segunda-feira, 7 de setembro de 2020

Lula ataca Bolsonaro e diz que jogaram o Brasil em pesadelo que parece não ter fim


O ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) aproveitou a ocasião do Sete de Setembro, data da Independência do Brasil, para fazer um pronunciamento em que ataca o presidente Jair Bolsonaro (sem partido) pelas mortes pelo coronavírus e pelo que ele classifica de ataque à soberania do país.

Segundo Lula, as elites conservadoras apoiaram Bolsonaro como forma de dar um basta à ascensão social promovida nos governos petistas, e as eleições de 2018 "jogaram o Brasil em pesadelo que parece não ter fim".

"Com ascensão de Bolsonaro, milicianos, atravessadores de negócios e matadores de aluguel saíram das páginas policiais e apareceram nas colunas políticas. Como nos filmes de terror, as oligarquias brasileiras pariram um monstrengo que agora não conseguem controlar, mas que continuarão a sustentar enquanto seus interesses estiverem sendo atendidos", disse.

Lula afirmou que as elites foram coniventes com fuga de debates, discursos em defesa da tortura, apologia ao estupro, além de financiarem a disseminação de fake news.

A fala nesta segunda (7), de pouco mais de 20 minutos, foi gravada e transmitida em redes sociais. Além da pandemia, Lula aborda temas como preservação da Amazônia, direitos indígenas e quilombolas, defesa das vidas negras, combate à violência contra as mulheres, privatizações, teto de gastos e a frente de oposição a Bolsonaro.

"Estamos entregues a um governo que não dá valor à vida e banaliza a morte. Um governo insensível, irresponsável e incompetente, que desrespeitou as normas da Organização Mundial de Saúde e converteu o coronavírus em uma arma de destruição em massa", afirmou.

Lula afirmou que Bolsonaro trata os mortos pela Covid-19 com desdém, defendeu o SUS e o auxílio emergencial de R$ 600 – o governo afirmou que irá manter o pagamento, mas com valor de R$ 300.

O petista disse ainda que o país vice crise sanitária, econômica, social e ambiental, ressaltando que a pandemia atinge especialmente pretos, pobres e vulneráveis.

Lula criticou também a quantidade de militares que compõe o governo Bolsonaro, afirmando haver uma "escalada autoritária" que faz "lembrar os tempos sombrios da ditadura".

"O mais grave de tudo isso é que Bolsonaro aproveita o sofrimento coletivo para, sorrateiramente, cometer um crime de lesa-pátria. Um crime politicamente imprescritível, o maior crime que um governante pode cometer contra seu país e seu povo: abrir mão da soberania nacional", disse Lula.

Lula diz que lutou por liberdades, como a liberdade de opinião e manifestação, mas que o governo Bolsonaro promove a submissão do país aos Estados Unidos.

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