A jovem Mônica Rabelo Silva, de 20 anos,
morreu durante trabalho de parto, na última terça-feira (21), no município de
Apicum-Açu, a cerca de 235 km de São Luís. Ela residia no povoado Fazenda. O
bebê também morreu, ainda na barriga da mãe.
Mônica estava grávida de 7 meses e deu
entrada no Hospital Municipal Sebastiana Fonseca Costa, na sede do município,
já em trabalho de parto e sentindo fortes dores.
A jovem já teria sido levada diversas vezes
à unidade de saúde, sentindo dores, sempre pelo marido Genilson Ferreira
Fonseca. Ele informou que após os seis meses de gravidez sua esposa, grávida do
primeiro filho do casal, sentia, com frequência, muitas dores e sempre que isso
acontecia era levada a unidade de saúde do município. Em todas as vezes, segundo ele, os únicos
procedimentos foram aplicação de soro e paracetamol.
Grávida de 7 meses, a jovem chegou ao
Hospital com muitas dores. Segundo o marido, nenhum exame ou encaminhamento
para outra unidade de saúde que pudesse dá o atendimento devido a Mônica teria
sido realizado.
Ele afirma que os profissionais de saúde que
atenderam sua esposa teriam constatado que o bebê nasceria a qualquer momento,
no entanto, ele garante que nenhum procedimento foi adotado para que a jovem
pudesse dá à luz. Ele teria ficado sozinho com a jovem, momento em que percebeu que ela estaria tendo uma parada
cardíaca, vindo a falecer no Hospital junto com seu filho, que nem mesmo chegou
a nascer.
Os familiares garantem que a jovem teria
realizado todo seu pré-natal na rede municipal de saúde de Apicum-Açu.
O bebê de sete meses receberia o nome de Ytalo.
Mãe e filho foram sepultados em Fazenda, local onde os familiares moram.
Família
reclama de negligência e vai à justiça
Os familiares das vítimas garantem que houve
negligência no atendimento por parte da equipe que fez o atendimento e pedem
justiça, uma vez que segundo eles, a jovem já teria ido diversas vezes com o
mesmo problema de dores ao Hospital. Ainda segundo a família, a única ação
realizada por parte dos profissionais foi toque e aplicação de soro.
O marido de Mônica Rabêlo Silva garante que
irá denunciar o município por suposta negligencia no atendimento a sua esposa
que culminou com a morte dela e seu bebê. Segundo ele, irá representar à
prefeitura junto ao Ministério Público para que as medidas cabíveis sejam
adotadas, pois pra ele, que estava acompanhando sua esposa, ficou claro que a
forma como o atendimento se deu, teria havido total falta de atenção por parte
da equipe do hospital que realizou o atendimento.
Em nota, a prefeitura de Apicum-Açu confirma
que a jovem Mônica Rabêlo deu entrada no hospital municipal relatando dores. A
nota confirma ainda que a jovem realizou consultas de pré-natal na rede
municipal de saúde, conforme relatado pelo seu marido, Genilson Ferreira
Fonseca. Disse também que consultas deixaram de ser realizadas pela ausência da
paciente em hospital na cidade de Pinheiro.
A nota confirma que a paciente teria dado
entrada diversas vezes em unidade de saúde do município relatando dores e até
mesmo dificuldades para respirar, mais que a equipe médica do município não
teria constatado nenhuma anormalidade na gravidez.
Confira
a íntegra da Nota de Esclarecimento
A
Secretaria Municipal de Saúde de Apicum-Açu, vem a público esclarecer os fatos,
até esse momento, apurados referente ao atendimento Ambulatorial e Hospitalar da
paciente Mônica Rabelo Silva:
1 —
Paciente deu entrada na Rede de Saúde do município, na UBS Itererezinho, no dia
21/10/2022, iniciando o pré-natal com 13 semanas e 4 dias com a Enfermeira
Vaneilma Torres Vieira.
Durante
o Pré-natal, realizou 6 consultas com profissionais da equipe da Estratégia de
Saúde da Família enfermeira, médica, sem relato de qualquer desconforto ou
intercorrências, como mudanças de pressão, demasiado cansaço, dificuldade de
respiração, ou dores torácicas ou abdominais. Realizou também pré-natal
odontológico com a cirurgiã- dentista Joiciane Ferraz e acompanhamento com a
nutricionista Mille Ellen Oliveira.
No
dia 01/02/2023, a paciente deu entrada na Emergência da Unidade Hospitalar,
referindo dor torácica, avaliado os Sinais Vitais (PA, SpO2, FC) com valores
normais de referência, feito atendimento pela médica plantonista Dra Vini
Tancel, realizada avaliação e prescrito medicações, paciente se manteve em
observação. A médica encaminhou a paciente para consulta cardiológica.
