Decisão da Justiça do Maranhão mantém em liberdade
o empresário Rony Veras Nogueira, acusado de matar com seis tiros, ano passado,
em Dom Pedro, esposa Ianca Vale do Amaral.
Rony chegou a ser preso após o feminicídio e
um habeas corpus impetrado por sua defesa foi negado três vezes. No início de
dezembro passado, porém, depois de uma mudança de entendimento do Ministério
Público estadual, o empresário ganhou um alvará de soltura e passou a responder
em liberdade pelo crime.
Desde essa data, familiares de Ianca
procuram o Ministério Público com o intuito de entender o que aconteceu para a
mudança de posicionamento. A família quer saber por que o MPE, “que é para
atuar em defesa da sociedade, agindo contra essa sociedade, contra as vítimas,
fazendo uma inversão de valores sem tamanho”.
Rony Veras esteve em liberdade até meados de
janeiro, quando foi preso outra vez depois de um recurso por dos advogados da
família da vítima.
Menos de um mês depois, a Justiça entendeu
que o pedido precisava de ser feito pelo Ministério Público estadual, autor da
ação. Consequentemente, no último sábado, o empresário voltou a ser solto.
Em São Luís, familiares da vítima tentaram, sem
êxito, conversar com o MPE. Uma irmã de Ianca, Lília Amaral, lamentou o que está
acontecendo: “É lamentável um assassino desse estar solto. É um risco pra nós
tá se expondo assim, um risco para a população também. Se as pessoas entrarem
no caso um pouquinho vão saber que é
lamentável ele estar solto”, disse Lilia em
entrevista à Mirante.
Sílvia Leite, representante do Fórum
Maranhense das Mulheres, também questiona a decisão da Justiça. “Houve um
feminicídio que foi amplamente divulgado em nível internacional e nacional. Nós
temos uma decisão que dava pela prisão dele e no mesmo tempo você tem uma outra
decisão que dá a soltura dele, e você não encontra a promotora para explicar.
Você tem Ministério Público como órgão de defesa, tanto da sociedade como do
patrimônio”, concluiu.
Em nota, a Corregedoria-Geral do MPE
informou que determinou providências para a apuração dos fatos.
Leia a nota:
A
Corregedoria-Geral do Ministério Público do Estado do Maranhão, por sua corregedora-geral,
vem a público informar à sociedade maranhense, que havendo recebido
representação formal dos familiares de IANCA VALE DO AMARAL, vítima de feminicídio
aos 30/04/2022, na cidade de Dom Pedro, determinou a adoção de medidas internas
para apuração dos fatos reduzidos a termo, quanto à atuação da senhora
Procuradora de Justiça Domingas de Jesus Fróz Gomes, na sessão da 1ª Câmara
Criminal, ocorrida em 6 de dezembro de 2022, em que julgados os autos do HC n.
0820123-64.2022.8.10.0000, no qual foram determinadas a expedição de alvará de
soltura do Paciente e a aplicação de medidas cautelares previstas nos incisos
I, II, III, IV, V e IX do art. 319 do Código de Processo Penal.
THEMIS
MARIA PACHECO DE CARVALHO
CORREGEDORA-GERAL
DO MINISTÉRIO PÚBLICO
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De novo essa laseira tá solto.
ResponderExcluirEsse caso tem treta, dizem que vão investigar, afastar alguém do caso, esse bandido tem proteção?
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