segunda-feira, 25 de maio de 2009

POR QUE ESTÃO BLINDANDO O EX-SECRETÁRIO DE COMUNICAÇÃO?

Os escândalos de corrupção do ex-governo da libertação (ou seria da liberação geral?) se avolumam à medida em que as auditorias avançam nas mais diversas secretarias e órgãos. No entanto, em meio ao mar de denúncias, causa estranheza a omissão do nome do ex-secretário de comunicação, Zeca Pinheiro. Sempre que abordam sobre pagamentos suspeitos feitos pela Secom, os blogueiros e outros jornalistas só se referem ao ex-governador cassado como responsável direto por tudo. Longe de mim querer aqui defender o ex-mandatário dos Leões. Pelo que se sabe, o ordenador de despesas da secretaria era o próprio secretário. Nenhum pagamento era feito sem o aval do dito-cujo. Certamente muita coisa nem passava pelo gabinete do governo. O ex-governador era o último a saber do que acontecia nos subterrâneos das secretarias.

Por que isso acontecia? Em outras oportunidades, frisei que Jackson não governava. Era governado por meia dúzia de inescrupulosos. Como fazia vista grossa a qualquer denúncia que chegasse à sua mesa, os espertalhões aproveitavam-se da falta de pulso firme do governador. Ai, a farra corria solta. Em uma das vezes, cheguei a dizer que o então secretário de comunicação ficava mouco ante as ordens do alcaide dos Leões. Não costumava atender determinações. Uma delas foi para que nomeasse todos aqueles que prestavam serviços à Rádio Timbira. O secretário-fazendeiro não atendera à determinação. Ele se achava com mais poderes que o mandatário do governo. Livre, o então secretário passou a beneficiar somente aqueles que rezassem em sua cartilha. Como eu nunca fui de bajular ninguém, muito menos crápulas e incompetentes, sofri severas retaliações.

A maior vítima dessas retaliações foi a Rádio Timbira. Os pagamentos feitos a diversos profissionais e veículos, revelam que dinheiro não era problema para a Secom. Até para rádio-fantasma tinha dinheiro. Basta ver os pagamentos a uma tal Rede Sat de Rádio, que ninguém nunca ouviu falar, em São Luís. No entanto, para a emissora oficial do Estado não tinha recursos. Por conta disso, diversos profissionais tiveram que ingressar na justiça do trabalho, depois de minha exoneração, para tentar receber salários que jamais foram pagos.

Na verdade, o ex-secretário fez de tudo para me isolar porque eu não concordei com a contratação de uma empresa do esquema dele para fazer a gestão da Rádio Timbira. Logo depois que o governador comunicou ao dito-cujo que eu seria o diretor da emissora, ele me disse: “fica lá na direção, ganhando o teu salário, que eu já tenho uma empresa para fazer a gestão da rádio. É uma decisão minha”. Entendi isso como uma tentativa de alugar ou mesmo privatizar um órgão público. Levei isso ao conhecimento do governador e ele não concordara com a idéia. Ao contrário, aprovou, na presença do mandatário da Secom, todos os projetos apresentados por mim para resgate da emissora. O “dono” da Secom era contra tudo isso. Os novos equipamentos só foram adquiridos depois da interveniência do então secretário Júlio Noronha, junto ao governador. A Timbira não estava entre as prioridades dele (Zeca Pinheiro). Para ele, não importavam as determinações do governador.

Lembram quando eu afirmava que a Secom era um antro de corrupção? Fui contestado por muitos, na ocasião. Hoje, os fatos que estão sendo revelados mostram que eu não estava blefando. Infelizmente, o governador deixou a coisa correr frouxo.

Em suma, o responsável direto por todos os atos praticados na Secom foi o ex-secretário. Talvez tenha contado com a conivência do Secretário de Planejamento, Aziz Santos, que também fazia tudo à revelia do governador. O certo é que, neste momento, em que as denúncias de malversação do dinheiro público estão vindo à tona, todos os envolvidos devem ser chamados à responsabilidade.

O Maranhão não pode ficar assistindo a esse festival de denúncias sem que medidas punitivas sejam adotadas. No caso da Secom, o ex-secretário tem, sim, que prestar explicações. Ele não pode continuar sendo blindado por diversos veículos que apontam a culpa só para o ex-governador. Este deve ser responsabilizado por não ter tido pulso firme para conter a ganância de muitos auxiliares inescrupulosos.

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