Os ex-prefeitos de Paço do Lumiar, Josemar Sobreiro, e de São José de Ribamar, Gil Cutrim, ao lado do diretor da Odebrecht Ambiental no Maranhão, Hélder Dantas |
A informação de que a Odebrecht
pagou R$ 24,5 milhões em 12 estados para conseguir contratos de saneamento
básico pode ser a oportunidade de se ter conhecimento sobre os possíveis ‘acertos’
para que as prefeituras de São José de Ribamar e Paço do Lumiar entregassem os sistemas de água e esgoto à subsidiária Odebrecht Ambiental. As duas cidades não aparecem
nas informações divulgadas na imprensa nesta quinta-feira (13).
Os pagamentos pelos acordos,
conforme reportagem publicada aqui no blog, foram feitos por meio de propina e caixa dois
para políticos com o propósito de conseguir contratos de concessão na área de
saneamento básico. A empresa chegou a financiar campanhas de candidatos rivais
e a distribuir pagamentos em cidades com menos de 20 mil habitantes na
tentativa de fechar acordos para a Odebrecht Ambiental. A empresa foi vendida
para um grupo canadense no fim do ano passado.
Em junho de 2016, o
jornalista Cláudio Humberto já havia especulado que a Lava Jato poderia
investigar contratos da Odebrecht Ambiental em Paço do Lumiar e São José de
Ribamar. (leia abaixo)
No fim de 2014, ainda
no governo de Roseana Sarney, as prefeituras dos dois municípios decidiram
cassar as concessões da Companhia de Saneamento Ambiental (Caema) e criaram um
consórcio, repassando tudo para a Odebrecht Ambiental, uma das subsidiárias da
Odebrecht.
Até hoje, a Caema não
recebeu nada, a título de indenização, pelos investimentos que fez para montar
todos os sistemas de abastecimento de água e de coleta de esgoto.
Gil Cutrim, ex-prefeito
de São José de Ribamar, é apontando como o mentor do consórcio intermunicipal
de saneamento e fez acertos com o governo Roseana Sarney, por meio do
ex-secretário de Saúde Ricardo Murad, para que a Caema deixasse de operar no
município.
Pelos levantamentos
realizados, a Caema teria direito a uma indenização de, no mínimo, R$ 6 milhões
pelos investimentos feitos ao longo de vários anos de operação nos dois
municípios.
Com o aprofundamento
das investigações pode-se, finalmente, descobrir quem foi beneficiado para
entregar esses sistemas de saneamento para a Odebrecht Ambiental.
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