A
Secretaria Municipal de Saúde, por meio do setor do TFD agendou uma consulta
com especialista cardiologista para o dia 07/02/2023, às 7h no Hospital
Regional da Baixada Maranhense Dr. Jackson Lago, com o Dr. Fabrício de Flores
Barbosa.
Segundo
informações obtidas, a paciente não compareceu na consulta e nem explicou
motivo pela ausência para a Secretaria de Saúde.
No
dia 14/02/2023, às 7h na UBS Tabatinga, realizou Ultrassonografia Obstétrica,
efetuada pelo médico Dr. Pedro Barreto, segundo o laudo – Idade Gestacional: 29
semanas, feto único, em apresentação cefálica, dorso à esquerda, BCF: 157 bpm,
movimentos corpóreos fetais presentes, peso fetal: 1.286g, peso adequado para a
idade gestacional, placenta anterior, Grau I, líquido amniótico normal,
vitalidade fetal preservada, Data Provável do Parto: 02/05/2023. Dentro do
padrão de normalidade.
No
dia 15/02/2023, foi agendada uma consulta para cuidado continuado do pré-natal,
no Povoado Fazenda com a médica Dra Ayumi Miura, a paciente ligou para a Agente
Comunitária de Saúde do seu território relatando que não poderia comparecer na
consulta.
No
dia 16/02/2023, na última consulta de pré-natal com a Enfermeira Vaneilma, na
UBS Itererezinho, a paciente não relatou desconfortos pela gravidez ou qualquer
outro quadro.
Paciente
não classificada como Gestante de Alto Risco, tendo cumprido as consultas
preconizadas no pré-natal.
2 –
Segundo relatório do Hospital Municipal Sebastiana Fonseca Costa, a gestante
deu entrada na Unidade Hospitalar, às 18h20 do dia 21 de fevereiro de 2023,
conduzida pela ambulância do serviço hospitalar;
3 –
A paciente, jovem de 20 anos, chegou acompanhada por seu companheiro Genilson
Ferreira, relatando fortes dores na região pélvica e dizendo que não conseguia
urinar, estava agitada. Seguiram para a enfermaria obstétrica;
4 –
Teve atendimento prestado pelo médico plantonista Dr. Ubiratan Amorim, e Equipe
de Enfermagem. O médico perguntou ao companheiro qual a queixa da paciente. Ele
relatou que desde a manhã ela estava passando mal, sentindo dores, que não
conseguiu levá- la ao Hospital e que somente naquele horário resolveram pedir
ajuda e ir para a Unidade Hospitalar.
O médico suspeitou de uma possível infecção urinária, fazendo a internação. Na observação realizou os procedimentos de toque vaginal, observou colo fechado, bolsa íntegra, sem dinâmica, sem sangramento, não estando a paciente em trabalho de parto antecipado. Após a avaliação foram prescritas e administradas medicações para a anamnese inicial de infecção urinária, às 18:35h.
Após
a administração da medicação, a paciente se manteve no leito, com pressão
arterial dentro dos parâmetros pressóricos, devendo ficar em observação até o
efeito das medicações e realização de exames laboratoriais complementares.
O
acompanhante chamou a enfermeira às 18h50, a enfermeira prontamente retornou,
chamou o médico, a equipe realizou a manobra de reanimação cardiorrespiratória,
paciente sem pulso indo a óbito, sendo o óbito decorrente de infarto agudo do
miocárdio, que nessa faixa etária, costuma ser fatal.
No
caso relatado, não foi possível realizar a transferência imediata, pois a paciente
não estava estabilizada.
5 –
A Secretaria Municipal de Saúde, esclarece que o Sistema Municipal de Saúde de
Apicum-Açu, funciona e atende dentro das normas determinadas pelo Ministério da
Saúde, obedecendo sua complexidade no Sistema Único de Saúde – SUS.
6 –
A Secretaria Municipal de Saúde lamenta o ocorrido com a jovem e seu bebê, se
solidariza com a família e informa que está conduzindo processo de investigação
do óbito, dentro das exigências do Ministério da Saúde, junto a Unidade
Hospitalar do Município, a Unidade de atendimento do Pré-Natal e a família da
paciente, e que, ao final desse trâmite, caso haja indícios de negligências
serão conduzidas as responsabilizações e correções pertinentes.
Atenciosamente,
Wenner
Ribeiro Monteiro Secretário Municipal de Saúde de Apicum-Açu – MA
Com informações de Icurupu
É assim que o governo lulista e Brandão tratam a população.
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