domingo, 26 de janeiro de 2020

PM que matou companheira e amigo dela diz que relação estava fria e que separação consensual já estava acertada


O policial militar Carlos Eduardo Nunes Pereira, de 30 anos, que matou a companheira e o amigo dela, disse que a relação estava fria e que havia decidido se separar, de forma consensual, sem atritos, na noite de sexta-feira (24), mas que ele ficaria no apartamento até conseguir outro lugar para morar. A revelação foi feita em depoimento durante a autuação em flagrante na Superintendência de Homicídio e Proteção à Pessoa (SHPP).

Bruna Lícia Fonseca Pereira, com quem o PM mantinha uma relação estável há dois anos, e o amigo, José Willian dos Santos Silva, foram mortos a tiros pelo PM dentro de um dos quartos do apartamento, por volta das 14h desse sábado (25), no condomínio Pacífico 1, no bairro Vicente Fialho, em São Luís. No momento do crime, eles estavam mantendo relação sexual e foram flagrados pelo PM.

Carlos Eduardo ingressou na PM no ano de 2017 e era lotado no 1º BPM, no bairro Anjo da Guarda, em São Luís.

Confira alguns trechos do depoimento do PM:

— O casal mantinha uma relação estável há dois anos. Quando eles se conheceram Bruna já trabalhava na empresa Equipar;
— No início do relacionamento tudo correu bem, mas, com o passar do tempo, foi esfriando;
— Em consenso, o casal decidiu que iria se separar;
— Na sexta-feira (24), ele conversou com Bruna e resolveram se separar definitivamente;
— No sábado (18), ele chegou a retirar suas roupas e objetos pessoais do apartamento, indo para a casa da mãe;
— No mesmo dia, resolver voltar para o apartamento até arranjar um local definitivo para morar;
— A separação estava ocorrendo de maneira pacífica, sem ofensas de nenhuma parte;
— Ele passou a noite de sexta-feira (24) no apartamento, juntamente com Bruna, e dormiram no mesmo quarto. Nessa ocasião, decidiram se separar definitivamente;
— No sábado (25), por volta das 6h20, ele saiu para trabalhar, saindo do condomínio em seu veículo Fox, sendo que Bruna ficou no apartamento, sozinha, pois ela não trabalhava todos os sábados;
— Ele iria trabalha no quartel até as 14h, mas resolveu sair meia hora antes para passar na casa do tio, Carlos Augusto, que estava aniversariando e teria um almoço em família. Ele resolveu sair rapidamente, pois iria em casa trocar roupa para retornar;
— Ele saiu direto para o apartamento. Chegando lá, abriu a porta, que estava destrancada, e entrou na sala, ocasião em que observou que lá se encontrava um colega de Bruna, conhecido como Lucas, que tentou fechar a porta, mas não deu tempo. 
— Ele usava um colete balístico e uma pistola .40, em coldre na coxa direita;
— Quando viu Lucas na sala, ficou insatisfeito porque não gostava de visitas no apartamento quando estava fora, sendo que se dirigiu até o quarto, que estava com a porta fechada, imaginando que sua companheira estava trocando de roupa;
— Ele se dirigiu ao quarto e observou que Bruna estava deitada na cama, nua, ao lado de um homem, também nu. Observou que o home se tratava de um colega de trabalho dela;
— Ficou na porta do quarto, atônito, observando a cena, sendo que Bruna e o amante se levantaram da cama e foram em direção a ele e tentaram agredi-lo, inclusive puxando seu colete;
— Ele revidou e passou a chutá-los, ocorrendo uma briga generalizada entre os três, sendo que o PM escorregou e se lembrou que estava armado com uma pistola.
— Ele perdeu a cabeça, se desesperou, sacou a arma e efetuou vários disparos, não se recordando se atirou primeiro na companheira o no amante;
— Que só efetuou disparos enquanto o casal estava em pé;
— Após os disparos, ele pensou em se matar, mas acabou desistindo da idéia, ao se lembrar da família;
— Ele nega que tenha recebido ligação de alguém informando que sua companheira estivesse naquele momento com o amante;
— Disse que quando saiu do quartel e foi para o apartamento, não sabia que sua companheira estava com o amante.




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