quinta-feira, 13 de fevereiro de 2020

Thiago Bardal, ex-superintendente da Seic, é condenado à perda do cargo público e a penas de reclusão e detenção


De acordo com as investigações, o delegado agia com um grupo criminoso facilitando ações de uma quadrilha de assalto a bancos

O ex-superintendente da Superintendência Estadual de Investigações Criminais (Seic), Thiago Bardal, foi condenado pela 3ª Vara Criminal de São Luís à perda do cargo de Delegado de Polícia Civil do Estado do Maranhão. A sentença também condena o ex-delegado a dois anos de reclusão e três meses de detenção pelos crimes de apropriação indevida e prevaricação.

A pena privativa de liberdade foi convertida, pela Justiça, em restritiva de direitos, obedecendo aos requisitos legais do artigo 44 do Código Penal.

“Considerando que o réu respondeu ao processo em liberdade, deixo de decretar a sua prisão preventiva (art. 312, CPP), uma vez que o mesmo não criou embaraço à instrução processual, além de ter recebido pena diminuta”, frisa o documento.

Na denúncia, apresentada pelo Ministério Público Estadual – MPMA, no dia 1º de março de 2018, consta que uma delegada de Polícia Civil que assumiu o cargo de Superintendente Estadual de Investigações Criminais teria encontrado alguns documentos deixados pelo antecessor, Tiago Bardal, que indicavam a prática delitiva por parte deste, quando do exercício do cargo de Superintendente.

Bardal chegou a receber R$ 100 mil por assalto para não prender quadrilha

De acordo com as investigações, o grupo criminoso agia em São Luís e Imperatriz facilitando as ações de uma quadrilha de assalto a bancos do Pará.

Detalhes da operação foram repassados por membros da Secretaria de Estado de Segurança Pública (SSP-MA).

“A investigações estavam em curso e nossos policiais monitorando o delegado. Essa operação é fruto de uma denúncia que, à época, não foi considerada pela justiça e que agora culminou na descoberta de mais esse crime. Esse grupo integra uma quadrilha interestadual, de alta periculosidade, e agora serão apuradas outras ramificações”, disse o secretário de Segurança, Jeferson Portela.

A ligação de Bardal com a quadrilha paraense teria se fortalecido entre 2015 e 2016, quando o delegado chefiava a Superintendência Estadual de Investigação Criminal (Seic), órgão da Polícia Civil. O cargo facilitava obtenção de informações privilegiadas e, assim, possibilitava as negociações com a quadrilha de assalto a banco. Pelo apoio, o então delegado chegou a receber R$ 100 mil por assalto para não prender as quadrilhas; e os advogados, para garantir a liberdade dos criminosos.

“Eles sabiam quais os criminosos e na ocasião dos assaltos, em lugar de prendê-los, negociavam a liberdade em troca de dinheiro”, explica o superintendente de Combate à Corrupção Seccor, da Polícia Civil, Roberto Wagner Fortes.

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