terça-feira, 26 de novembro de 2019

Dramaturgo e roteirista Zen Salles morre em São Luís


Por Gilberto Lima

O dramaturgo e roteirista maranhense Ezeniel Sales e Silva, conhecido como Zen Salles, de 45 anos, morreu de infarto, nessa noite de segunda-feira (24), em São Luís. Ele residia em São Paulo há 16 anos, mas estava em São Luís para fazer tratamento de saúde. A residência da família está localizada na Rua 07, no Planalto Pingão/Aurora.

Zen Salles era graduado em Jornalismo na Universidade Federal do Maranhão/UFMA (fomos contemporâneos) e fez pós-graduação em Jornalismo Cultural na PUC/SP. Ele também fez uma rigorosa seleção no Núcleo de Dramaturgia do Sesi/Britsh Council e lá estudou dramaturgia com os maiores nomes do teatro, cinema e televisão do mundo.

No último dia 17, Zen Salles publicou mensagem informando que estava com fibromialgia. “Queridos... Estou hospitalizado, tenho Fibromialgia, as dores são lancinantes, mas já estão sendo tratadas com rigor... Positives vibes serão bem-vindas! No mais, Chupa Lady Gaga”, escreveu no facebook.

No dia seguinte, ele informa que o problema era artrite. “Queridos que me mandaram boas vibrações.... Não é fibromialgia, é artrite, doença bem mais fácil de tratar... Daqui a pouco tudo fica bem.... Obrigado!!!”

Na última mensagem, na terça-feira (21), Zen Salles, publicou o seguinte: “Tenho escutado muito: "Zen, vc é muito novo pra ter Artrite!" Meu medico mesmo me disse ontem que tem tratado um caso de alguém com 15 anos. Ta cada vez mais comum, infelizmente, artrite, parada cardíaca ou AVC na galera com menos de 45... Tem mesmo é que ficar ligado na saúde sempre, bitch!!!”.

O velório está acontecendo na Igreja Batista Luz e Vida, no Planalto Anil II (Pingão), em São Luís.

A carreira em São Paulo

Há 16 anos, Ezeniel Sales e Silva, hoje conhecido como Zen Sales, deixava o Maranhão para desbravar o mapa da maior capital brasileira e explorar suas inúmeras possibilidades. Foi com a meta de conquistar o diploma da pós-graduação em Jornalismo Cultural na PUC/SP, mas acabou ficando e conseguindo com que as cortinas se abrissem para a sua criatividade. De lá para cá, não parou mais.

Ele era componente da nova safra de dramaturgos e roteiristas brasileiros. Divertido e espirituoso, sempre repetia o trocadilho “Eu me amarro em um drama”. “Em São Paulo, eu realmente me joguei e fiz todos os cursos de roteiro audiovisual que se possa imaginar”, disse em entrevista ao O Estado do Maranhão, em 2018.

Sua peça “Pororoca”, que aborda o fenômeno das águas no Rio Mearim (permeada pelo imaginário das lendas maranhenses), foi escolhida, entre diversos outros textos, para uma temporada de seis meses no Teatro Popular do Sesi, em plena Avenida Paulista. Resumo da ópera: o espetáculo foi um sucesso arrebatador de crítica e público.

Por causa de “Pororoca”, Zen Sales concorreu aos mais importantes prêmios de dramaturgia do Brasil. Um importante passo para um maranhense que estava começando, pois fora indicado entre feras consagradas do teatro. A partir de então, foi convidado para escrever outras peças, como “Genet, o Poeta Ladrão” (que ficou em cartaz por três anos, com ótima repercussão) e “Tadzio.

Foram diversos os projetos de audiovisual abraçados por Zen Sales. Entre eles, a série “Sessão de Terapia”, todos com ótimo retorno. “Sou sempre convidado para fazer parte de banca de jurados em festivais e, às vezes, ministro workshops de roteiro pelo Brasil afora”, conta.

As últimas postagens de Zen Salles, no Facebook


As mensagens de amigos e amigas no Facebook












Leia a íntegra da entrevista que Zen Salles concedeu ao jornal O Estado do Maranhão, em 2018.
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