quarta-feira, 29 de abril de 2009

CNBB REAFIRMA QUE HOMOSSEXUAL NÃO PODE SER PADRE

Com informações da Agência Estado

INDAIATUBA - O documento Diretrizes para a Formação dos Presbíteros , aprovado nesta quarta-feira, 29, na 47.ª Assembleia Geral da Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB), que se encerra na sexta-feira em Itaici, município de Indaiatuba (SP), dá ênfase à dimensão humano-afetiva dos seminaristas, ressalta que o celibato é exigência da Igreja e reafirma que, por orientação da Congregação para a Educação Católica, do Vaticano, homossexuais não devem ser ordenados padres.

O texto do episcopado, ao qual o Estado teve acesso em sua terceira versão, será divulgado depois de autorização do papa Bento XVI, nos próximos meses, para só então entrar em vigor. Sem grandes novidades conceituais em comparação com as diretrizes aprovadas na assembleia de 1994 e referendadas, no ano seguinte, por João Paulo II, o novo documento é mais extenso e dá maior espaço a questões como a formação intelectual, a prática pastoral e o amadurecimento psicológico.

Ao enumerar os desafios que o presbítero - chamado de padre na tradição popular, como observa o texto - enfrenta, os bispos alertam que a Igreja está vivendo "uma mudança de época que, além de alterar paradigmas estabelecidos, questiona, prescinde ou nega os valores de muitas instituições". No campo afetivo, "percebem-se mudanças no modo de as pessoas se relacionarem, com a reinvenção dos vínculos amorosos e da transformação da intimidade..."

Com 388 artigos e 97 páginas, antes dos acertos finais, o documento da CNBB divide-se em três partes, precedidas de uma introdução: Coordenadas da Formação Presbiteral, Formação Inicial e Formação Permanente. A segunda parte, a mais extensa, com 56 páginas, aponta critérios de discernimento que os formadores devem adotar para saber se o candidato tem vocação. Além da maturidade sexual, condição indispensável para suportar o celibato, o texto dá importância à motivação, pois é necessário descobrir se o candidato não resolve ser padre, por exemplo, por causa de problemas de identidade sexual, desilusões amorosas ou fuga de compromissos estáveis com o casamento e a família.

O documento consagra o modelo de seminários atualmente adotados pela Igreja no Brasil - um ano de propedêutico (preparatório), dois anos de Filosofia e quatro de Teologia. Depois de um período de acompanhamento vocacional, os alunos devem morar em seminários ou em casas de formação, sob a orientação de formadores experientes que ensinem a doutrina da Igreja, sem prejuízo do ecumenismo e do diálogo inter-religioso.

Na grade curricular, os estudos filosóficos introduzem Estética ou Filosofia da Arte e Introdução à Economia. No curso de Teologia, em comparação com as Diretrizes de 1994, a novidade é a disciplina Administração Paroquial. O latim continua obrigatório. Os seminários são aconselhados a ensinar também grego e hebraico, além de alguma língua moderna. Os futuros padres devem estudar, de preferência, em instituições católicas. Antes do diaconato, mas depois de concluir o curso de Teologia, os seminaristas podem fazer o Ano Pastoral, período em que passam a viver numa paróquia ou em outro tipo de comunidade.

Na terceira parte, sobre a formação permanente dos presbíteros, o documento destaca novos desafios pastorais, como a evangelização dos grandes centros urbanos, favelas, grupos de espiritualidades diferentes e os meios de comunicação social. "A vida e o ministério do presbítero exigem atualização no campo da filosofia e da teologia, como também em outros campos do saber", adverte o texto. Entre os cursos de especialização, mestrado e doutorado, o episcopado dá preferência àqueles que, no Brasil e em outros países da América Latina, refletem mais "o contexto social e a vida pastoral" da Igreja no continente.

Meu Comentário:

A CNBB pode até não permitir, mas que muitos padres terminam optando pela homosexualidade é uma realidade. Talvez a rigidez do celibato contribua para isso. Muitos começam suas experiências homossexuais nos confinamentos dos seminários, continuando com a prática já no exercício sacerdotal. Não estou dizendo nenhuma heresia. Nem que todo seminarista possa virar um sacerdote homossexual. Recentemente, em São Luís, a Igreja teve que sentir na pele esse problema quando veio à tona o escândalo envolvendo o padre Félix, que praticava sexo com adolescentes. Para remomorar esse triste episódio, transcrevo o seguinte trecho de uma das reportagens produzidas à época.

Outro padre denunciado por abuso sexual em São Luís

09/11/2005

Dois adolescentes que prestaram depoimento na Delegacia de Proteção à Criança e ao Adolescente (DPCA) denunciaram à delegada Ana Karla Silvestre Fernandes terem sido vítimas de abuso sexual praticado por outro padre, além de Félix Barbosa Carreiro – preso na madrugada de sábado em um motel de São Luís. Eles também contaram que Félix costumava agredi-los quando estava embriagado e queria fazer sexo. Até ontem (08), a delegada já havia tomado o depoimento de 10 meninos. Na DPCA, quando foi preso, o padre Félix Carreiro teria dito, em conversa antes do depoimento, que haveria pelo menos 10 outros padres, na capital e no interior, que agiam da mesma forma que ele.

Ele não confirmou o fato em depoimento, mas dois adolescentes, por meio de ligações anônimas ao disque-denúncia da DPCA, já teriam denunciado um outro padre, que também mantinha relacionamentos sexuais com os garotos. Esse padre seria amigo de Félix Carreiro. Dois jovens que estiveram com Félix Carreiro também denunciaram esse padre em depoimento. Eles contaram que ele os convidava para sair e algumas vezes aceitaram. A delegada Ana Karla Fernandes vai analisar os depoimentos e verificar mais indícios, para somente então intimar o padre a prestar depoimento. Félix Carreiro deve ser reinquirido antes da conclusão do inquérito.

Depoimento - Na tarde de ontem (07), outros três rapazes, dois de 18 anos e um de 15, estiveram na DPCA para prestar depoimento espontaneamente. Em contato com a delegacia, eles disseram que mantiveram relacionamento com o padre Felix Carreiro e queriam denunciá-lo. Outra vítima, de 15 anos, também conheceu Félix Carreiro em um bate-papo na Internet, e marcaram um encontro no mesmo dia.

São inúmeros os escândalos homossexuais envolvendo padres. A Igreja tem sido condenada, em alguns casos, a pagar indenizações a famílias das vítimas. Até parece condenada a pagar os pecados praticados por aqueles que deveriam servir de exemplo para a sociedade. Em Levítico, temos a condenação da homossexualidade: “Não te deitarás com um homem, como se fosse mulher: isso é uma abominação”. (Lv 18,22). A Igreja, certamente, está pegando esse ensinamento ao pé da letra. Pelo visto, muitos sacerdotes não estão levando isso em consideração. Os desejos carnais falam mais alto.

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