Mesmo sabendo dos números levantados pela agência
brasileira de inteligência, presidente voltou a chamar o vírus de 'gripezinha'
e defender o fim do isolamento
Relatórios sigilosos da Agência Brasileira de Inteligência (Abin)
projetam que o Brasil terá 5,5 mil mortos por coronavírus até o dia 6 de abril,
ou seja, em duas semanas. De acordo com o Intercept Brasil, o presidente Jair
Bolsonaro recebeu a pesquisa, assim como outros agentes do governo federal.
Contudo, o pronunciamento do ex-capitão nesta terça-feira (24) mostra que
Bolsonaro escolheu ignorar a gravidade dos números apresentados pela agência.
Em rede nacional, presidente voltou a dizer que há uma “histeria” no país e que
coronavírus é apenas uma “gripezinha”.
Bolsonaro tem apostado em estratégias semelhantes do presidente
norte-americano Donald Trump e, mesmo sabendo da quantidade de pessoas que
poderiam morrer nos próximos dias, tem defendido o fim do isolamento como forma
de “salvar” a economia.
A Abin é comandada pelo ministro Augusto Heleno, do Gabinete de Segurança
Institucional (GSI), uma das vítimas do coronavírus após a viagem do presidente
aos EUA. “Coréia do Sul, Irã e China conseguiram mudar a direção da reta,
provavelmente depois da adoção de medidas de contenção”, avalia a Abin no
documento mais recente, finalizado nesta segunda (23).
O documento também deixa claro que “a taxa de letalidade no Brasil ainda
é baixa quando comparada a outros países e aos dados da Organização Mundial da
Saúde – OMS”, mas que “é importante considerar que o país se encontra no início
da epidemia”.
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