quinta-feira, 24 de julho de 2025

Filha tentou envenenar a mãe com chumbinho durante internação em hospital de São Luís, conclui MP

Maria Eduarda Marques teria cometido o crime por duas vezes, quando acompanhava a mãe no hospital. Prisão foi efetuada na última segunda-feira (21). Suspeita nega.

O Ministério Público apresentou uma ação penal contra Maria Eduarda Marques, de 22 anos, que é acusada de tentativa de homicídio contra a própria mãe, quando a vítima estava internada no Hospital Geral da Vila Luizão, em São Luís. A suspeita nega.

De acordo com as investigações, Maria tentou aplicar chumbinho na mãe, mas foi descoberta pela equipe médica. Após os crimes, ela se mudou para Santa Rita, no interior do Maranhão, mas acabou presa, quando saía de uma academia.

"Chumbinho" é um veneno clandestino e ilegal, feito com substâncias tóxicas e usado como pesticida, normalmente para matar ratos. Ele costuma ser vendido de forma irregular e sem controle, geralmente em pó preto ou bolinhas, e é altamente perigoso para humanos e animais domésticos.

Após a prisão, Maria Eduarda foi encaminhada para a Delegacia de Santa Rita. A audiência de custódia está marcada para esta quarta-feira (23), às 13h.

Histórico do caso, segundo o MP

Segundo o Ministério Público, os crimes foram cometidos em duas tentativas, quando a vítima, Sandra Maria Marques, estava hospitalizada com diagnóstico de atrofia multissistêmica.

No dia 24 de abril, por volta das 19h, a filha, que estava como acompanhante, pediu a uma técnica de enfermagem que substituísse um medicamento que era aplicado na mãe, por outro que ela carregava, sob o argumento de que a substância usada pelo hospital era um 'genérico'.

Maria entregou um frasco à técnica, mas a profissional percebeu a existência de bolinhas pretas no interior do recipiente. A técnica comunicou o caso à médica do hospital, que confirmou que o medicamento no frasco estava adulterado. Em seguida, o frasco foi encaminhado à polícia para exame pericial.

Três dias depois, por volta das 9h, Maria entregou outro frasco de medicamento a uma médica do hospital, alegando que "se tratava de um medicamento que havia sumido desde o último plantão" e que deveria ser aplicado na mãe, que não estava conseguindo dormir.

Diante da situação, a médica reportou o caso ao diretor do hospital, que acionou a polícia. Na época, Maria Eduarda foi levada à delegacia e disse que não manipulou os medicamentos. No depoimento, ela ainda tentou atribuir os frascos ao irmão, que negou envolvimento no caso.

Exame confirmou a tentativa de envenenamento

Após o depoimento, Maria foi liberada, mas posteriormente os exames confirmaram que os frascos continham terbufós e alfametrina, pesticidas presentes no chamado “chumbinho”.

A Polícia Civil encaminhou o caso ao Ministério Público, que denunciou Maria Eduarda por tentativa de feminicídio qualificado, com base no uso de veneno e na impossibilidade de defesa da vítima. A promotoria destacou ainda que a acusada agiu contra a própria mãe, em situação de violência doméstica, aproveitando-se de sua condição de saúde.

Maria Eduarda, no entanto, se mudou para Santa Rita, onde só foi localizada e presa na última segunda-feira (21), em cumprimento de mandado de prisão preventiva expedido pela Justiça.

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