Rádio Voz do Maranhão

sábado, 22 de fevereiro de 2020

Escola do Rio usa palhaço com faixa presidencial para criticar Bolsonaro

A Acadêmicos de Vigário Geral abriu os desfiles da série A na Marquês de Sapucaí na sexta-feira (21)
A escola de samba Acadêmicos de Vigário Geral fez crítica ao presidente Jair Bolsonaro durante desfile na Sapucaí na sexta-feira (21). Com o enredo “O conto do vigário”, a escola, que abriu os desfiles da série A, levou para a passarela um grande palhaço, vestido de terno, faixa presidencial e fazendo gesto de arma com as mãos. O carro alegórico fechou o desfile da escola.

O carro fazia parte da ala “Bloco Sujo” que fazia referência aos blocos de rua que se manifestam contra o descaso do poder público. Com fantasias de palhaço, diabo, marinheiro e melindrosa, os componentes carregavam estandartes com as palavras “Educação”, “Saúde”, “Cultura” e “Democracia”.

A presidente da Vigário Geral também criticou o prefeito Marcelo Crivella. De acordo com Elizabeth Cunha, a escola precisou pedir ajuda a co-irmãs para colocar o carnaval na Avenida em 2020.

Representantes da Liga das Escolas de Samba do Rio (Lierj), que organiza o desfile da Série A, ainda apresentaram uma faixa com apelos ao governador Wilson Witzel, antes do desfile. A crítica foi pela falta de apoio do poder público às escolas da série, que “estão agonizando”.

Letra do samba-enredo da Acadêmicos de Vigário Geral

O Conto do Vigário

Se um dia eu menti, perdão
A Justiça será verdade?
Vem pra rua cantar, Brasil
Mostra a farsa pra quem não viu
Se um dia eu menti, perdão
A Justiça será verdade?
Vem pra rua cantar, Brasil
Mostra a farsa pra quem não viu

Sou eu, a lenda que atravessou o mar
O brilho do Cruzeiro a me guiar
Ao deslumbrante paraíso
Sou eu, o reluzente Eldorado
De fauna e flora, cobiçado
Do Ardil hilário o sorriso
Nas Minas não vi o ouro
O meu tesouro, cadê? Sumiu?
Em cada conto, aumento um ponto
Sou um lugar de histórias mil

Tupiniquins, Tupinambás e Potiguaras
Tamoios, Caetés e Tabajaras
É Banto, é Congo, é de Angola
Somos da tribo quilombola
Tupiniquins, Tupinambás e Potiguaras
Tamoios, Caetés e Tabajaras
É Banto, é Congo, é de Angola
Somos da tribo quilombola

Que segue aguerrida
Mas sempre esquecida
Por quem tem poder
Montando em cabrestos
Matando direitos de quem quer viver
O homem de terno pregando mentira
Desperta a ira em nome da fé

Pois é, na crise nossa gente acende vela
Pra santo que nem olha pra favela
E brinca com direito social
Ó mãe, o morro é o retrato do passado
Legado de um mito mal contado

Vigário, teu protesto é Carnaval

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