Maria
Eduarda Marques teria cometido o crime por duas vezes, quando acompanhava a mãe
no hospital. Prisão foi efetuada na última segunda-feira (21). Suspeita nega.
O Ministério Público apresentou uma ação
penal contra Maria Eduarda Marques, de 22 anos, que é acusada de tentativa de
homicídio contra a própria mãe, quando a vítima estava internada no Hospital
Geral da Vila Luizão, em São Luís. A suspeita nega.
De acordo com as investigações, Maria tentou
aplicar chumbinho na mãe, mas foi descoberta pela equipe médica. Após os
crimes, ela se mudou para Santa Rita, no interior do Maranhão, mas acabou
presa, quando saía de uma academia.
"Chumbinho" é um veneno
clandestino e ilegal, feito com substâncias tóxicas e usado como pesticida,
normalmente para matar ratos. Ele costuma ser vendido de forma irregular e sem
controle, geralmente em pó preto ou bolinhas, e é altamente perigoso para
humanos e animais domésticos.
Após a prisão, Maria Eduarda foi encaminhada
para a Delegacia de Santa Rita. A audiência de custódia está marcada para esta
quarta-feira (23), às 13h.
Histórico
do caso, segundo o MP
Segundo o Ministério Público, os crimes
foram cometidos em duas tentativas, quando a vítima, Sandra Maria Marques,
estava hospitalizada com diagnóstico de atrofia multissistêmica.
No dia 24 de abril, por volta das 19h, a
filha, que estava como acompanhante, pediu a uma técnica de enfermagem que substituísse
um medicamento que era aplicado na mãe, por outro que ela carregava, sob o
argumento de que a substância usada pelo hospital era um 'genérico'.
Maria entregou um frasco à técnica, mas a
profissional percebeu a existência de bolinhas pretas no interior do
recipiente. A técnica comunicou o caso à médica do hospital, que confirmou que
o medicamento no frasco estava adulterado. Em seguida, o frasco foi encaminhado
à polícia para exame pericial.
Três dias depois, por volta das 9h, Maria
entregou outro frasco de medicamento a uma médica do hospital, alegando que
"se tratava de um medicamento que havia sumido desde o último
plantão" e que deveria ser aplicado na mãe, que não estava conseguindo
dormir.
Diante da situação, a médica reportou o caso
ao diretor do hospital, que acionou a polícia. Na época, Maria Eduarda foi
levada à delegacia e disse que não manipulou os medicamentos. No depoimento,
ela ainda tentou atribuir os frascos ao irmão, que negou envolvimento no caso.
Exame
confirmou a tentativa de envenenamento
Após o depoimento, Maria foi liberada, mas
posteriormente os exames confirmaram que os frascos continham terbufós e
alfametrina, pesticidas presentes no chamado “chumbinho”.
A Polícia Civil encaminhou o caso ao
Ministério Público, que denunciou Maria Eduarda por tentativa de feminicídio
qualificado, com base no uso de veneno e na impossibilidade de defesa da
vítima. A promotoria destacou ainda que a acusada agiu contra a própria mãe, em
situação de violência doméstica, aproveitando-se de sua condição de saúde.
Maria Eduarda, no entanto, se mudou para
Santa Rita, onde só foi localizada e presa na última segunda-feira (21), em
cumprimento de mandado de prisão preventiva expedido pela Justiça.
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