sábado, 20 de dezembro de 2008

CONGRESSO: SARNEY ESPERAVA AVAL DO PLANALTO

Enquanto Lula dá sinais de que apóia Tião Viana, o peemedebista articula para que sua candidatura ao Senado ganhe um clima de unanimidade

Leandro Colon
Da equipe do Correio Braziliense


O senador José Sarney (PMDB-AP) espera um recuo do presidente Luiz Inácio Lula da Silva para ser candidato à Presidência do Senado. Aliados debitam parte da resistência de Sarney em assumir a candidatura no apelo feito por Lula a favor de Tião Viana (PT-AC) num jantar com o PMDB em outubro. Sarney quer ser aclamado não só por sua bancada, como também pelo Palácio do Planalto. Mas sabe que, por enquanto, isso está longe de acontecer. E o PT acredita que Lula não fará um novo movimento até fevereiro.

Nos últimos dias, Sarney fez vazar a informação de que recebeu alguns empresários de alto escalão na sua casa em Brasília no dia 11 passado após reunião deles com Lula no Palácio do Planalto. No encontro, teriam pedido para que o senador aceitasse ser o presidente do Senado em 2009 em nome de uma suposta estabilidade política num ano de pessimismo em relação à economia mundial. Sarney seria erguido como a “solução para o Brasil” no Senado, diz uma pessoa próxima dele.

Na quarta-feira, o senador disse ao Correio que recusou um “apelo unânime” da bancada do PMDB para ser candidato. Faltaria, dentro de um clima supostamente favorável, somente a digital do presidente Lula para que a sonhada aclamação fosse ratificada. E aí mora o problema. Lula não quer o PMDB no comando das duas Casas, já que o peemedebista Michel Temer (SP) é o favorito para assumir a Câmara.

Dilema
Sarney já avisou que não aceita disputar a Presidência do Senado no voto com Viana. Teme uma vitória apertada ou uma derrota desastrosa. Ciente disso, o petista garante que vai para a disputa, seja com quem for. Diante desste cenário, somente Lula poderia mudar o jogo, convencendo Tião Viana a abandonar o barco a favor do peemedebista.

Aliados de Sarney como a filha Roseana (PMDB-MA) e o senador Renan Calheiros (PMDB-AL) trabalharam diariamente a favor de sua candidatura, que, se depender deles, seria assumida somente no fim de janeiro, às vésperas da eleição. E são dois os motivos. O primeiro é a superexposição considerada desnecessária para quem já foi presidente da República. O segundo é o clima criado por Lula a favor de Tião Viana, colocando inclusive o líder do governo no Senado, o peemedebista Romero Jucá (RR), para trabalhar a favor do petista.

Renan e Roseana não mexem uma palha para o sucesso da polêmica candidatura à reeleição do presidente do Senado, Garibaldi Alves Filho (PMDB-RN), lançada na semana passada. O jogo a partir de agora será lento e trabalhoso, avaliam, sem descartar o risco de que quanto mais diminuem as chances de Sarney, mais Garibaldi cresce entre os colegas.

Para Renan, o problema não envolve só a Presidência do Senado: uma reeleição de Garibaldi é uma vitória do líder do PMDB, Valdir Raupp (RO). Os dois disputarão o comando da bancada a partir de 2009. Internamente, Renan critica Raupp por preferir ser vice de Tião Viana a apoiar Sarney. Enquanto o atual líder acusa o senador alagoano de atropelar o cronograma político ao querer assumir a liderança do partido após a crise que viveu em 2007.

Um comentário:

  1. NO VOTO NÃO! ELE TEM MEDO DE ELEIÇÃO, E PENSA QUE AINDA VAI TER A SORTE DE CAIR DO CEU A PRESIDÊNCIA DO SENADO COMO CAIU A DO BRASIL.
    SÓ MUITO OLEO DE PEROBA!

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