A
Acadêmicos de Vigário Geral abriu os desfiles da série A na Marquês de Sapucaí
na sexta-feira (21)
A escola de
samba Acadêmicos de Vigário Geral fez crítica ao presidente Jair Bolsonaro
durante desfile na Sapucaí na sexta-feira (21). Com o enredo “O conto do
vigário”, a escola, que abriu os desfiles da série A, levou para a passarela um
grande palhaço, vestido de terno, faixa presidencial e fazendo gesto de arma
com as mãos. O carro alegórico fechou o desfile da escola.
O carro fazia
parte da ala “Bloco Sujo” que fazia referência aos blocos de rua que se
manifestam contra o descaso do poder público. Com fantasias de palhaço, diabo,
marinheiro e melindrosa, os componentes carregavam estandartes com as palavras
“Educação”, “Saúde”, “Cultura” e “Democracia”.
A presidente
da Vigário Geral também criticou o prefeito Marcelo Crivella. De acordo com
Elizabeth Cunha, a escola precisou pedir ajuda a co-irmãs para colocar o
carnaval na Avenida em 2020.
Representantes
da Liga das Escolas de Samba do Rio (Lierj), que organiza o desfile da Série A,
ainda apresentaram uma faixa com apelos ao governador Wilson Witzel, antes do
desfile. A crítica foi pela falta de apoio do poder público às escolas da
série, que “estão agonizando”.
Letra do samba-enredo da Acadêmicos de
Vigário Geral
O Conto do
Vigário
Se um dia eu
menti, perdão
A Justiça será
verdade?
Vem pra rua
cantar, Brasil
Mostra a farsa
pra quem não viu
Se um dia eu
menti, perdão
A Justiça será
verdade?
Vem pra rua
cantar, Brasil
Mostra a farsa
pra quem não viu
Sou eu, a
lenda que atravessou o mar
O brilho do
Cruzeiro a me guiar
Ao
deslumbrante paraíso
Sou eu, o
reluzente Eldorado
De fauna e
flora, cobiçado
Do Ardil
hilário o sorriso
Nas Minas não
vi o ouro
O meu tesouro,
cadê? Sumiu?
Em cada conto,
aumento um ponto
Sou um lugar
de histórias mil
Tupiniquins,
Tupinambás e Potiguaras
Tamoios,
Caetés e Tabajaras
É Banto, é
Congo, é de Angola
Somos da tribo
quilombola
Tupiniquins,
Tupinambás e Potiguaras
Tamoios,
Caetés e Tabajaras
É Banto, é
Congo, é de Angola
Somos da tribo
quilombola
Que segue
aguerrida
Mas sempre
esquecida
Por quem tem
poder
Montando em
cabrestos
Matando
direitos de quem quer viver
O homem de
terno pregando mentira
Desperta a ira
em nome da fé
Pois é, na
crise nossa gente acende vela
Pra santo que
nem olha pra favela
E brinca com
direito social
Ó mãe, o morro
é o retrato do passado
Legado de um
mito mal contado
Vigário, teu
protesto é Carnaval
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