De
acordo com as investigações, o delegado agia com um grupo criminoso facilitando
ações de uma quadrilha de assalto a bancos
O ex-superintendente da Superintendência
Estadual de Investigações Criminais (Seic), Thiago Bardal, foi condenado pela
3ª Vara Criminal de São Luís à perda do cargo de Delegado de Polícia Civil do
Estado do Maranhão. A sentença também condena o ex-delegado a dois anos de
reclusão e três meses de detenção pelos crimes de apropriação indevida e
prevaricação.
A pena privativa de liberdade foi
convertida, pela Justiça, em restritiva de direitos, obedecendo aos requisitos
legais do artigo 44 do Código Penal.
“Considerando que o réu respondeu ao
processo em liberdade, deixo de decretar a sua prisão preventiva (art. 312,
CPP), uma vez que o mesmo não criou embaraço à instrução processual, além de
ter recebido pena diminuta”, frisa o documento.
Na denúncia, apresentada pelo Ministério
Público Estadual – MPMA, no dia 1º de março de 2018, consta que uma delegada de
Polícia Civil que assumiu o cargo de Superintendente Estadual de Investigações
Criminais teria encontrado alguns documentos deixados pelo antecessor, Tiago Bardal,
que indicavam a prática delitiva por parte deste, quando do exercício do cargo
de Superintendente.
Bardal
chegou a receber R$ 100 mil por assalto para não prender quadrilha
De acordo com as investigações, o grupo
criminoso agia em São Luís e Imperatriz facilitando as ações de uma quadrilha
de assalto a bancos do Pará.
Detalhes da operação foram repassados
por membros da Secretaria de Estado de Segurança Pública (SSP-MA).
“A investigações estavam em curso e
nossos policiais monitorando o delegado. Essa operação é fruto de uma denúncia
que, à época, não foi considerada pela justiça e que agora culminou na
descoberta de mais esse crime. Esse grupo integra uma quadrilha interestadual,
de alta periculosidade, e agora serão apuradas outras ramificações”, disse o
secretário de Segurança, Jeferson Portela.
A ligação de Bardal com a quadrilha
paraense teria se fortalecido entre 2015 e 2016, quando o delegado chefiava a
Superintendência Estadual de Investigação Criminal (Seic), órgão da Polícia
Civil. O cargo facilitava obtenção de informações privilegiadas e, assim,
possibilitava as negociações com a quadrilha de assalto a banco. Pelo apoio, o
então delegado chegou a receber R$ 100 mil por assalto para não prender as quadrilhas;
e os advogados, para garantir a liberdade dos criminosos.
“Eles sabiam quais os criminosos e na
ocasião dos assaltos, em lugar de prendê-los, negociavam a liberdade em troca
de dinheiro”, explica o superintendente de Combate à Corrupção Seccor, da
Polícia Civil, Roberto Wagner Fortes.
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