Rádio Voz do Maranhão

sexta-feira, 6 de outubro de 2017

O tiro no pé do PSDB no Maranhão

Se Carlos Brandão perder o comando do partido tucano, muitos prefeitos, vereadores e lideranças já externaram que deixarão a legenda, em uma revoada talvez jamais vista na história de alguma sigla no Maranhão.
A grande maioria do PSDB no estado apoia a aliança com o governador Flávio Dino e é contra o projeto pessoal de Roberto Rocha.
Sob o comando do vice-governador Carlos Brandão o PSDB alcançou números históricos nas últimas eleições e ganhou destaque nos cenários nacional e regional.
Em franca ascensão desde a eleição do governador Flávio Dino ao governo do Maranhão, sobretudo após resultados vitoriosos no pleito de 2016, o PSDB pode estar dando um verdadeiro tiro no pé se passar o comando da legenda para o recém-filiado senador Roberto Rocha.

Sob o comando do vice-governador Carlos Brandão, além do destacado espaço que possui atualmente no governo, o PSDB alcançou números históricos nas últimas eleições e ganhou destaque nos cenários nacional e regional. A começar pelo quantitativo de candidatos a prefeito em 2016, que apresentou crescimento de 290% em relação ao ano de 2012.

Em 2016, o PSDB elegeu, no Maranhão, 21 prefeitos a mais do que em 2012 – passando de 8 para 29 – representando o expressivo percentual de 263% na evolução dos candidatos a prefeitos eleitos pelo partido no estado. O número de vereadores eleitos também aumentou, já que de 2012 para 2016 houve um progresso de 42% de eleitos. Em 2012 o montante foi o de 118 e em 2016 foram 167 vereadores tucanos eleitos em todo o Maranhão.

Com esses números, o partido ganhou corpo no Maranhão e base para ajudar um projeto de conjuntura nacional à presidência, que provavelmente será o governador de São Paulo, Geraldo Alckmin. Só que ele próprio pode minar seus votos no estado entregando de bandeja o partido para o senador Roberto Rocha.

Se Carlos Brandão perder o comando do partido tucano, muitos prefeitos, vereadores e lideranças já externaram que deixarão a legenda, em uma revoada talvez jamais vista na história de alguma sigla no Maranhão. A grande maioria do PSDB no estado apoia a aliança com o governador Flávio Dino e é contra o projeto pessoal de Roberto Rocha.

O senador, aliás, como maior entusiasta e cabo eleitoral, foi um dos responsáveis pela pífia votação do tucano Aécio Neves em 2014 contra a presidente Dilma Rousseff, no Maranhão. Sem base e sem apoiadores, ele corre o risco de, novamente, à frente de uma campanha presidencial no estado, conseguir apenas 20% dos votos para Alckmin contra um candidato da esquerda, que provavelmente terá o forte apoio do governador Flávio Dino.

Se o PSDB pensa mesmo em um projeto nacional e, para isso, precise equiparar-se com os adversários em todos os estados, o mais correto seria manter o PSDB unido ao PCdoB no Maranhão para que a revoada de tucanos que ocorrerá caso Roberto Rocha assuma, de fato, o comando da legenda não atrapalhe os planos nacionais no partido.

A chance de a legenda perder prefeitos, vereadores e lideranças que ajudariam em um projeto mais amplo é gigantesca. E todos os progressos conquistados na eleição de 2016 seriam um trabalho de crescimento estratosférico jogado fora.

É bom a cúpula nacional do partido colocar na balança o que verdadeiramente vale a pena, para não dar um tiro no pé no Maranhão.

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