O
homem identificado como Nataniel da Conceição Bezerra, que matou sua
companheira, Paula Regina Silva de Freitas, foi condenado a 26 anos e três
meses de reclusão. A decisão foi dos jurados do 3º Tribunal do Júri de São Luís.
O
crime ocorreu no dia 27 de março de 2022, por volta das 4h, na presença dos
filhos da vítima, no Residencial Orquídea, no bairro Santa Efigênia. Após o
julgamento, o réu foi levado de volta para a Penitenciária de Pedrinhas, onde
já estava preso desde a data do crime.
Na sentença condenatória, o juiz destacou que, “a culpabilidade do acusado deve aumentar a pena pela exteriorização da vontade dele em cometer o crime, demonstrada na dinâmica do delito, quando ele desferiu mais de uma dezena de golpes de punhal na vítima”. Ainda na sentença, o magistrado traz que “as circunstâncias do crime devem aumentar a pena pelo fato de ter sido praticado no interior da residência da vítima, local sagrado e inviolável pela Constituição Federal, demonstrando total insensibilidade.”
Nataniel
da Conceição Bezerra, praticante de artes marciais, também conhecido pelo
apelido de “Don Ruan”, foi condenado por homicídio com a qualificadora de
feminicídio e por ter praticado o crime na presença dos três filhos da vítima
(duas crianças e uma adolescente).
A
mãe de Paula Regina Silva, em seu depoimento, disse que a casa da filha fica ao
lado da sua residência e que acordou na madrugada ao ouvir gritos. Relatou,
ainda, que foi até a casa da vítima e as crianças abriram a porta para avó, que
encontrou a filha morta e o réu já havia se evadido. Ela disse também que Paula
era professora, tinha independência financeira e era responsável sozinha pelo
sustento dos filhos.
Segundo
a denúncia do Ministério Público, no dia do crime Nataniel da Conceição Bezerra,
25 anos, e Paula Regina Silva, 30 anos, chegaram em casa e iniciaram uma
discussão motivada por ciúmes que o réu tinha da vítima. Durante a briga, o
denunciado assassinou a companheira com 13 golpes de punhal, evadindo-se do
local. Ele foi preso pela Polícia Militar horas depois nas proximidades.
Nos
depoimentos em plenário, as testemunhas disseram que o réu mantinha ciúmes
excessivo da companheira e não queria a separação. O casal havia se conhecido
há 9 meses e seis meses depois Nataniel da Conceição foi morar na casa da
vítima.
O
juiz que presidiu o julgamento, José Ribamar Goulart Heluy Júnior, titular da
3º Vara do Júri, negou ao réu o benefício de recorrer do resultado do júri em
liberdade. Atuou na acusação o promotor de Justiça Samaroni Maia e, na assistência
ao Ministério Público, o advogado Neto Evangelista e as advogadas Eika Moreira
e Raíssa Medeiros. A defesa do réu ficou com o defensor dativo Armstrong
Jorzino Carneiro.
Outra condenação por feminicídio
Também
neste mês de maio (dia 04), o 3º Tribunal do Júri de São Luís julgou outro caso
de feminicídio. Os jurados condenaram Domingos de Jesus Silva dos Santos por
tentativa de homicídio qualificado (feminicídio e uso de recurso que impediu a
defesa da vítima) contra sua companheira Claudiana dos Santos Câmara, com a
qual vivia há 11 anos. O crime ocorreu no fim da tarde do dia 13 de março de
2022, dentro da residência do casal, no bairro Coroadinho, mediante golpes de
faca.
O
acusado foi condenado a sete anos, um mês e quinze dias de reclusão,
inicialmente, em regime semiaberto, no Complexo Penitenciário de São Luís, onde
já estava preso desde o dia do crime. Na sentença, o juiz José Ribamar Goulart
Júnior destacou que o comportamento do réu requer maior censura pela “grande
intensidade dolosa, tendo em vista o excesso de facadas, na cabeça, nos braços
e nos ombros, totalizando doze lesões, que causaram risco de vida para a
vítima, como consta no laudo de exame de corpo de delito, inclusive quando ela
já estava no chão e o fato do acusado ter ameaçado as pessoas que tentaram
impedir o crime, conforme declararam as testemunhas”.
.....................
Postagem relacionada:
— Mulher
é assassinada a facadas pelo próprio companheiro em São Luís
Nenhum comentário:
Postar um comentário