GABRIELA GUERREIRO
da Folha Online, em Brasília
O governo se articula para conseguir as seis assinaturas necessárias para impedir a instalação da CPI da Petrobras no Senado. A Folha Online apurou que líderes governistas já conseguiram convencer quatro senadores a retirarem seus nomes do requerimento de instalação da CPI. Até o final do prazo para a retirada, que termina à meia-noite, articuladores do governo avaliam que terão apoio suficiente para enterrar a CPI.
Por enquanto, apenas o senador Cristovam Buarque (PDT-DF) retirou sua assinatura do requerimento de instalação da CPI. Pressionado pela base aliada governista, Cristovam voltou atrás na decisão de apoiar a instalação da comissão parlamentar de inquérito.
No requerimento encaminhado à Secretaria Geral da Mesa do Senado, Cristovam afirma que a oposição descumpriu acordo fechado com os líderes partidários para suspender temporariamente a instalação da CPI. "Infelizmente, o acordo não foi cumprido. Se esse acordo não está, portanto, sendo cumprido, retiro minha assinatura da CPI", afirmou.
Cristovam disse que está disposto a recolocar sua assinatura caso os líderes partidários voltem atrás na decisão de ouvir o presidente da Petrobras, Sérgio Gabrielli, antes de instalarem a comissão.
A oposição conseguiu 32 assinaturas para instalar a comissão, cinco a mais que o mínimo necessário de 27 senadores --como prevê o regimento do Senado.
Para inviabilizar a instalação da CPI, o governo precisa convencer pelo menos seis parlamentares a retirarem as suas assinaturas do requerimento. Pelos cálculos de líderes governistas ouvidos pela Folha Online, pelo menos oito parlamentares sinalizaram que devem recuar no pedido de criação da CPI.
A disposição dos governistas, porém, é apresentar à Secretaria Geral da Mesa do Senado os pedidos de retirada de assinaturas conjuntamente, perto da meia-noite. O governo quer evitar que os senadores sejam convencidos a manter as assinaturas no pedido de criação da CPI --além da exposição dos parlamentares caso não consiga o mínimo necessário de seis assinaturas para inviabilizar a comissão.
Segunda CPI
O governo também se articula para derrubar uma segunda CPI que pede investigações na Petrobras. Apresentada pelo senador Romeu Tuma (PTB-SP), a comissão quer apurar o suposto esquema de fraudes em licitações da Petrobras revelado pela Operação Águas Profundas, da Polícia Federal --especialmente nos contratos firmados para a reforma de plataformas de exploração de petróleo.
O requerimento da segunda CPI da Petrobras também foi lido nesta sexta-feira no plenário do Senado. A CPI proposta por Tuma ainda quer investigar irregularidades nos contratos de construção de plataformas e suspeitas de licitações fraudulentas na empresa.
Dos 31 senadores que apoiaram a segundo CPI da Petrobras, dois já retiraram as assinaturas: Cristovam Buarque (PDT-DF) e Augusto Botelho (PT-RR). Como outros dois senadores que assinaram a segunda CPI da Petrobras já morreram, Jefferson Peres e Jonas Pinheiro, as assinaturas foram anuladas --o que contabiliza o total de 27 senadores que ainda apoiam a proposta.
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