O
empresário bolsonarista Renê da Silva Nogueira Júnior, de 47 anos, suspeito de
matar o gari Laudemir de Souza Fernandes, de 44 anos, foi acusado de um crime
de homicídio culposo por matar uma mulher de 50 anos em um acidente de trânsito
no Rio de Janeiro. O caso ocorreu em 2011, no Recreio dos Bandeirantes, um
bairro nobre na Zona Oeste da capital carioca. Conforme o registro policial, o
empresário dirigia em alta velocidade. A vítima chegou a ser socorrida mas não
resistiu.
Além da morte da mulher no acidente de
trânsito, Renê possui envolvimento em crimes de lesão corporal, extorsão e
perseguição, todos ocorridos no Rio de Janeiro, estado onde ele nasceu.
Conforme o documento, ele foi encaminhado ao juizado especial criminal por
agredir uma mulher no município de Belford Roxo, no Rio de Janeiro. Os casos
foram enviados ao Ministério Público (MPRJ), que ainda não se manifestou após
questionamentos da reportagem.
Nesta
quarta-feira (13), a Justiça decidiu por manter a prisão do empresário pela
morte do gari Laudemir. Ele passou por audiência de custódia na manhã desta
quarta-feira (13) na Central de Audiências de Custódia (CEAC), no bairro
Lagoinha, na região Leste de Belo Horizonte. A pedido do Ministério Público de
Minas Gerais (MPMG), a prisão em flagrante foi convertida em prisão preventiva,
quando não há prazo para expirar.
Agora,
o acusado deve ser transferido para um presídio comum do estado, já que
aguardava a decisão no Centro de Remanejamento de Presos (Ceresp) da Gameleira.
Renê Júnior é acusado de homicídio duplamente qualificado - motivo fútil e por
recurso que impossibilitou a defesa da vítima - contra o gari e de ameaça
contra a motorista do caminhão de coleta de lixo.
O
crime
Na
manhã de segunda-feira (11), por volta das 9h, no bairro Vista Alegre, região
Oeste de Belo Horizonte, um caminhão de coleta de lixo estava parado quando um
carro BYD cinza se aproximou na direção contrária. O motorista, identificado
como Renê, teria sacado uma arma e ameaçado a condutora do caminhão, afirmando
que “iria atirar na cara” dela.Em seguida, ele disparou contra Laudemir, que
estava trabalhando na coleta. O gari foi atingido no tórax e encaminhado ao
Hospital Santa Rita, em Contagem, mas não resistiu.
Após
o crime, Renê fugiu. Foi localizado pela Polícia Militar no mesmo dia, enquanto
se exercitava em uma academia de alto padrão no bairro Estoril. Segundo
testemunhas, deixou o local do crime com “semblante de bravo” e sem demonstrar
arrependimento.
A
vítima
Descrito
por familiares e colegas como trabalhador, pacífico e dedicado à família,
Laudemir deixou esposa, uma filha de 15 anos e enteadas. Trabalhou por anos na
Localix Serviços Ambientais e era querido no bairro.
No
velório, realizado na terça-feira (12) na Igreja Quadrangular de Nova Contagem,
a esposa, Liliane França, cobrou justiça: “O Lau não voltou. Me devolveram o
Lau no caixão. Não pode ficar assim.” A mãe do gari passou mal durante a
cerimônia e precisou ser levada ao hospital.
Ivanildo
Gualberto Lopes, sócio-proprietário da Localix, afirmou que Laudemir tentava
apaziguar a confusão no trânsito quando foi atingido. “Estamos clamando por
justiça. A nossa categoria é muito forte. Então não mexa com os garis.”
A
investigação
Segundo
o delegado Evandro Radaelli, da Polícia Civil, a identificação do suspeito
ocorreu a partir da placa do veículo e de testemunhas que o reconheceram pelo
porte físico. Imagens de câmeras de segurança e laudos balísticos também
integram o inquérito.
Renê
não possuía porte de arma, segundo a investigação, e afirmou que o revólver
usado no crime pertencia à sua esposa, a delegada Ana Paula Lamego Balbino. A
Corregedoria da Polícia Civil investiga se houve falha na guarda da arma, uma
pistola calibre .380 já recolhida para perícia.
A
delegada, de acordo com a Polícia Civil, não sabia que o marido era suspeito de
assassinato até o momento da prisão dele.
O
caso segue sob investigação, com inquérito aberto para apurar todas as
circunstâncias do crime e possíveis responsabilidades adicionais.
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