Se
Carlos Brandão perder o comando do partido tucano, muitos prefeitos, vereadores
e lideranças já externaram que deixarão a legenda, em uma revoada talvez jamais
vista na história de alguma sigla no Maranhão.
A grande maioria do PSDB no estado apoia a aliança com o governador Flávio Dino e é contra o projeto pessoal de Roberto Rocha.
Sob o comando do vice-governador Carlos Brandão o PSDB alcançou números históricos nas últimas eleições e ganhou destaque nos cenários nacional e regional. |
Em franca ascensão desde a eleição do
governador Flávio Dino ao governo do Maranhão, sobretudo após resultados
vitoriosos no pleito de 2016, o PSDB pode estar dando um verdadeiro tiro no pé
se passar o comando da legenda para o recém-filiado senador Roberto Rocha.
Sob o comando do vice-governador Carlos
Brandão, além do destacado espaço que possui atualmente no governo, o PSDB
alcançou números históricos nas últimas eleições e ganhou destaque nos cenários
nacional e regional. A começar pelo quantitativo de candidatos a prefeito em
2016, que apresentou crescimento de 290% em relação ao ano de 2012.
Em 2016, o PSDB elegeu, no Maranhão, 21
prefeitos a mais do que em 2012 – passando de 8 para 29 – representando o
expressivo percentual de 263% na evolução dos candidatos a prefeitos eleitos
pelo partido no estado. O número de vereadores eleitos também aumentou, já que
de 2012 para 2016 houve um progresso de 42% de eleitos. Em 2012 o montante foi
o de 118 e em 2016 foram 167 vereadores tucanos eleitos em todo o Maranhão.
Com esses números, o partido ganhou
corpo no Maranhão e base para ajudar um projeto de conjuntura nacional à
presidência, que provavelmente será o governador de São Paulo, Geraldo Alckmin.
Só que ele próprio pode minar seus votos no estado entregando de bandeja o
partido para o senador Roberto Rocha.
Se Carlos Brandão perder o comando do
partido tucano, muitos prefeitos, vereadores e lideranças já externaram que
deixarão a legenda, em uma revoada talvez jamais vista na história de alguma
sigla no Maranhão. A grande maioria do PSDB no estado apoia a aliança com o
governador Flávio Dino e é contra o projeto pessoal de Roberto Rocha.
O senador, aliás, como maior entusiasta
e cabo eleitoral, foi um dos responsáveis pela pífia votação do tucano Aécio
Neves em 2014 contra a presidente Dilma Rousseff, no Maranhão. Sem base e sem
apoiadores, ele corre o risco de, novamente, à frente de uma campanha
presidencial no estado, conseguir apenas 20% dos votos para Alckmin contra um
candidato da esquerda, que provavelmente terá o forte apoio do governador
Flávio Dino.
Se o PSDB pensa mesmo em um projeto
nacional e, para isso, precise equiparar-se com os adversários em todos os
estados, o mais correto seria manter o PSDB unido ao PCdoB no Maranhão para que
a revoada de tucanos que ocorrerá caso Roberto Rocha assuma, de fato, o comando
da legenda não atrapalhe os planos nacionais no partido.
A chance de a legenda perder prefeitos,
vereadores e lideranças que ajudariam em um projeto mais amplo é gigantesca. E
todos os progressos conquistados na eleição de 2016 seriam um trabalho de
crescimento estratosférico jogado fora.
É bom a cúpula nacional do partido
colocar na balança o que verdadeiramente vale a pena, para não dar um tiro no
pé no Maranhão.
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