Para os sarneysistas, assumir o controle do Estado é como encontrar um oásis no deserto. Vão saciar a sede de poder. Aliados, que não vislumbravam condições de conquistar mandatos, respiram mais aliviados com a dinheirama que vai ser derramada no projeto de voltar a tornar o grupo sarney hegemônico na política do Maranhão. Como muitos dos aliados do governo Jackson são fisiologistas, já devem estar preparando desembarque no provável governo Roseana.
Para os frentistas restará juntar os cacos e tentar retomar o projeto de manter acesa a chama da oposição a Sarney. Muitos, num primeiro momento, ficarão desnorteados, sem saber que rumo seguir. Outros, já com algum dinheiro acumulado, investirão em projetos pessoais.
Nesse cenário, tento esboçar o caminho a ser seguido pelas principais figuras da oposição ao grupo Sarney:
JACKSON LAGO – Se não fosse cassado, pavimentaria caminho para a reeleição. Cassado, mas com direitos políticos preservados, pode ser candidato ao Senado, com o apoio de todos os partidos que ainda continuarem no campo democrático. Mesmo com apenas dois anos de governo, Jackson conseguiu grande lastro político junto à população do interior;
JOSÉ REINALDO – Principal articulador do projeto que garantiu a vitória da oposição, o ex-governador seria candidato natural ao Senado, caso Jackson não tivesse sido cassado. Agora, resta-lhe a opção de disputar uma cadeira na Câmara Federal;
ROBERTO ROCHA – Era um dos nomes do PSDB para disputar o governo do Estado, caso Jackson não tivesse interesse na reeleição. Com a cassação do governador, Rocha já decidiu que vai tentar se manter na Câmara Federal;
ADERSON LAGO – Vai tentar reconquistar o mandato de deputado estadual;
EDSON VIDIGAL – Deve disputar uma cadeira na Câmara Federal;
LOURENÇO VIEIRA – Pretende disputar uma cadeira na Assembléia Legislativa;
AZIZ SANTOS – Mesmo sem a chave do cofre do Estado, vai disputar uma cadeira na Câmara Federal. Se o governador não tivesse sido cassado, o candidato seria o filho Aziz Júnior;
DOMINGOS DUTRA – Tentará renovar o mandato de deputado federal.
O difícil para a Frente vai ser encontrar alguém disposto a enfrentar uma candidatura do grupo Sarney ao governo do Estado. A eleição de Lobão vai ser turbinada com o apoio financeiro do governo. Usarão das mesmas práticas que tanto condenam e que foram usadas como pretexto para cassar o mandato de Jackson.
O ex-libertador Flávio Dino pode ser um nome para agregar partidos de centro-esquerda em torno de uma provável candidatura ao governo. Dificilmente conseguirá o apoio de Jackson, Castelo e José Reinaldo, depois das fissuras causadas na Frente com os embates na disputa pela Prefeitura de São Luís. Dino encontrará dificuldades para ter o apoio do PT, aliado de primeira hora, pois o partido de Lula deve fechar aliança com o PMDB no Estado.
Acho que com a cassação de Jackson o melhor nome sem dúvidas é o de Castelo. Só Castelo pode bater Lobão no voto, mai seria uma batalha muito arriscada pro prefeito. Caso não seja Castelo, a coisa fica feia pra frente de libertação. Quem vai convercer-lo a entrar nessa?
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