quarta-feira, 18 de setembro de 2024

Grupo criminoso que usava idosos em situação de rua em fraudes previdenciárias é alvo de operação da PF no Maranhão

O grupo criminoso contraía empréstimos em nome dos idosos, que recebiam uma quantia mínima e, em seguida, eram devolvidos às ruas, para serem usados novamente em futuras fraudes.

A Polícia Federal deflagrou, na manhã desta quarta-feira, 18, a “Operação Camisaria”, com o objetivo de reprimir fraudes contra o sistema previdenciário nos municípios de São Luís, São José de Ribamar, Santa Rita e Guimarães, no Maranhão.

A investigação, iniciada em abril de 2024, foi conduzida pela Força-Tarefa Previdenciária da Polícia Federal do estado e revelou um esquema criminoso que explorava idosos em situação de rua.

Segundo apurado, o grupo aliciava idosos vulneráveis para que se passassem por beneficiários do INSS.

Documentos de identificação falsos eram confeccionados com as fotos dessas pessoas, visando enganar funcionários de bancos e realizar saques de benefícios previdenciários.

Além disso, o grupo contraía empréstimos em nome dos idosos, que recebiam uma quantia mínima e, em seguida, eram devolvidos às ruas, para serem usados novamente em futuras fraudes.

Conforme a Coordenação-Geral de Inteligência da Previdência Social (CGINP), o prejuízo anual causado pelo pagamento de 45 benefícios fraudulentos identificados inicialmente é estimado em R$ 930 mil.

Com a suspensão desses benefícios, a economia futura prevista pode chegar a R$ 10,8 milhões, considerando a expectativa de vida apontada pelo IBGE.

A operação envolveu 70 policiais federais que cumpriram 20 mandados de busca e apreensão, expedidos pela 1ª Vara Federal Criminal da Seção Judiciária do Maranhão (SJMA).

Além disso, foi determinado o afastamento dos sigilos bancário e fiscal dos investigados, assim como o sequestro de seus bens.

Os suspeitos, caso sejam condenados, poderão responder por crimes de estelionato majorado contra o INSS, falsificação de documentos públicos e associação criminosa, cujas penas somadas podem ultrapassar 15 anos de prisão.

O nome da operação, “Camisaria”, faz referência ao termo usado pelos criminosos para se referirem aos documentos de identidade falsificados, chamados por eles de “camisas”.

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