-se um golpe contra a democracia no Maranhão

Por Jackson Lago
9 de dezembro de 2008

Arma-se um golpe no Maranhão. Trama-se, nos bastidores, um golpe contra a democracia. O objetivo é a reintegração de posse de um feudo político, o usucapião vitalício e hereditário do Maranhão. Melhor seria decretar o território maranhense a nossa galápagos política. Lá, fica revogada a alternância de poder.

Proíba-se a imprensa nacional de perscrutar nossa história. Na galápagos só entram os cientistas políticos, curiosos para estudar algumas espécies raras, extintas no território nacional e que ainda vicejam no Maranhão. O velho oligarca, a filha do oligarca, onde mais no país, senão na nossa galápagos, podemos estudar com darwiniana curiosidade tão raros exemplares da evolução política brasileira?

Arma-se um golpe no Maranhão, como se não houvesse juízes em Brasília. Alega-se desequilíbrio na disputa, por conta de convênios legalmente firmados entre o governo do estado e municípios. Imputa-se a mim – candidato sem mandato, sem cargo público, sem tempo no horário eleitoral – imputa-se a mim esse desequilíbrio. Mas na nossa galápagos, não é desequilíbrio que o grupo familiar de uma candidata seja proprietária de 90% de toda a mídia do estado. Não desequilibra o pleito que o fórum da capital tenha o nome do pai, e o Tribunal de Contas do estado ostente o nome da filha. Em nome do pai e da filha e do santo espírito da democracia, nada perturba nossa galápagos.

Nomeiam hospitais, escolas, pontes, centros administrativos, ginásios de esporte, vilas e até municípios. Criou-se até o gentílico sarneyense, para quem nasce no município de Presidente Sarney. Contra a lei, contra a moral, contra tudo.

Constrange-se o próprio presidente da República, que em seis anos de mandato nunca pisou em nossa capital e jamais inaugurou uma obra no Maranhão. Não, isso não desequilibra nenhuma disputa. É assim mesmo na nossa galápagos.

Dediquei 40 anos de lutas enfrentando a mais formidável máquina de desinformação. Fundei um partido, o PDT, no qual estou até hoje. Estive no seu nascedouro, signatário da Carta de Lisboa, juntamente com Leonel Brizola, Darcy Ribeiro, Francisco Julião e Neiva Moreira. Combati o golpe militar em defesa das liberdades democráticas.

Na política estadual, concorri a vários cargos públicos para o Legislativo estadual e federal. Denunciei a situação de miséria do camponês maranhense, sonhei e lutei pela Anistia, disputei várias eleições com derrotas e vitórias. Por três vezes nossa capital me fez o seu prefeito. Saí de todos os mandatos com o patrimônio de médico e funcionário público. Não me fiz sócio de qualquer empreendimento, em busca de vantagens.

Em 1994, disputei o governo estadual e obtive 21% dos votos. Contava, na ocasião, com o apoio de dois dos 217 prefeitos do estado. Em 2002, ainda na oposição ao governo do estado, obtive 42% dos votos para governador. Finalmente, em 2006, com o lema Trabalho, Saúde e Educação para Libertar o Maranhão, obtive 34,36% dos votos no primeiro turno, o que permitiu unir os demais candidatos na Frente de Libertação do Maranhão que finalmente liberou nosso estado sofrido e exausto do domínio oligárquico de mais de 40 anos.

O Maranhão deu seu grito de liberdade! Seguimos o nosso objetivo de criar melhores condições de vida para o nosso povo. Construí em dois anos 160 escolas públicas, afrontando as três escolas que Roseana Sarney fez em sete anos e quatro meses de mandato. Pavimentei mais de dois mil quilômetros de asfalto. Vamos inaugurar em breve o primeiro hospital de emergência/urgência no interior do estado. Nas últimas eleições, o estado confirmou o ocaso oligárquico, elegendo 70% dos prefeitos dos partidos da Frente de Libertação.

Essa votação expressa o natural repúdio do povo maranhense a tantos anos de atraso. No entanto, sou acusado, no Tribunal Superior Eleitoral (TSE), de abuso de poder econômico e de mídia. Pasmem, sou acusado, pelo grupo Sarney, de abuso de poder econômico e de mídia!

Fabricam provas, corrompem testemunhas, pregam verdadeiro terrorismo no estado, jactando prestígios, antecipando decisões judiciais. Quousque tandem? Tenho um olho na Justiça, na qual confio, e outro no povo maranhense, fiador do meu destino. Em contrição, soletro os versos gonçalvinos “a vida é combate, que aos fracos abate, aos fortes, aos bravos, só pode exaltar”.

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