A Justiça do
Maranhão condenou Raimundo Dário Furtado, que matou a esposa, Jackeline Duarte
Silva, a 18 anos de prisão. O crime aconteceu em 2006, no bairro Vila Maranhão,
na zona rural de São Luís.
O réu foi levado a
júri por homicídio com agravante de motivo fútil. Isso porque, na época, ainda
não havia a qualificadora de feminicídio, que entrou em vigor em 2015 no
Maranhão.
"O tempo não
interfere. Agora quanto mais qualificadoras, pedidas e reconhecidas pelo
conselho, a pena vai aumentando. Mas quanto a isso, é um fato que aconteceu
antes da entrada em vigor da lei que alterou o artigo 121, incluindo a
qualificadora do feminicídio. Então não pode se retroagir para não prejudicar o
acusado, por isso, hoje, não se fala em feminicídio", explica José Ribamar
Goulart Heluy Júnior, juiz.
De acordo com a
Polícia Civil, Jackeline foi morta a facadas por ciúmes. Ela vivia há dois anos
com o acusado e tinha um relacionamento turbulento e com brigas, segundo a
família. Raimundo Dário fugiu após o crime e só foi preso em 2019. Em seguida,
ele foi posto em liberdade para aguardar o julgamento com o uso de tornozeleira
eletrônica.
"Infelizmente
é o caso de violência doméstica clássica. O marido matou a companheira por uma
situação que ela saiu para assistir um bloco de carnaval. Curiosamente ela foi
inclusive com um filho dele, de 14 anos, mas quando voltou as circunstâncias
são dentro do lar, não dá para a gente ter um conhecimento pleno, mas ela foi
morta a facadas", disse o promotor Samaroni Maia.
Familiares da vítima acompanharam o julgamento |
Durante o
julgamento, três testemunhas que são familiares da vítima e do acusado, foram
ouvidos. A primeira testemunha foi a irmã de Raimundo, Maria de Lurdes, ela
afirmou não saber sobre relacionamentos conturbados e maus tratos contra Jackeline
e as ex-mulheres dele.
A irmã de
Jackeline foi a segunda vítima a ser ouvida. Ela contou como era a rotina do
casal e disse que Raimundo afirmou que mataria a vítima após uma briga e porque
ela havia decidido terminar o relacionamento.
Ao ser ouvido, o
réu disse que cometeu o crime em legítima defesa. Entretanto, ele não soube
explicar porque testemunhas e as mulheres com quem ele viveu antes, alegaram
que ele era agressivo durante os relacionamentos.
Com informações do g1 MA
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