Em debate nesta sexta-feira (26) sobre
democracia e direitos humanos, o governador Flávio Dino afirmou que nenhuma
tática política é uma espécie de chave universal.
“Ela se adequa a cada fechadura. A chave
hoje da frente ampla é para abrir uma porta: nos tirar do fascismo galopante e
nos colocar em uma perspectiva em que o jogo democrático se mantenha”, defendeu
o governador ao lado da professora Esther Solano (Unifesp) e dos jornalistas
Laura Capriglione e Fernando Sato, do Jornalistas Livres.
O tema do debate é resultado do estudo das
pesquisadoras Camila Rocha e Esther Solano que desenvolveram uma pesquisa de
caráter qualitativo, composta por entrevistas em profundidade com eleitores de
Jair Bolsonaro de renda média, que residem na Região Metropolitana de São
Paulo, entre os dias 9 e 18 de maio de 2020.
Um ponto destacado pelas pesquisadoras é o
de que a grande maioria dos entrevistados vive um sentimento de abandono e
desamparo diante da crise sanitária. Entre os apoiadores críticos e os
arrependidos, a pesquisa aponta que é frequente a crítica ao comportamento
irresponsável e desumano do atual presidente da República, durante a pandemia,
ao apoiar manifestações contrariando as medidas de isolamento.
A falta de humanidade de Bolsonaro frente à
pandemia é o argumento que aparece com mais força quando os críticos e
arrependidos mostram sua decepção com o presidente.
No encontro virtual, o governador Flávio
Dino explicitou que nas temáticas em que Bolsonaro se ancorou: dos valores
(pátria e família), da corrupção x honestidade e a temática social, em todas
elas, houve desmoralização. Para o governador, no campo dos valores, a pandemia
revelou sua desumanização diante das dores dos brasileiros; no campo da
honestidade, as milícias e a atuação dos seus filhos comprovam uma falácia
ideológica e na temática social, a renda básica é, na verdade, uma vitória do
campo político da esquerda.
Ao final do debate, o governador finalizou
com três ponderações: a primeira é a de que há um movimento em curso, com
nuances territoriais e regionais. A segunda, é a de que o que se vive hoje no
país é transitório. A terceira ponderação é a de que a frente ampla é
transitória. “A frente ampla não é frente eleitoral. Ela é a chave para solução
de um impasse bastante agudo que é a manutenção das liberdades, dos direitos e
da democracia”, finalizou o governador do Maranhão.
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