Em seminário online, ministro da Economia disse que Brasil reagiu muito bem à crise econômica e governador do PCdoB afirmou que não há recuperação em V “em nenhum canto do planeta”
O governador do Maranhão, Flávio Dino (PCdoB), rebateu nesta quinta-feira (15) afirmações do ministro da Economia, Paulo Guedes, sobre crescimento “alucinante” da economia brasileira durante a pandemia de coronavírus. As declarações foram dadas no “Seminário de Administração Pública”, evento online organizado pelo Instituto Brasiliense de Direto Público (IDP).
De acordo com Guedes, apesar dos desacertos, o país reagiu muito bem à crise econômica. “O Brasil voltou em velocidade alucinante, foi em V mesmo, bateu no fundo e voltou”, disse ele durante o seminário. Essa figura do V é usada por economistas por representar, em um gráfico, uma queda abrupta de um indicador seguida de uma alta veloz.
Dino contestou a afirmação sobre a recuperação. “Houve um atropelamento da conjuntura econômica mundial. O coronavírus impactou a economia no mundo. Não existe recuperação em V em canto nenhum do planeta, nem no Brasil nem na China”, declarou.
O governador do Maranhão também afirmou, durante o encontro, que é um erro “monumental e jurídico-formal” a existência do teto de gastos na Constituição. “Teto não pode estar na Constituição, assim como, economicamente, me parece um equívoco a ideia de teto anual”, pontuou.
Durante o encontro virtual, o ministro da Economia definiu a si mesmo como um federalista, democrata e liberal (do ponto de vista econômico) radical. Ele disse que o problema vai chegar em todos os estados e municípios ao “empurrar” a conta para a União.
“A União são nossos filhos e netos, a União não é um ser abstrato, parece que é fácil empurrar para a União, mas nós estamos sendo covardes, estamos jogando a conta para os nossos filhos e netos”, disse o ministro.
Em resposta a essa declaração, o governador do Maranhão reafirmou que só é possível cuidar de filhos e netos cuidando do serviço público, do país e das universidades federais.
“Isso que é cuidar de filhos e netos e não ficar
dizendo por aí que há despesismo irresponsável intergeracional. Seria
igualmente irresponsável imaginar que você destrói a infraestrutura, os
serviços públicos de um país e está sendo honesto com filhos e netos. Nós não
temos mandato para governar em nome dos nossos filhos e netos. Isso é muita
pretensão, temos que governar aqui e agora”, assegurou Dino.
Tive um debate nesta quarta com o ministro da Economia, Paulo Guedes. Ele se opôs a algumas propostas que defendi, alegando defender meus “filhos e netos”. E então respondi >>> pic.twitter.com/Be2CI1Fn04
— Flávio Dino 🇧🇷 (@FlavioDino) October 15, 2020
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