Um plantador de
soja acusado de despejar chuva de veneno na comunidade Araçá, em Brejo,
apareceu na comunidade Carranca, em Buriti, nessa quarta-feira (1º), para cercar
o território e ameaçar pessoas idosas.
Pelas informações
passadas pelo secretário de Direitos Humanos e Participação Popular, Francisco
Gonçalves, ele estava com máquinas e acompanhado de outros homens, que seriam
seguranças. “Sem apresentar qualquer decisão judicial, sem a presença de
oficial de justiça, este senhor decidiu usar as próprias razões e a força para
fazer valer seus interesses financeiros sobre a vida de toda uma comunidade. É
o que representa de pior no campo brasileiro.”, disse o secretário nas redes
sociais.
O secretário
acrescenta que a Comissão Estadual de Prevenção à Violência no Campo e na
Cidade (COECV) solicitou à Segurança Pública e ao Ministério Público a abertura
de processo para investigar os possíveis crimes praticados pelo sojicultor.
Confira a
íntegra do relato feito pelo secretário
O mesmo
sojicultor acusado de despejar chuva de veneno na comunidade tradicional Araçá,
em Brejo, hoje apareceu na comunidade tradicional Carranca, em Buriti, com
homens, máquinas e segurança privada, cercando ilegalmente o território e
intimidando pessoas idosas.
Sem
apresentar qualquer decisão judicial, sem a presença de oficial de justiça,
este senhor decidiu usar as próprias razões e a força para fazer valer seus
interesses financeiros sobre a vida de toda uma comunidade. É o que representa
de pior no campo brasileiro.
A COECV solicitou
à Segurança Pública e ao Ministério Público a abertura de processo para
investigar os possíveis crimes praticados por este sojicultor. Nós
continuaremos ao lado das comunidades tradicionais do nosso Estado e combatendo
as arbitrariedades que lamentavelmente ainda são praticadas contra nosso povo.
Após
pulverização e queimadura em menino, fazendeiros foram multados
O menino André
Lucas, de 7 anos de idade, sofreu graves queimaduras por todo o corpo em razão
da pulverização de agrotóxicos sobre roças e casas na comunidade de Araçá, no
município de Buriti, no estado do Maranhão.
Com a repercussão
nacional e internacional do caso, foram realizadas reuniões no local e a
Secretaria de Estado de Meio Ambiente (SEMA) informou que os responsáveis pela
Fazenda São Bernardo, Belém e Brejão, propriedades da família de sojicultores
Introvini, "não possuíam licenciamento ambiental da atividade de pulverização
aérea, o que motivou embargo da atividade e também auto de notificação e
infração no valor de 273 mil reais".
Além de Araçá,
onde vive o menino André Lucas, as comunidades de Carranca, Capão, Belém,
Angelim, Cacimbas, Mato Seco, Brejinho e Baixão também são afetadas pela
pulverização e outros impactos como problemas ambientais e a precarização das
condições de vida e trabalho de famílias camponesas.
A partir do dia
21 de abril, lideranças do povoado de Carranca e Araçá, com o suporte do
Programa de Assessoria Rural da Diocese de Brejo (PAR) e da Federação dos
Trabalhadores Rurais Agricultores e Agricultoras do Estado do Maranhão
(Fetaema), assumiram a missão de fazer chegar a todas as autoridades de
fiscalização e controle, bem como movimentos populares ligados ao campo, os
impactos sofridos pelas comunidades em razão do lançamento de agrotóxicos sobre
o plantio de soja da Fazenda São Bernardo, no município de Buriti (MA), por
vias terrestres e aéreas.
Família
Introvini
Gabriel Introvini
é o matriarca da família Introvini, composta por produtores tradicionais na
cultura do algodão no Mato Grosso do Sul, que desde 2003 investe no plantio de
soja no município de Buriti, na mesoregião leste do Maranhão.
Em consulta
online, constam mais de 250 registros envolvendo o nome da Fazenda São
Bernardo, que vão desde as denúncias por pulverização de agrotóxicos até desmatamento
ilegal e tentativas de apropriação de áreas de comunidade quilombola e
extrativista.
Relatório do
observatório sobre o agronegócio no Brasil, “De olho nos ruralistas”, Gabriel
Introvini compõe a lista dos maiores multados no Pantanal nos últimos 25 anos,
com as mais expressivas autuações por desmatamento emitidas pelo Instituto
Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis (IBAMA).
Matéria produzida
pelo observatório destaca que o sojicultor recebeu uma multa de R$ 1.498.100,00
por desmatamento em Coxim (MS), em abril de 2006. No mês seguinte, uma operação
conjunta do Ministério Público e da Polícia Militar impediu o desmatamento de uma
área de 512 quilômetros em Buriti, alvo de conflitos até hoje.
Atualmente, o
Fórum Carajás denuncia o desmatamento de cerca de mil hectares de terra,
suspeitas de grilagem em Buriti, por parte da família Introvini. Considerada a
última grande área de Cerrado no município, o desmatamento impacta diretamente
a bacia do Rio Munim, um dos mais importantes da região do baixo Parnaíba.
...............
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— Menino
sofre queimaduras após agrotóxico ser pulverizado por avião em comunidade de
Buriti
CADÊ O MINISTERIO PUBLICO?
ResponderExcluirCADEIA NELES.
Maranhão bom, vai um Maranhense fazer isso em Mato Grosso do Sul, ai vem essas lazeiras bagunçar aqui. Cadeia neles, multa neles.
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