Rádio Voz do Maranhão

sexta-feira, 24 de abril de 2020

Para Flávio Dino, depoimento de Moro é forte prova em um processo de impeachment; o ex-juiz está para Bolsonaro como Fiat Elba esteve para Collor

Para Dino, a saída de Moro do Ministério da Justiça era "a prova que faltava" e "agora não falta mais"
O governador do Maranhão, Flávio Dino (PCdoB), disse nesta sexta-feira que o discurso do agora ex-ministro Sergio Moro está para o presidente Jair Bolsonaro como Fiat Elba esteve para o ex-presidente Fernando Collor de Mello. Na época, o carro foi uma prova que culminou com o impeachment de Collor.

Para Dino, a saída de Moro do Ministério da Justiça era "a prova que faltava" e "agora não falta mais". “O depoimento de Moro sobre aparelhamento político da Polícia Federal como base para o ato de exoneração do delegado Valeixo constitui forte prova em um processo de impeachment”, disse. As declarações foram dadas pelo governador pelo seu Twitter.

Segundo Dino, as declarações de Moro, do ponto de vista jurídico, constituem prova de crime de responsabilidade contra a probidade da administração pública, contra o livre exercício dos poderes, contra direitos individuais.

O governador disse, ainda, que a Polícia Federal é órgão do Poder Executivo, mas exerce a função de polícia judiciária. “Ou seja, quanto à atividade-fim, coagir a Polícia Federal sobre investigações criminais impede o livre exercício do Poder Judiciário”, disse Dino.

O governador manifestou preocupação com o sofrimento de milhares de pessoas em razão do Covid-19, enquanto Bolsonaro cria confusões.

“O que mais me deixa indignado nisso tudo: enquanto Bolsonaro cria mais uma confusão, paralisando o governo e as instituições, milhares de pessoas estão sofrendo e morrendo em razão do coronavírus”, acrescentou Dino.

Moro pediu demissão nesta sexta-feira alegando que o presidente Jair Bolsonaro quis substituir o agora ex-diretor-geral da Polícia Federal Maurício Valeixo. Acusou Bolsonaro de querer interferir politicamente na corporação para ter acesso ao conteúdo de investigações.

"Delação premiada", diz governador da Bahia

Para o governador da Bahia, Rui Costa (PT), as declarações de Moro são como "delação premiada", em depoimento no Twitter. "Ele afirmou que o presidente quer botar na superintendência da Polícia Federal pessoas para quem ele possa ligar e obter informações sobre investigações em andamento e interferir. É gravíssimo!", disse o petista.

O petista afirmou que o foco do presidente Jair Bolsonaro parece que não é pensar na vida humana, mas "nas investigações que estão sendo feitas com amigos ou parentes, empresários que estão financiando ataques à Democracia".

Já o governador do Piauí, Wellington Dias (PT), disse que Bolsonaro perdeu a condição de liderar o Brasil. "Há crimes em investigação no Congresso e o no Supremo. Agora é a renúncia ou é o impeachment, seja no parlamento, seja no STF. Acho que não tem escolha", em vídeo divulgado nas suas redes sociais.

Com informações do Valor Econômico

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