para a Folha Online, em Brasília

Serraglio disse que vai se diferenciar dos demais concorrentes ao apresentar uma proposta de reestruturação da Câmara mais profunda, defendendo, inclusive, mudanças regimentais. A idéia é provocar uma nova dinâmica, impedindo que deputados participem ao mesmo tempo de duas comissões e alterações que provoquem celeridade na análise de projetos. Hoje, são pelo menos 10.600 projetos tramitando na Casa, sendo que pelo menos 500 estão prontos para serem levados ao plenário.
Serraglio pretende ainda criar um sistema de acompanhamento das leis aprovadas pelo Congresso. "Temos que agilizar esse processo. Esse emaranhado todo precisa ser simplificado. Precisamos produzir menos leis, mais inteligentes e mais eficazes", argumentou o candidato.
Para tentar buscar os 257 votos necessários para se eleger, Serraglio já estava buscando apoio de seus pares nos bastidores. O primeiro-secretário age na tentativa de tirar votos do correligionário. Argumenta que a escolha de Temer representa um risco de levar a Câmara a uma crise, uma vez que o presidente do PMDB tem fortes ligações com os principais atores, até o momento, da sucessão presidencial de 2010.
O primeiro-secretário sustenta que o presidente da Casa tem que ficar de fora de quaisquer negociação e dedicar-se exclusivamente ao Legislativo. "O presidente da Câmara não pode entrar no debate de uma futura eleição presidencial. Eu acho que deve ficar de fora, afinal qual é o quadro. Temos Serra (José Serra, governador de São Paulo pelo PSDB) e a Dilma (Dilma Rousseff, ministra-chefe da Casa Civil, filiada ao PT). O PMDB de São Paulo já fez sua opção pelo Serra. Se temos tudo à mão para evitar essa polêmica, por que não evitar?", questionou.
Desde o lançamento de Temer, Serraglio deixou claro que não concordava com a escolha do partido e com a alegação de que tratava-se de um golpe da cúpula peemedebista que não representava a vontade da maioria da bancada não participou da cerimônia que colocou Temer na disputa.
Serraglio afirmou que vai investir na mesma estratégia quando se lançou candidato avulso na escolha da Mesa Diretora da Câmara de 2007, quando buscou votos no baixo clero e intensificou o contato pessoal. "Fui candidato a primeiro-secretário avulso e contra duas chapas bem organizadas. Venci, então acho que podemos vencer essa cultura de coisa posta. A urna é secreta e os líderes podem sair surpreendidos", continuou.
Também estão na busca pelo comando da Câmara os deputados Aldo Rebelo (PC do B-SP), que já comandou a Casa, e Ciro Nogueira (PP-PI).
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