Rádio Voz do Maranhão

quinta-feira, 8 de julho de 2021

Polícia investiga se jovem morta em Coroatá foi vítima de feminicídio; armas do companheiro PM foram apreendidas

A morte da jovem identificada como Carolina Silva, conhecida como Carol, de 18 anos, na cidade de Coroatá, na última segunda-feira (5), está sendo investigada pela Delegacia Regional de Codó, com o apoio do Departamento de Feminicídio da Polícia Civil de São Luís. 

De acordo com informações do companheiro da vítima, o Cabo PM Gilgleidson Pereira Melo, ela teria sido morta durante uma tentativa de arrombamento na casa do casal.

Segundo o PM, ele estava bebendo com amigos quando recebeu uma ligação da companheira informando que homens estavam tentando invadir a residência. Ao chegar em casa, ele teria sido surpreendido por dois criminosos que efetuaram disparos de arma de fogo. O PM revidou e, durante a troca de tiros, a jovem acabou sendo baleada dentro de casa e não resistiu.

Segundo o delegado Benedito Júnior, da Delegacia Regional de Codó, onde o caso está sendo investigado, o cabo negou ter sido o autor do crime, que não teve discussão e o relacionamento estava bem.

“A princípio, ela foi atingida por um disparo, semelhante a pistola. Estamos aguardando para saber se partiu da arma dele ou dos supostos elementos que estariam lá. O exame de comparação balística é que vai saber precisar isso”, explicou o delegado. Ele acrescentou que duas armas foram apreendidas com o PM, sendo uma delas pertencente à corporação.

“Estamos juntando todos esses elementos de informação para saber se ele teve participação ou não. Quando terminarmos de ouvir o pessoal, receber o exame da perícia e continuar realizando diligência, vamos ter um substrato mínio para poder requerer ao judiciário eventuais medidas cautelares”, esclareceu o delegado.

O cabo PM Gilgleidson, companheiro da vítima, sustenta que ela
foi atingida durante uma troca de tiros com assaltantes

No velório, família de Carol decidiu tirar as roupas dela ainda no caixão, e constataram outras marcas que possivelmente podem ser de perfurações causadas por arma de fogo. Caso confirmado, através da perícia, as informações divergem do que foi divulgado pela Polícia Militar, através de nota, em que assegura que a jovem foi morta por um único disparo na região do tórax.  O laudo cadavérico teria confirmado que ela foi atingida por um único disparo.  

O crime aconteceu por volta de 1h da última segunda-feira no bairro do Mocó. A polícia foi acionada por volta de 1h40. A família de Carol tomou conhecimento da morte da filha por volta das 9h, através de terceiros.

Pelas informações, o PM continua trabalhando normalmente.

Uma policial que faz parte da equipe disse que a principal linha de investigação é, de fato, feminicídio. “Demorou muito tempo até que a perícia chegasse ao local, por conta da demora dele em acionar. Por ser PM, ele sabe que se, de fato, tivesse ocorrido uma troca de tiros, praticamente todos os policiais seriam acionados. Não houve isso”, diz a policial.

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