A Polícia Civil do Maranhão avançou na investigação da morte do gerente Antônio de Pádua Cunha Santos, ocorrida em 15 de janeiro de 2023, em Matões. O suspeito principal é o vereador de Timon, Luís Carlos da Silva Sá, conhecido como Kaká do Frigo Sá (AGIR), investigado como mandante do crime.
Segundo a SHPP, Kaká, seu irmão Gildásio da Silva Sá e Gilfran Sá da Silva, sobrinho do vereador, teriam pagado R$ 100 mil a pistoleiros para executar o homicídio. O valor teria sido entregue durante reunião em uma fazenda no Pará, usada como quartel-general do crime.
Um dos executores identificados foi Carlos
Roberto Pereira, o Carlos "Cigano", preso em Timon. Ele já possui
ficha criminal extensa: foi condenado a 73 anos e 10 meses de prisão por
ordenar uma chacina que vitimou quatro pessoas de uma mesma família em Nova
Araguaína (TO), incluindo uma mulher grávida de gêmeos, em 2012. O histórico
mostra que é um criminoso contumaz com preparo e disposição para violência
extrema.
Foram detidos também
outros executores (com iniciais F.P.S e A.V.G.F) e um dos filhos de Kaká do
Frigo — este, por porte ilegal de arma — durante a operação que cumpriu
mandados no Maranhão e no Pará, resultando na apreensão de dezenas de armas,
inclusive fuzis de uso restrito. Um dos locais usados para planejamento servia
também para lavar o veículo usado no crime e ocultar armamento.
Operação
Rédea Curta
A iniciativa policial, batizada de Operação
Rédea Curta, foi realizada em duas fases:
— 1ª fase (13/08/2025): cumpriu mandados de
prisão preventiva e busca e apreensão; deteve cinco pessoas e apreendeu três
armas e o carro usado no homicídio.
— 2ª fase (15/08/2025): foco em cidades do
Pará como Dom Eliseu e Ulianópolis; mais de 12 armas — inclusive fuzis — foram
apreendidas, e houve uma prisão em flagrante.
O crime teria como motivação uma vingança
por causa de um homicídio que a vítima teria cometido. Ainda segundo o SHP, o
vereador e o irmão dele continuam foragidos da Justiça.
Segundo as investigações, a família do
vereador é conhecida por seu comportamento violento.
"As apurações revelaram que a família
envolvida é conhecida por sua extrema violência e por exercer forte influência
criminosa nos estados do Maranhão, Pará e Piauí, sendo temida por comunidades
locais e por outros grupos delituosos", revelou o delegado Cláudio Mendes,
da coordenação da 18ª Delegacia Regional de Timon.
Prisões
Na última quarta-feira (13), a polícia
prendeu um fazendeiro conhecido como Carlos Cigano, suspeito de envolvimento na
execução de Antônio de Pádua, além do sobrinho do vereador e mais dois
suspeitos. Durante as diligências, o filho do vereador também foi preso por
porte ilegal de arma de fogo.
"Um dos suspeitos foi preso em Itinga
do Maranhão; um segundo, em Imperatriz; e também foram presos Carlos Cigano e o
sobrinho desse vereador", informou o delegado.
O
crime
Conforme as investigações da Polícia Civil,
os suspeitos planejaram o homicídio durante uma reunião em uma fazenda no
estado do Pará.
"O valor de R$ 100 mil foi repassado
durante reunião na zona rural do Pará. O planejamento ocorreu em uma fazenda
onde um homem, conhecido como Agenorzinho, exercia função de segurança. Na
agenda do proprietário da fazenda, foi localizada anotação com o registro
'Francinaldo pistoleiro', reforçando o vínculo direto com a execução do crime",
acrescentou o delegado.
Ainda segundo as investigações, o grupo
articulou a morte de Antônio de Pádua com a contratação de pistoleiros,
movimentação interestadual e utilização de fazendas estratégicas para reunir os
envolvidos, ocultar veículos, lavar a caminhonete utilizada e armazenar
armamento.
Até o momento, as investigações resultaram
na prisão de seis pessoas, realizadas no âmbito da Operação Rédea Curta, sendo
cinco na primeira fase da operação e uma na segunda.
Foram apreendidas mais de dez armas de fogo,
incluindo armamento de uso restrito, além de centenas de munições e
equipamentos táticos.
"A polícia conseguiu identificar tanto
a cadeia de comando, formada pelos mandantes, quanto o núcleo executor do
crime. Os investigados têm vínculo com uma rede criminosa violenta e temida nos
estados do Maranhão, Pará e Piauí", pontuou o delegado.
A SHPP do Maranhão acrescentou que as
diligências continuam com a análise do material apreendido, perícias em
dispositivos eletrônicos e a identificação de outros possíveis envolvidos, com
o objetivo de desmantelar completamente o grupo e garantir a responsabilização
penal de todos os integrantes.
"Todo o armamento apreendido, assim
como o veículo utilizado na execução do crime, será submetido a exames
periciais pelo Instituto de Criminalística para a identificação de impressões
digitais, vestígios biológicos e correspondências balísticas, fortalecendo o
conjunto de provas já coletadas", finalizou.
O inquérito policial está em fase final de
instrução e tem previsão de conclusão para a próxima semana, quando será
encaminhado ao Poder Judiciário com o indiciamento dos envolvidos e o
detalhamento de todas as provas obtidas durante as investigações.
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