Rádio Voz do Maranhão

quinta-feira, 13 de abril de 2017

Lava Jato pode esclarecer acordo de ‘privatização’ do saneamento em São José de Ribamar e Paço do Lumiar

Os ex-prefeitos de Paço do Lumiar, Josemar Sobreiro, e de São José de Ribamar,
Gil Cutrim, ao lado do diretor da Odebrecht Ambiental no Maranhão, Hélder Dantas
A informação de que a Odebrecht pagou R$ 24,5 milhões em 12 estados para conseguir contratos de saneamento básico pode ser a oportunidade de se ter conhecimento sobre os possíveis ‘acertos’ para que as prefeituras de São José de Ribamar e Paço do Lumiar entregassem os sistemas de água e esgoto à subsidiária Odebrecht Ambiental. As duas cidades não aparecem nas informações divulgadas na imprensa nesta quinta-feira (13).

Os pagamentos pelos acordos, conforme reportagem publicada aqui no blog,  foram feitos por meio de propina e caixa dois para políticos com o propósito de conseguir contratos de concessão na área de saneamento básico. A empresa chegou a financiar campanhas de candidatos rivais e a distribuir pagamentos em cidades com menos de 20 mil habitantes na tentativa de fechar acordos para a Odebrecht Ambiental. A empresa foi vendida para um grupo canadense no fim do ano passado.

Em junho de 2016, o jornalista Cláudio Humberto já havia especulado que a Lava Jato poderia investigar contratos da Odebrecht Ambiental em Paço do Lumiar e São José de Ribamar. (leia abaixo)

No fim de 2014, ainda no governo de Roseana Sarney, as prefeituras dos dois municípios decidiram cassar as concessões da Companhia de Saneamento Ambiental (Caema) e criaram um consórcio, repassando tudo para a Odebrecht Ambiental, uma das subsidiárias da Odebrecht.

Até hoje, a Caema não recebeu nada, a título de indenização, pelos investimentos que fez para montar todos os sistemas de abastecimento de água e de coleta de esgoto.

Gil Cutrim, ex-prefeito de São José de Ribamar, é apontando como o mentor do consórcio intermunicipal de saneamento e fez acertos com o governo Roseana Sarney, por meio do ex-secretário de Saúde Ricardo Murad, para que a Caema deixasse de operar no município.

Pelos levantamentos realizados, a Caema teria direito a uma indenização de, no mínimo, R$ 6 milhões pelos investimentos feitos ao longo de vários anos de operação nos dois municípios.

Com o aprofundamento das investigações pode-se, finalmente, descobrir quem foi beneficiado para entregar esses sistemas de saneamento para a Odebrecht Ambiental.

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