Por Gilberto Lima
O dramaturgo e roteirista maranhense
Ezeniel Sales e Silva, conhecido como Zen Salles, de 45 anos, morreu de infarto, nessa noite de
segunda-feira (24), em São Luís. Ele residia em São Paulo há 16 anos, mas
estava em São Luís para fazer tratamento de saúde. A residência da família está
localizada na Rua 07, no Planalto Pingão/Aurora.
Zen Salles era graduado em Jornalismo na Universidade Federal do Maranhão/UFMA (fomos contemporâneos) e fez pós-graduação em Jornalismo Cultural na PUC/SP. Ele também fez uma rigorosa seleção no Núcleo de Dramaturgia do Sesi/Britsh Council e lá estudou dramaturgia com os maiores nomes do teatro, cinema e televisão do mundo.
No último dia 17, Zen Salles publicou
mensagem informando que estava com fibromialgia. “Queridos... Estou hospitalizado, tenho Fibromialgia, as dores
são lancinantes, mas já estão sendo tratadas com rigor... Positives vibes serão
bem-vindas! No mais, Chupa Lady Gaga”, escreveu no facebook.
No dia seguinte, ele informa que o
problema era artrite. “Queridos que me mandaram boas vibrações.... Não é
fibromialgia, é artrite, doença bem mais fácil de tratar... Daqui a pouco tudo
fica bem.... Obrigado!!!”
Na última mensagem, na terça-feira (21),
Zen Salles, publicou o seguinte: “Tenho escutado muito: "Zen, vc é muito
novo pra ter Artrite!" Meu medico mesmo me disse ontem que tem tratado um
caso de alguém com 15 anos. Ta cada vez mais comum, infelizmente, artrite,
parada cardíaca ou AVC na galera com menos de 45... Tem mesmo é que ficar
ligado na saúde sempre, bitch!!!”.
O velório está acontecendo na Igreja
Batista Luz e Vida, no Planalto Anil II (Pingão), em São Luís.
A
carreira em São Paulo
Há 16 anos, Ezeniel Sales e Silva, hoje
conhecido como Zen Sales, deixava o Maranhão para desbravar o mapa da maior
capital brasileira e explorar suas inúmeras possibilidades. Foi com a meta de
conquistar o diploma da pós-graduação em Jornalismo Cultural na PUC/SP, mas
acabou ficando e conseguindo com que as cortinas se abrissem para a sua
criatividade. De lá para cá, não parou mais.
Ele era componente da nova safra de
dramaturgos e roteiristas brasileiros. Divertido e espirituoso, sempre repetia
o trocadilho “Eu me amarro em um drama”. “Em São Paulo, eu realmente me joguei
e fiz todos os cursos de roteiro audiovisual que se possa imaginar”, disse em
entrevista ao O Estado do Maranhão, em 2018.
Sua peça
“Pororoca”, que aborda o fenômeno das águas no Rio Mearim (permeada pelo imaginário
das lendas maranhenses), foi escolhida, entre diversos outros textos, para uma temporada
de seis meses no Teatro Popular do Sesi, em plena Avenida Paulista. Resumo da
ópera: o espetáculo foi um sucesso arrebatador de crítica e público.
Por causa de “Pororoca”, Zen Sales
concorreu aos mais importantes prêmios de dramaturgia do Brasil. Um importante
passo para um maranhense que estava começando, pois fora indicado entre feras
consagradas do teatro. A partir de então, foi convidado para escrever outras
peças, como “Genet, o Poeta Ladrão” (que ficou em cartaz por três anos, com
ótima repercussão) e “Tadzio.
Foram diversos os projetos de
audiovisual abraçados por Zen Sales. Entre eles, a série “Sessão de Terapia”,
todos com ótimo retorno. “Sou sempre convidado para fazer parte de banca de
jurados em festivais e, às vezes, ministro workshops de roteiro pelo Brasil
afora”, conta.
As
últimas postagens de Zen Salles, no Facebook
As
mensagens de amigos e amigas no Facebook
Leia a íntegra da entrevista que Zen Salles concedeu ao jornal O Estado do Maranhão, em 2018.
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